Preço de venda de imóveis residenciais encerra 2020 com alta acumulada de 3,70%

Com avanço 0,47% em dezembro, Índice FipeZap mostra ligeira aceleração nos últimos meses do ano, mas se mantêm abaixo da inflação
■ Análise do último mês: o Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades, registrou avanço de 0,47% em dezembro, acelerando ligeiramente ante os avanços de 0,43% (setembro) e 0,45% (em outubro). Comparativamente, a variação mensal do índice foi inferior ao comportamento esperado do IPCA/IBGE para o mês (+1,22%), segundo expectativa publicada no último Boletim Focus do Banco Central do Brasil*. Uma vez confirmada a variação esperada dos preços ao consumidor, o preço médio de venda de imóveis residenciais encerrará o último mês de 2020 com queda de 0,74% em termos reais. Individualmente, à exceção de Brasília, onde os preços permaneceram praticamente estáveis no último mês (-0,03%), as demais capitais monitoradas pelo Índice FipeZap de Venda Residencial apresentaram elevação de preço, com destaque para as variações registradas em: Manaus (+2,65%), Maceió (+1,85%), Vitória (+1,66%), Fortaleza (+1,12%), Florianópolis (+1,02%), João Pessoa (+0,95%), Campo Grande (+0,87%), Goiânia (+0,84%), Porto Alegre (+0,80%), Recife (+0,59%) e Curitiba (+0,58%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, municípios com maior peso na composição do Índice FipeZap, as variações nominais registradas em dezembro de 2020 foram de +0,37% e +0,30%, respectivamente.

■ Balanço final de 2020: com o encerramento do ano, o Índice FipeZap acumulou alta nominal de 3,70%, ante variação de +4,38% esperada para o IPCA/IBGE nesse período*. Na comparação entre a variação acumulada do Índice FipeZap e a inflação esperada, a expectativa é que o preço médio de venda dos imóveis residenciais encerre o período com queda real de 0,66%. À exceção de Recife, onde o preço médio de venda residencial apresentou queda de 0,38% no ano, as demais capitais monitoradas pelo Índice FipeZap registraram avanço no período, destacando-se as variações observadas em: Brasília (+9,13%), Manaus (+8,76%), Curitiba (+8,10%), Maceió (+7,90%), Vitória (+7,49%), Florianópolis (+7,02%) e Campo Grande (+5,91%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os preços médios de venda do segmento residencial encerraram o ano com altas acumuladas de 3,79% e 1,60%, respectivamente.

■ Preço médio de venda residencial: tendo como base a amostra de imóveis residenciais anunciados para venda nas as 50 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap de Venda Residencial, o preço médio calculado em dezembro de 2020 foi de R$ 7.487/m². Mais especificamente, as capitais monitoradas que registraram o preço de venda mais elevado no último mês foram: Rio de Janeiro (R$ 9.437/m²), São Paulo (R$ 9.329/m²) e Brasília (R$ 7.985/m²). Já entre as capitais monitoradas com menor valor médio de venda residencial por metro quadrado no último mês, destacaram-se: Campo Grande (R$ 4.376/m²), Goiânia (R$ 4.483/m²) e João Pessoa (R$ 4.515/m²).

Nota (*): Informação publicada no Boletim Focus do Banco Central do Brasil em 04/01/22. A variação real efetiva será conhecida apenas após a divulgação do IPCA/IBGE.

O que o período pós-pandemia deve ensinar para o mercado imobiliário

Por Silvio Kozuchowicz, CEO da SKR Arquitetura Viva

Um vírus chegou com tudo no mundo e chacoalhou as estruturas de sociedades, economias, mercados e, principalmente, a vida das pessoas. Estamos escondidos, praticando isolamento social, desempenhando nossas atividades na frente do computador e sem muita certeza do impacto do que isso vai trazer para a forma de pensar, viver, escolher, interagir, decidir e consumir. Posso afirmar que existirá o AC/DC – não a conhecida banda australiana de rock and roll e nem o Antes/Depois de Cristo – mas sim o “Antes do Coronavírus/Depois do Coronavírus”, mas por enquanto estamos no meio, ainda tentando sobreviver aos efeitos devastadores desse enorme tsunami, que ainda está passando, porém, modificando cenários e nos fazendo refletir e repensar muita coisa.

O vento indomável ainda deixa tudo baseado no inesperado, mas alguns sinais já se mostram no meio disso tudo. Esse período intermediário que vivemos agora trouxe a oportunidade de experimentar um contato ainda maior com a nossa casa, descobrindo novas formas de interação com esse ambiente tão importante e que hoje nos aconchega, protege e ressignifica a nossa vida. A tecnologia, que antes distanciava, hoje aproxima.

