Após seis altas consecutivas, Índice de Confiança na Construção recua

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, variou -1,4 ponto em janeiro para 92,5 pontos, nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Em médias móveis trimestrais, após seis altas consecutivas, o índice recuou neste primeiro mês de 2021, ao variar -0,9 ponto.

“O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios. Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento dos preços observados a partir desse período. Essa questão deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses”, avaliou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

O resultado negativo em janeiro refletiu a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e redução das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,9 ponto para 90,5 pontos, interrompendo uma sequencia de resultados positivos desde junho de 2020. Os indicadores de situação atual dos negócios e de nível da carteira de contratos recuaram respectivamente 2,3 pontos e 1,4 ponto, para 92,5 pontos e 88,7 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de 95,5 pontos para 94,6 pontos, uma queda de 0,9 ponto. O aumento de 2,0 pontos no indicador de tendência dos negócios no mês não não compensa a queda de 2,6 pontos no mês anterior. As perspectivas tem se tornado mais voláteis nos últimos meses refletindo o aumento das incertezas do setor, corroborado também pela volatilidade, em sentido inverso, da demanda prevista, que caiu 3,8 pontos neste mês.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção subiu1,1 ponto percentual (p.p.), para 74,0%. O resultado positivo foi influenciado tanto pelo aumento de 1,3 p.p. do NUCI de Mão de Obra (de 74,1% para 75,4%), quanto pelo aumento de 0,9 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,6% para 66,5%).

Expectativa em queda


Desde novembro, o Indicador de expectativas interrompeu o movimento de alta, a despeito das atividades terem recuperado o patamar pré-pandemia. Assim, o setor começa o ano mais pessimista em relação à evolução dos negócios nos próximos meses do que estava em janeiro de 2020. Esse pessimismo atingiu todos os segmentos da construção – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados. “Provavelmente essa reversão do indicador está associada à conjuntura mais adversa dos últimos meses, como evolução da pandemia, elevação dos preços de insumos, incertezas do cenário macroeconômico. De todo modo, o bom momento vivido pelo mercado imobiliário em 2020 deverá contribuir para o crescimento da atividade ao longo do ano, observou Ana Castelo.”

Startup auxilia na geração de empregos no setor da construção civil

Conectar profissionais da construção, empresas e outras pessoas interessadas em obras civis é a proposta da ConstruConnect – startup ligada ao Supera Parque de Inovação e Tecnologia, de Ribeirão de Preto. A empresa tem o objetivo de conectar os atores do mercado da construção que têm dificuldade em encontrar novas obras ou oportunidades de trabalho. Em 2020, a startup contribuiu para a geração de 600 empregos no setor da construção e auxiliou mais de 200 obras a realizarem suas contratações. 

Criada em 2017, a startup oferece uma plataforma que funciona no modelo SaaS (Software as a Service) com operação pela Web, gerenciando informações sobre quais contratações a obra precisará fazer – dando mais agilidade ao processo de tomada de decisão e reduzindo custos nos processos de compra. A plataforma disponibiliza um mapeamento com a localização de obras que estão acontecendo no momento.

“Mapeamos por tipo de construção e região cada empreendimento, assim tornamos mais eficaz a busca por novas oportunidades de negócio ou trabalho”, explica Rafael Kevin, CEO da startup.  De acordo com o CEO, apesar do bom momento vivido pelo setor, contratar profissionais adequados para os postos de trabalho disponíveis ainda é um grande desafio para muitas empresas.

Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor gerou, entre janeiro e novembro de 2020, aproximadamente 157,8 mil postos de trabalho – o que representa um aumento de 34,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Economia

Para ajudar pequenas e médias empresas, além de profissionais autônomos, a startup criou uma versão simplificada e gratuita da sua plataforma. “A pandemia movimentou o setor de construção civil, gerando um aumento da carteira de clientes de quem realmente coloca a mão na massa, ou seja, das empresas e profissionais liberais que realizarão as obras. Isso significa que, mesmo sem um time de vendas, foi possível para eles ampliar a carteira de clientes”, analisa.

Além de contribuir para a geração de empregos, a startup otimiza os investimentos de quem contrata. “Os resultados dependem de algumas variáveis, como o tempo hábil para a contratação, região da obra e a qualidade dos projetos e materiais. Mas com a plataforma, há uma redução média, de modo geral, entre 5% e 15% nas contratações. É uma boa economia em se tratando de obras “, destaca Rafael.