A forma como viveremos a vida na etapa do “Depois do Corona” terá um grande impacto em vários setores, incluindo o imobiliário. A forma de arquitetar, construir e propor o viver deve passar por uma grande renovação, assim como a forma de interagir com os entornos e as cidades. Ou seja, iremos transpor cada vez mais as barreiras da imobilidade do imóvel.

Porém, eu acredito que a atemporalidade é um aspecto que ganha valor. Eu gosto muito de um artigo do estilista Giorgio Armani no qual ele faz uma reflexão sobre como serão os desfiles após a pandemia. Qual será o sentido de investir em coleções que logo perdem o seu valor. Qual é o sentido de manter a moda tão volátil? Qual é o sentido de investir em apartamentos cada vez menores que sacrificam a qualidade do morar? O barato pode sair caro.

Algumas tendências irão se tornar em movimentos que se consolidarão cada vez mais, como o coliving e a arquitetura de hospitalidade. Áreas comuns compartilhadas com estilo e funcionalidade, união de princípios como serviços, interação e a comunicação por meio da tecnologia. Isso já é realidade em alguns empreendimentos e deve se tornar ainda mais presente no período pós-pandemia.

A reflexão que o pós-Covid 19 nos deixará de lição é que a arquitetura será o principal vetor de mudança para o desenvolvimento imobiliário. Não poderemos nos ater aos modismos. Não haverá mais espaço para a criação de mercados que amanhã não terão mais a preferência das pessoas. As pessoas vão valorizar cada vez não somente a forma de habitar, mas de viver.

Estão abertas as inscrições para o “8º Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura” com o selo AsBEA

O Grupo Saint-Gobain, empresa de renome mundial na área de construção sustentável, colaborou com a Associação Brasileira de Arquitetos (AsBEA) no lançamento da 8ª edição do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura. Profissionais e estudantes da construção civil podem se inscrever pelo site premiosaintgobainasbea.com.br até 15 de janeiro de 2021.


Os ensaios podem ser inscritos na categoria profissional (método: projeto e tipo de edifício: comercial, residencial e institucional) ou acadêmico (método: projeto acadêmico). Para comemorar a chegada do AsBEA, esta edição tem algumas novidades: quatro destaques do AsBEA, aplicáveis a projetos de 2.000 metros quadrados (2.000 a 10.000 metros quadrados, acima de 10.000 metros quadrados) e Roberto Cláudio dos Santos Aflalo. Serão R$ 330 mil em prêmios.

Procura por terrenos, sítios e fazendas à venda cresce 52% na OLX no 3° tri de 2020

O setor imobiliário brasileiro segue em crescimento durante a pandemia do coronavírus, sendo beneficiado pelas baixas taxas de juros e alta disponibilidade de crédito. A OLX, uma das maiores plataformas de compra e venda online do país, vem acompanhando as tendências desse mercado e realizou levantamento para avaliar o interesse por terrenos, sítios e fazendas. Segundo os dados, a procura por esses tipos de imóveis que estão à venda cresceu 52% no terceiro trimestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o aluguel teve alta de 47% na demanda na mesma comparação.

Marcos Leite, general manager do ZAP+ na OLX Brasil, explica que a demanda por imóveis fora das grandes cidades cresceu durante a quarentena: “Com muitas empresas e escolas adotando regimes de trabalho e ensino à distância, houve uma flexibilização na necessidade de morar perto desses locais. Isso, aliada à recomendação de praticar o distanciamento social, fez com que muitas famílias buscassem um refúgio em sítios e fazendas, ou mesmo procurassem terrenos para construir uma casa em outro cenário.”

O levantamento da OLX também avaliou o aumento na procura por terreno, sítio ou fazenda nas regiões do Brasil, levando em consideração tanto a venda como o aluguel. O Centro-Oeste foi a que registrou maior variação na demanda no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, com alta de 66%. É seguida pela região Sudeste, com crescimento de 54%, Nordeste, de 53%, Sul, de 46%, e Norte, de 35%. O Sudeste teve a maior base de usuários da plataforma procurando por esses imóveis (43%) no terceiro trimestre de 2020, conforme a tabela abaixo.

Em relação aos estados, a maior variação na demanda por venda e aluguel no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi registrada no Distrito Federal (89%), seguida por Goiás (69%), Minas Gerais e Santa Catarina (ambos com 63%). Por outro lado, os estados que mais concentraram o interesse dos compradores na OLX no terceiro trimestre de 2020 foram São Paulo (19%), Minas Gerais (13%) e Paraná (7%).

A OLX ainda analisou as regiões por DDD que tiveram maior aumento no interesse de quem procura terreno, sítio ou fazenda para comprar e alugar. Nesse recorte, o maior crescimento no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi visto na região de DDD 061, do Distrito Federal, com alta de 89%. Em segundo lugar, ficou a região de DDD 048, de Florianópolis, com aumento de 76%. Em terceiro, ficou a região de DDD 062, de Goiânia, com crescimento de 69%. Em números absolutos, os municípios que registraram maior procura na OLX no terceiro trimestre de 2020 foram os de DDD 011, na capital paulista e entorno, e DDD 062, na Grande Goiânia e Anápolis, com 6% cada.