De acordo com o CEO, essa agilidade no processo de contratação permite que as empresas gerem negócios de forma rápida, aumentando a demanda de mão de obras e, consequentemente, contratações para os operários do setor.  A empresa de Ribeirão Preto já foi responsável pela gestão de mais de 260 obras e tem 300 empresas homologadas em sua base. O faturamento da startup triplicou em 2020.

SUPERA PARQUE

 O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, gerido pela Fipase, é resultado de uma parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios. Ao todo, são 71 empresas instaladas no Parque, sendo: 53 delas no Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; e 18 empreendimentos no Centro de Negócios. O Parque Tecnológico está em expansão com a urbanização de lotes para instalação de empresas e a implantação do Container Park, um novo complexo empresarial.

O que esperar da obrigatoriedade do BIM em obras públicas a partir de 2021?

De acordo com um decreto assinado em 2018, a utilização do BIM (Building Information Modeling) será obrigatória em todos os órgãos governamentais na execução de projetos e construções brasileiras. A metodologia BIM representa muito mais do que a utilização de uma solução de software e abrange três pilares: pessoas, tecnologias e processos.

Em português BIM significa ‘Modelagem da Informação da Construção’, que representa o conjunto das informações digitais de uma obra em todo o seu ciclo de vida. A partir deste modelo virtual com o mais alto nível de tecnologia em software, todos os departamentos de uma construção estarão totalmente integrados e “falando a mesma língua”.

Além do software, existe uma grande consultoria realizada por um especialista para definir os processos de trabalho e repensar o negócio de dentro para fora. A metodologia inclui a capacitação das pessoas envolvidas, inserindo-as dentro desse novo processo e integrando todas as pontas, desde terceirizados aos funcionários administrativos e o pessoal que trabalha diretamente na obra. Por isso a colaboração entre os profissionais e as equipes é muito importante e um dos pontos em que o BIM mais ajuda.

Essa colaboração e esse trabalho integrado por meio do software, dos processos definidos e das pessoas capacitadas, permitem regularizar processos, reduzir custos, aumentar a produtividade, diminuir possíveis erros, ter maior transparência nas obras públicas e implantar um padrão adotado internacionalmente. No Brasil a implantação desta metodologia será realizada em três fases.

A primeira abrange apenas construções novas e entra em vigor a partir de janeiro de 2021, enquanto a segunda prevê seu uso na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia a partir de 2024. Já na terceira fase, a partir de janeiro de 2028, a tecnologia será obrigatória no gerenciamento e manutenção após o término das construções, cujos projetos e obras tenham sido desenvolvidos ou executados com o uso do BIM.

Essa metodologia permite ainda a criação de simulações digitais com o suporte da realidade virtual na elaboração e execução dos projetos. É possível, por exemplo, criar uma simulação do planejamento de obra e animação das ações para visualização do andamento das atividades de acordo com o cronograma da obra.

A Buysoft, uma das maiores empresas de software e soluções em TI do Brasil e que figura na lista das 500 empresas que mais crescem nas Américas, de acordo com o Financial Times, já contabiliza diversos cases de sucesso na implementação do processo BIM no Brasil. Ela reúne profissionais de engenharia e arquitetura especializados na utilização das plataformas e consegue, assim, demonstrar o quanto essa metodologia agrega valor ao trabalho dos clientes.

Clemilson Correia, fundador e CEO da Buysoft, garante que “o uso do BIM permite revolucionar a forma de projetar, gerenciar e construir. A partir do uso de soluções Autodesk e de uma capacitação técnica de alto nível, é possível evoluir a sua gestão em três áreas: processos, pessoas e tecnologia. Sempre com a mais alta tecnologia, incluindo a centralização e a integração dos dados em nuvem, automatização do quantitativo de materiais e o uso de ferramentas colaborativas”.

O BIM também pode ser usado no licenciamento de empreendimentos, como acontece na capital baiana por meio do BIM Salvador. Com essa metodologia, o licenciamento passa a ser 100% digital, sustentável e muito mais ágil, como zero uso de papel.

A nova plataforma reduz o tempo de análise e concessão de alvarás para empreendimentos de alta complexidade de um ano para, no máximo, 120 dias. O sistema, que automatiza a análise dos parâmetros urbanísticos, identifica possíveis pendências do projeto e permite que os ajustes necessários sejam realizados.

Quando o engenheiro ou arquiteto fizer o projeto e implantar na plataforma, ela já vai dizer, sem a necessidade de dar entrada, se ele está certo ou errado. Com o processo digital, a análise dos dados é otimizada e o especialista fica responsável pela finalização do licenciamento. Com mais eficiência e menos burocracia, a vida do empreendedor é facilitada, favorecendo o ambiente de negócios e a geração de empregos e renda.

Com VGV de R$ 3,6 bilhões, RE/MAX Brasil dobra vendas e tem o melhor ano de sua história

Apesar dos desafios e obstáculos impostos pelo novo coronavírus, a RE/MAX Brasil bateu recordes de crescimento e faturamento em 2020. O Valor Geral de Vendas (VGV) ficou em R$ 3,6 bilhões, um aumento de 99,67% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em same store sales, o crescimento também impressiona: 57%.

A companhia acelerou seus ganhos no segundo semestre. A partir de julho, mês após mês, bateu marcas históricas de vendas, culminando em dezembro, cujo faturamento foi praticamente igual ao de todo ano de 2016. Os resultados consistentes registrados no primeiro semestre, no entanto, foram fundamentais para o sucesso. No período, a RE/MAX chegou a crescer quatro vezes mais que empresas de capital aberto de transações imobiliárias.

“Acredito que nosso modelo de negócio tenha nos permitido crescer mesmo com os escritórios físicos temporariamente fechados”, afirma Peixoto Accyoli, presidente e CEO da RE/MAX Brasil. “Por um lado, temos uma força de vendas engajada, que passou por treinamentos para saber como se portar e agir durante a pandemia. Por outro, fazemos uso intenso de tecnologia para prospectar e fechar negócios, o que inclui tours virtuais, assinatura eletrônica de documentos e uso intensivo de programas de videoconferência”.

Nesse sentido, outro ponto muito celebrado foi a ampliação da rede, que tem a capilaridade como uma de suas principais forças. Mesmo com a pandemia, o ano terminou com um saldo positivo de 121 novas unidades – acréscimo de 37% ante 2019. São agora 444 unidades em operação, distribuídas por todos os estados brasileiros, além de 5,4 mil corretores empreendedores. Um ano antes, esses números estavam em 323 e 3,7 mil, respectivamente.

“A tecnologia e a força da nossa marca são ativos estratégicos, mas o que nos leva à frente é a atuação qualificada e o comportamento empreendedor dos corretores”, afirma Accyoli. “Estamos falando, afinal, de uma das decisões de compra mais importantes da vida de muitos consumidores. O laço humano é decisivo e dá tranquilidade”.

Para 2021, a RE/MAX pretende seguir apostando em suas vantagens competitivas ao mesmo tempo em que investe em algumas frentes de inovação, como o fortalecimento de sua presença digital. Entre as ações já implementadas ou em andamento, destaque para a inauguração de um novo site, a adoção de novos softwares, a consolidação de parcerias estratégicas e o lançamento de recursos de inteligência artificial.

“Queremos ser a imobiliária preferida dos brasileiros, em todos os estados da Federação. Esse é o nosso sonho”, diz Accyoli.

Smart Freguesia do Ó, uma nova forma de morar em São Paulo

Planet Smart City e Inloop lançam novo condomínio inteligente com 505 apartamentos e 50 soluções inteligentes

A Planet Smart City, líder global em cidades inteligentes inclusivas, e a Inloop, empresa com expertise no mercado imobiliário brasileiro, lançaram em São Paulo o seu segundo condomínio inteligente vertical: o Viva!Smart Freguesia do Ó, composto por 505 apartamentos de 1 ou 2 quartos, e com 50 soluções inteligentes integradas que valorizam o bem-estar das pessoas, a sustentabilidade, a arquitetura e a tecnologia. 

Entre os destaques estão: gestor social, um profissional que estimula o envolvimento dos moradores no cuidado do bem comum; plataforma digital desenvolvida pela Planet Smart City e que conectará residentes e biblioteca de objetos para o empréstimo de ferramentas e outros objetos do dia a dia. 

Para o lazer dos moradores, serão criados espaço gourmet, troca de livros, quadro público de ideias, teoria do divertimento e áreas de churrasco, de eventos, fitness e de jogos educativos.    