Faixa de preço

Os dados levantados pela OLX ainda mostram as faixas de preço de terrenos, sítios e fazendas que mais têm atraído os compradores. Aqueles com valores entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, e acima de R$ 2 milhões são os que registraram maior crescimento na procura, com alta de 74% cada um, na comparação entre o terceiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2019. Considerando somente o terceiro trimestre de 2020, a maioria dos usuários da plataforma que procurava por imóveis teve interesse nos valores de até R$ 250 mil (72%), seguido pelos valores de R$ 250 mil e R$ 500 mil (12%) e de R$ 500 mil a R$ 1 milhão (7%).

ABRAINC: Sudeste tem déficit habitacional de 3,1 milhões de residências

Estudo inédito encomendado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) à Ecconit Consultoria Econômica, mostra que o déficit habitacional do Sudeste é o maior do país. A região sofre com a falta de 1.418.352 residências para atender a população. O Sudeste é a segunda região do país com maior deficiência de imóveis para atender a demanda reprimida, atrás do Nordeste, quando se observa o déficit reprimido (sem contar o ônus excessivo com aluguel).

Mas assume a liderança do ranking quando o gasto excessivo com aluguel (mais de 30% da renda da família) forma o déficit ampliado: 1.726.242 moradias estão na categoria do ônus, elevando o total do residências faltantes para 3.144.594 unidades. Desse total, 97% é de moradias faltantes para a população com renda de até 5 salários mínimos (totalizando 3.056.209 unidades habitacionais).

O presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, observa que o déficit seria maior se o Sudeste não o tivesse reduzido em 888.621 unidades entre 2004 e 2019. “Ao longo de 15 anos, o país reduziu o déficit em mais de 2 milhões de moradias. A redução reflete as políticas públicas de habitação para a população de baixa renda adotadas pelo Estado. É preciso reforçar e ampliar essas políticas para zerar o déficit habitacional brasileiro, bem como focar na redução dos juros do financiamento imobiliário para permitir que os mais pobres realizem o sonho da casa própria”, afirma.

França pondera, contudo, que o aumento do comprometimento da renda com aluguel fez o déficit ampliado nacional subir em 1,8 milhão de moradias entre 2004 e 2019, resultando em um saldo positivo global de apenas 193 mil unidades. A maior fatia do crescimento com o ônus ocorreu no Sudeste (43%), movimento iniciado a partir da crise econômica de 2014.

O estudo foi elaborado com base em dados do IBGE reunidos e analisados pela equipe da Ecconit, que é formadas pelos economistas Robson Gonçalves, Marco Capraro Brancher e Ana Maria Castelo.

Ranking nacional

Em 2019, a dimensão absoluta do déficit alcançou 7,797 milhões de unidades. Isso corresponde a 9,6% do total de domicílios existentes no país no ano. Desse universo, 3.345.809 unidades compõem o chamado ônus excessivo com aluguel.

O ônus excessivo saltou de 18,9% do total do déficit em 2004 para 42,9%, em 2019, puxado pela perda de renda pelo brasileiro – especialmente a partir de 2014.

O Sudeste é a região com maior peso do aluguel na composição do déficit (1.726.242 moradias na categoria). Seguida pelo Nordeste (748.429), Sul (403.458), Centro-Oeste (305.562) e o Norte (162.118).

Ranking estadual

O estado de São Paulo lidera o déficit de habitação tanto na região Sudeste como no país como um todo. Faltam 1.758.158 moradias para os paulistas, sendo que 97,7% se concentra em famílias com renda mensal de até 5 salários mínimos.

O Rio de Janeiro é o segundo no ranking regional, com déficit total de 588.562 moradias. Na região, o estado fluminense apresenta a maior proporção na faixa de renda familiar de até 5 salários: 99,5% do total do déficit está concentrado nesse extrato econômico.

Minas Gerais tem déficit de 354.992 morarias em todo o estado. Entre os mineiros, 99,43% desse universo de excluídos a casa própria têm renda familiar de até 5 salários mínimos.

Já no Espírito Santo, o contingente de moradias em déficit é de 116.510. Os capixabas com renda familiar de até 5 salários mínimos representam 98,9% do déficit estadual.

Veja o ranking completo do ranking do déficit habitacional do Sudeste por faixa de renda:

Fonte: Abrainc-Ecconit

Demanda futura

O estudo da Abrainc-Ecconit faz uma projeção sobre a formação de novas famílias – incluindo “famílias unitárias”, representada pela crescente parcela de brasileiros vivendo sozinhos. Entre 2020 e 2030, calcula-se que 11,4 milhões de famílias surgirão.