Já para incentivar práticas sustentáveis: compostagem comunitária, horta urbana, iluminação inteligente das áreas comuns, ilha de coleta seletiva de lixo e muito mais. Outras soluções inteligentes incluem bicicletário, área equipada para cães, espaço smartoffice, playground e banco smart.

“Após o sucesso de vendas do Aquarela Bela Vista, que concluímos este ano, iremos apresentar um novo projeto vertical em São Paulo, desta vez no bairro da Freguesia do Ó. Combinando design contemporâneo com uma ampla gama de serviços integrados, o condomínio inteligente possuirá soluções inteligentes em inovação social, tecnologia, meio ambiente e arquitetura, para proporcionar um estilo de vida mais dinâmico, conectado e participativo”, destaca Susanna Marchionni, CEO no Brasil da Planet Smart City.

Os apartamentos variam de 30 a 44 metros quadrados e são três modelos com 1 quarto, 2 quartos e 2 quartos com suíte. O lançamento aconteceu em dezembro de 2020 e a previsão é que o condomínio inteligente seja concluído em dezembro de 2023. O estande de vendas é aberto ao público diariamente, das 9h às 20h, na Avenida Santa Marina, 2380, São Paulo.

A previsão é que em 2021 sejam lançados novos condomínios nos bairros do Jabaquara e Itaquera.

Aluguel sobe acima da inflação na capital paulista em 2020

O Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País, divulgou o seu mais recente relatório sobre os preços dos imóveis na cidade de São Paulo. De acordo com o estudo, o preço para alugar um imóvel padrão (65m², 2 dormitórios e 1 vaga de garagem) na capital paulista foi de R$ 2.047/mês em dezembro, valor que corresponde a 0,3% a mais do que o registrado em novembro. O Imovelweb aponta que, em 2020, houve um crescimento de 6,7% no preço dos aluguéis em São Paulo, valor acima da Inflação (IPCA 15), que ficou em 4,2% no ano. Por outro lado, o aumento está bem abaixo do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que fechou 2020 com incremento de 26%.

No ano passado, os bairros que mais se valorizaram foram Jardim Fonte do Morumbi (R$ 2.326/mês), onde o valor de locação cresceu 23,3%; Vila Paulista (R$ 2.089/mês) e Vila Sônia (R$ 1.938/mês), onde os preços subiram 24,7%. Por outro lado, os preços do aluguel tiveram queda nos bairros Conceição (R$ 1.763/mês, -24,1%); Chácara Santo Antônio, localizado na Zona Leste, (R$ 1.784/mês, -20,1%); e Vila Santo Estéfano (R$ 1.823/mês, -19,7%).
Na tabela abaixo estão os aluguéis mais caros e mais baratos de dezembro em São Paulo:

Mais baratos (mensal)Variação mensalVariação Anual
Vila Sabrina (Vila Medeiros)R$ 1.047-0,1%-14,7%
Jardim Miriam (Itaim PaulistaR$ 1.130-0,4%-17,9%
Conjunto Residencial José Bonifácio (José Bonifácio)R$ 1.1691,3%-3,2%
Mais caros (mensal)Variação mensalVariação Anual
Itaim Bibi (Itaim Bibi)R$ 4.740-0,1%4,1%
Vila Olímpia (Itaim Bibi)R$ 4.777-0,1%2,0%
Ibirapuera (Itaim Bibi)R$ 5.2770,5%S/D

Preços de venda subiram 2,3% em 2020

O relatório do Imovelweb mostra também que o valor do metro quadrado em dezembro foi R$ 6.271, 0,2% a mais do que em novembro. Dessa forma, para comprar um imóvel padrão na cidade é preciso R$ 407.550,00.

Os bairros onde os imóveis mais se valorizaram na cidade foram Jardim Brasília – Zona Leste (R$ 5.100/m²), Vila Pirajussara (R$ 5.622/m²) e Cidade Antônio Estevão de Carvalho (R$ 4.889/m²), com aumento de 18,0%, 18,2% e 19,7%, respectivamente. Já as maiores desvalorizações ocorreram no Canindé (R$ 5.582/m²), Parque do Carmo (R$ 3.601/ m²) e Sítio Morro Grande (R$ 4.237/m²), que registraram queda de 19,4%, 18,0% e 16,1%.

Os maiores e menores preços de imóveis estão nos bairros indicados na tabela a seguir:

Mais baratos (m²)Variação mensalVariação Anual
Conjunto Habitacional Santa Etelvina III (Cidade Tiradentes)R$ 2.0821,3%-15,5%
Conjunto Habitacional Fazenda do Carmo (Cidade Tiradentes)R$ 2.227-0,9%-7,2%
Jardim Olinda (Campo Limpo)R$ 2.2880,6%-0,2%
Mais caros (m²)Variação mensalVariação Anual
Cidade JardimR$ 20.265-3,9%-13,3%
Parque IbirapueraR$ 22.265-2,1%5,4%
IbirapueraR$ 22.6680,7%8,6%

Retorno do investimento em imóvel é maior do que o rendimento da poupança

O índice de rentabilidade imobiliária relaciona o preço de venda e valor de locação do imóvel para verificar o tempo necessário para recuperar o dinheiro utilizado na aquisição do imóvel. No relatório de dezembro, o índice foi de 5,6% bruto anual. Dessa forma, são necessários 17,8 anos para obter o valor investido no imóvel, 4,5% a menos que há um ano.

Já o Índice de Retorno Total Imobiliário mostra que a operação de compra de um apartamento em São Paulo em dezembro de 2019 o aluguel durante 12 meses e a venda desse imóvel em dezembro de 2020 resulta em um retorno bruto de 8,4%. Dessa forma, essa operação é vantajosa, pois é maior do que a inflação e que o rendimento da poupança, que foi de 2,2% em 2020.

EXPO REVESTIR 2021 será 100% digital

O Conselho de Administração da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER), promotora da EXPO REVESTIR, informa que a 19° edição do maior evento de soluções e acabamentos da América Latina, bem como o Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Construção, previstos para acontecer de 22 a 26 de março de 2021, terão as suas edições realizadas virtualmente.

“Vamos olhar adiante, juntos!”, afirma Mauricio Borges, CEO da ANFACER e da EXPO REVESTIR. “Os lançamentos e tendências de 2021 para os setores de cerâmica, louças e metais não deixarão de ser apresentados ao público. Nós manteremos o trabalho intenso dos últimos 19 anos, aliados a todos os expositores, e vamos apresentar a toda a cadeia produtiva da construção que visitam a feira, as novidades de maneira gratuita e 100% online”, revela o CEO.

A feira, conhecida sempre por inovar, será realizada de forma digital, por meio do site oficial: www.exporevestir.com.br, bem como por meio das redes sociais da feira no Instagram, Facebook, Youtube e Pinterest. Com uma programação intensa, será disponibilizado, na plataforma, o catálogo de todos os expositores com seus respectivos produtos e as mais diversas formas de apresentar cada detalhe das coleções, como vídeos com os representantes das marcas explicando a funcionalidade de cada lançamento e uma galeria de fotos com todas as especificações. Você, com certeza, ficará por dentro das tendências, tecnologia, design e inovação do segmento sem sair de casa ou do escritório e ainda vai poder conhecer os produtos diretamente como as equipes.

Vale ressaltar que essa decisão foi tomada diante do impacto que a pandemia de COVID-19 está causando no Brasil e no mundo e levando-se em consideração um cenário atípico e ainda bastante incerto. Adicione-se a esses aspectos, a ausência de uma vacina eficaz e a instabilidade das curvas de contágio do novo Coronavírus. Todos esses agravantes não apresentaram segurança suficiente para garantir e proteger a saúde e a integridade de visitantes, expositores, colaboradores e parceiros.

Nos quase 20 anos de atuação, a EXPO REVESTIR nunca parou de inovar. Por isso, a feira, que é conhecida como a maior plataforma de negócios do mercado nacional e internacional da América Latina irá fazer a conexão entre toda a cadeia do setor da construção, por meio de atendimento personalizado para quem deseja estreitar relações comerciais e ampliar networking diretamente com fabricantes e fechar contratos. O objetivo é personalizar o atendimento com mais conforto, atenção e tempo necessários para os melhores negócios.

Haverá a possibilidade de contato entre os expositores, os compradores, lojistas e revendedores por meio do site, de maneira simples e prática.

FÓRUM INTERNACIONAL DE ARQUITETURA, DESIGN E CONSTRUÇÃO (FIAC)

Além disso, será realizado também de maneira digital o FÓRUM INTERNACIONAL DE ARQUITETURA, DESIGN E CONSTRUÇÃO (FIAC ) no qual palestrantes nacionais e internacionais de relevância no mundo da arquitetura e do design irão mostrar como está a realidade, bem como as tendências, diante do desafio que o mundo está vivendo. O FIAC será 100% online, gratuito e com inscrição prévia. Todos os detalhes de cada palestra poderão ser encontrados em https://www.fiac.com.br .

Preço do aluguel avança 0,43% em dezembro e encerra 2020 com alta acumulada de 2,48%

Elevação anual no preço médio de locação residencial foi registrada em 10 das 11 capitais monitoradas pelo Índice FipeZap
■ Análise do último mês: o Índice FipeZap de Locação Residencial, que acompanha o comportamento do preço médio do aluguel de apartamentos prontos, encerrou dezembro com alta mensal de 0,43%, após permanecer praticamente estável no mês anterior (+0,03%). Comparativamente, a variação foi inferior à inflação registrada pelo IPCA/IBGE (+1,35%) e pelo IGP-M/FGV (+0,96%), resultando em uma queda real do preço médio. Individualmente, o comportamento do preço médio do aluguel em dezembro refletiu o avanço do preço médio na maior parte das capitais monitoradas, incluindo as altas registradas em: Salvador (+1,67%), Goiânia (+1,49%), Recife (+1,17%), Rio de Janeiro (+0,86%) e Florianópolis (+0,71%). Em contraste, as capitais que registraram recuos ou altas mais modestas no último mês de 2020 incluíram: Brasília (-0,60%), São Paulo (-0,09%), Porto Alegre (+0,03%), Belo Horizonte (+0,36%) e Fortaleza (+0,60%).

■ Análise de 2020: o Índice FipeZap de Locação Residencial encerrou 2020 com uma alta acumulada de 2,48% – resultado que manteve a variação do preço médio do aluguel abaixo da inflação medida pelo IPCA/IBGE (+4,52%) e pelo IGP-M/FGV (+23,14%). À exceção de Curitiba, onde o Índice FipeZap de Locação Residencial registrou queda 0,37% no preço médio, as demais capitais monitoradas apresentaram elevação de preço médio do aluguel no acumulado no ano, ordenadas da maior à menor variação da seguinte forma: Goiânia (+8,87%), Belo Horizonte (+6,24%), Recife (+5,0%), Salvador (+4,96%), Brasília (+4,91%) Porto Alegre (+1,27%), São Paulo (+1,14%), Florianópolis (+0,82%), Rio de Janeiro (+0,70%) e Fortaleza (+0,26%).

■ Preço médio de locação residencial: com base em dados de todas as 25 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap de Locação Residencial, o preço médio do aluguel encerrou o mês de dezembro em R$ 30,46/m². Entre as 11 capitais monitoradas, São Paulo se manteve como a capital com o preço médio mais elevado (R$ 40,06/m²), seguida pelos valores médios registrados em Brasília (R$ 32,16/m²), Recife (R$ 31,50/m²) e Rio de Janeiro (R$ 30,74/m²). Já entre as capitais com menor valor de locação residencial, destacaram-se: Fortaleza (R$ 17,37/m²), Goiânia (R$ 18,46/m²), Curitiba (R$ 20,77/m²) e Belo Horizonte (R$ 23,54/m²).

■ Rentabilidade do aluguel: a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis é uma medida de rentabilidade (rental yield) para o investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel ao longo do tempo. Nesse sentido, o indicador pode ser utilizado para avaliar a atratividade do mercado imobiliário em relação a outras opções disponíveis aos investidores a cada momento do tempo. Com isso, o retorno médio do aluguel residencial (anualizado) encerrou em dezembro de 2020 em 4,70%, percentual marginalmente inferior ao registrado há 12 meses (recuo de 0,03 ponto percentual) mas ainda assim superior à rentabilidade média projetada de aplicações financeiras de referência.

Nota (*): os preços considerados se referem a anúncios para novos aluguéis. O Índice FipeZap não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Como resultado, o Índice FipeZap de Locação Residencial capta de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda por moradia ao longo do tempo.

Vedacit Labs abre inscrições para aceleração de startups

Programa de Inovação Aberta da Vedacit, líder no mercado de impermeabilização, o Vedacit Labs está com as inscrições abertas para o terceiro ciclo. As cinco startups selecionadas receberão um Seed Money de até R﹩ 200 mil reais e três meses de aceleração, com mentoria dos executivos, conselheiros da Vedacit e convidados. As inscrições podem ser feitas até primeiro de março pelo site: https://www.vedacitlabs.com .

Este é o terceiro ano do Programa, por meio do qual já foram aceleradas 10 startups e mais de 800 inscritas nas edições anteriores. Podem participar da seleção construtechs e proptechs (startups de construção civil e do setor imobiliário) com projetos voltados para as áreas:

• Tecnologia para edificações: soluções, produtos e serviços para a melhoria dos sistemas construtivos, com foco em planejamento e concepção de projetos, no uso consciente da água durante a construção (diminuição nos índices de perdas), na eficiência energética (automação e digitalização do controle de impacto) ou na reutilização de materiais de uso temporário ou reciclagem, além de tecnologias que contribuam com o planejamento, gestão e o monitoramento da execução das obras;

• Varejo: soluções para gestão de lojas e estoques de pequeno e médio porte, com foco na atração e retenção do consumidor dentro da loja, que melhorem a experiência do cliente, no varejo online (para facilitar o processo de entrega dos produtos) ou voltadas à oferta de crédito para pequenos lojistas, além tecnologias para a coleta e análise de feedbacks (possibilidade de otimizar os produtos, serviços e atendimentos);

• Mercado imobiliário: soluções com o foco em gestão de propriedade, segurança e comunicação em condomínios ou voltadas à oferta de crédito para consumidores de baixa renda.

O Pitch Day com as finalistas acontece em 26 de março e as selecionadas iniciam o Programa em maio de 2021. O regulamento completo e as inscrições estão disponíveis no site.

Após a conclusão do ciclo de aceleração, as startups têm a possibilidade de escalarem o negócio e trabalharem com a Trutec, empresa do grupo Vedacit que leva soluções tecnológicas para a construção civil. Três construtechs que já passaram pelo Labs – ConstruCode, Cianove e ElixirAI – fazem parte do portfólio da Trutec atualmente, além de outras que estão negociando a parceria. A ConstruCode, inclusive, é uma das 100 Open Startups, ranking que destaca anualmente as startups mais atraentes para o mercado corporativo. É a segunda colocada entre as Construtechs e a 38ª na colocação geral.

“A Trutec é uma empresa que leva soluções tecnológicas para a construção civil. O Vedacit Labs é a porta de entrada, faz a seleção de novos modelos de negócio, acelera e encontra as iniciativas aderentes à proposta. Somos a primeira empresa que investe em inovação e oferece um caminho completo para trilhar. É uma entrega de valor para o mercado, levando cada vez mais tecnologia e contribuindo para modernização do setor”, afirma Luis Fernando Guggenberger, executivo de Inovação e Sustentabilidade da Vedacit um dos e founders da Trutec.

Primeira empresa do segmento a lançar um programa de aceleração corporativa, a Vedacit quer ser referência no campo do empreendedorismo voltado para as construtechs no Brasil. A cada ciclo, são investidos cerca de R﹩2 milhões no Programa. O objetivo é ampliar a oferta de soluções ao segmento de construção civil, disponibilizando produtos, serviços e tecnologias.

“Os resultados conquistados nas duas primeiras edições foram além do esperado. Todas as construtechs desenvolveram soluções de impacto que ajudarão a preencher a lacuna de tecnologia na construção civil com serviços voltados para as construtoras e para o varejo. No último ciclo, por exemplo, tivemos faturamento quintuplicado e melhoria nos processos. A inovação é fundamental na construção”, acrescenta Gabriela de Rezende Oliveira, coordenadora de Novos Negócios da Trutec e gestora do Vedacit Labs.

A metrópole dos esquecidos

Por Luiz Augusto Pereira de Almeida

São Paulo, com seus 12 milhões de habitantes, é a triste síntese do equivocado planejamento da expansão dos maiores municípios brasileiros. Trata-se de um erro histórico, que cria privilégios, promove imensa estratificação demográfica e social, conspira contra o crescimento econômico, o desenvolvimento e o meio ambiente, levando a uma situação caótica de uso e ocupação do solo. A questão é mostrada com imensa clareza em filme do filósofo e premiado fotógrafo João Farkas, intitulado “A cidade segregada”, que aborda todos os problemas decorrentes da disfunção do meio urbano no País.

A distância entre a residência da maior parte dos habitantes e dos escritórios ou fábricas é um dos problemas que prejudicam a qualidade da vida. Muita gente, tendo de pegar vários ônibus, trens e metrô, consome seis horas diárias apenas para ir e voltar de casa ao trabalho. Dois terços dos paulistanos viajam mais de duas horas por dia para ir trabalhar, ou seja, quatro horas para ida e volta.

A região onde se localizam 70% dos empregos, o centro expandido, tem poucos habitantes, apenas cerca de dois milhões de pessoas, integrantes da classe alta e da classe média alta. Empurramos a classe média baixa e os mais pobres para cada vez mais longe. Cinco milhões de habitantes da classe média estão morando na periferia. Quanto mais distantes os imóveis, mais baratos. Quanto mais próximos, mais caros e inacessíveis para a maioria.

O centro expandido de São Paulo tem 250 quilômetros quadrados. É quatro vezes e meia maior do que Manhattan, em Nova York, e duas vezes e meia o tamanho de Paris. A região perdeu 400 mil habitantes nos últimos 30 anos. Apenas 22% do total de paulistanos vivem nesta “cidade intramuros”, enquanto 78% estão nas periferias, onde numerosas áreas, e não apenas as favelas, não têm áreas verdes, saneamento básico adequado, equipamentos de lazer e, o que é mais grave, a presença do Estado em termos de saúde, segurança e habitação. Essa distribuição urbano-demográfica contraria a lógica da justiça social e da qualidade da vida, pois as pessoas deveriam trabalhar, estudar, ter assistência médica e lazer nas mesmas regiões onde moram.

São Paulo é uma cidade tão desigual, que a taxa de mortalidade infantil em vários bairros chega a ser 20 vezes maior do que nas regiões mais desenvolvidas. Quem mora em áreas periféricas vive, em média, 23 anos a menos dos que habitam o centro expandido. Por exemplo, a longevidade média em Moema é de 80 anos, ante 57 em Cidade Tiradentes. Moradores dos locais mais afastados levam cerca de 75 dias para marcar uma consulta médica na rede pública de saúde.

Também é difícil prover saneamento básico, água e esgoto para todos, em áreas tão espalhadas. São Paulo precisaria tornar-se mais adensada, para que pudesse ter uma adequada infraestrutura, cujo custo de provisão seria muito menor. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) define como densidade ideal a relação de 400 habitantes por hectare, que expressa o equilíbrio entre qualidade de vida e desempenho dos equipamentos urbanos. Em São Paulo, são apenas 125. Ou seja, estamos na contramão do mundo civilizado.

O uso e a ocupação desordenados do solo também levam à devastação de mananciais hídricos e da vegetação, com numerosas invasões de terrenos que deveriam ser preservados. Mais recentemente, essa atividade ilegal passou a ser exercida pelo crime organizado, que ocupa amplas áreas, desmata e faz loteamentos clandestinos, comprados por milhares de pessoas, que nem desconfiam das irregularidades. Por conta disso, o município perdeu 7,2 milhões de metros quadrados de verde e 1,2 milhão de árvores. Até 2030, São Paulo terá mais 1,2 milhão de moradores. É preciso pensar em todas essas questões para reorientar os planos de expansão.

Enquanto a maioria do povo enfrenta as agruras dos erros históricos do planejamento urbano, o centro da cidade, área com ampla infraestrutura, vai sendo cada vez mais abandonado, com prédios invadidos, colocando em risco a segurança, a vida e a integridade de milhares de serem humanos. Seria importante repovoar de modo adequado e digno essa região.

É preciso rever as políticas públicas de uso e ocupação do solo em São Paulo e nas cidades brasileiras, propiciando maior adensamento, recuperação das áreas centrais para habitação e revisão dos protocolos de verticalização das construções. É preciso expandir o direito das pessoas de morarem onde está seu trabalho, escola, lazer e acesso aos serviços do Estado. Política habitacional não se resume a oferecer moradia barata a três horas de onde tudo acontece. É preciso prover vida de qualidade, sem segregação e com foco na mitigação das desigualdades.

Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco Construtora e membro do Conselho Consultivo do SECOVI.