Se cada uma delas demandar um imóvel está será a demanda por moradias em todo o país. Familiar com renda de até 5 salários mínimos deve responder por 81% das que precisarão de uma nova residência até 2030.

O Sudeste deve demandar 38,1% das moradias necessárias para atender novas famílias, totalizando 4,35 milhões de unidades na próxima década. Em seguida, o Nordeste deve demandar 28,5% novas residências, o que presenta demanda por 3,252 milhões de unidades.

São Paulo deve ser o estado com maior demanda: 2.294 milhões (20,1% do total nacional). Seguido por Minas Gerais (998 mil moradias ou 8,7% do total do nacional), Rio de Janeiro (817 mil e 7,2%, respectivamente) e Espírito Santo (242 mil e 2,1%, respectivamente).

Bild inova no relacionamento com o cliente

A compra de imóvel é um processo que requer reflexão, tempo e, sobretudo, confiança. Além disso, diferente de outros setores, na construção civil são necessários anos para que clientes e construtora estabeleçam uma relação próxima, que segue desde o momento da assinatura do contrato até a entrega das chaves. Pensando nesta relação, a Bild Desenvolvimento Imobiliário, construtora com 13 anos de atuação no interior de São Paulo e que, recentemente, também passou a atuar em Minas Gerais, implementou no último mês de novembro o “Jornada ao Lado”. O programa nasceu com o objetivo da empresa se aproximar do cliente, entender todos seus sentimentos e percepções durante toda a jornada: da assinatura de imóvel, passando pelo período de obras, entrega do empreendimento e, finalmente, a experiência de moradia.

A construtora sempre teve o questionamento “como acolher, compreender e superar as expectativas e necessidades dos clientes?” como base para implementar projetos e ações que se diferenciam pela inovação e não apenas dentro dos canteiros de obras. Prova disso é que em 2018, a construtora foi reconhecida como a melhor empresa em atendimento ao cliente do Brasil no setor de construção civil pelo Guia Exame/IBRC.

O programa

Apesar do reconhecimento, a vontade constante em inovar e proporcionar uma experiência de relacionamento diferenciada aos clientes, motivou a empresa a dar mais um passo em direção ao atendimento e experiência de excelência. E foi aí que nasceu o programa Jornada ao Lado. “O objetivo é estarmos ainda mais próximos dos nossos clientes e entender melhor o que ele passa em cada etapa da jornada. Então, tudo o que ele vivencia durante esse processo – seja de dor ou alegria e até quais são as maiores dúvidas – estarão em nosso radar para que possamos juntos evoluir”, explica Thays Travaina, gerente de Inteligência em Clientes da Bild.

Para atingir esse objetivo, já foram criados grupos com um perfil específico de clientes, cada um composto por 10 pessoas de diferentes cidades em que a Bild atua. Como o projeto está em seu início, neste primeiro momento foram selecionados os clientes que compraram o imóvel na planta e das localidades em que a construtora atua há mais anos, que são Ribeirão Preto, Bauru, Franca e Araraquara. “Mas, serão diversos grupos, também denominados como ‘comitês’, em que diferentes perfis de clientes e das outras cidades em que atuamos também serão ouvidos”, explica a gerente.

Segundo ela, no início da ação, devido a pandemia, serão realizados encontros on-line, com dinâmicas. “Futuramente, a intenção é promover ações presencias com esses clientes, o que também contribui até mesmo na promoção de networking entre os participantes”, destaca.

As primeiras ações entre os clientes selecionados foram realizadas nas últimas semanas. “Mas, como é um processo longo, serão realizados encontros semestrais para que possamos entender tudo o que nosso cliente passa durante sua jornada conosco, ouvindo direto dele quais são as impressões de cada etapa do processo”, explica Thays Travaina.

A proposta com o novo programa é a evolução como empresa, bem como acertar mais e errar menos. “Com isso, poderemos reconhecer acertos e implementar mudanças que estejam em sintonia com quem mais entende do nosso produto: o cliente. Isso é muito importante, pois o objetivo principal dessa ação e estarmos juntos dessas pessoas para evoluirmos em todos sentidos”, finaliza. 

Para conhecer mais o projeto acesso o site: bild.com.br/jornadaaolado

Maioria em São Paulo busca imóvel de dois quartos, uma vaga e até 80m2, mas oferta não é suficiente

Se todas as pessoas que estão em busca de imóveis até 80 m2 para morar na capital paulista decidirem fechar o negócio hoje, o volume de casas e apartamentos disponíveis não atenderia a demanda. A constatação vem do recente estudo sobre o que é ofertado no mercado versus a demanda de pessoas que estão buscando, do DataZAP, braço de inteligência imobiliária do ZAP+. O levantamento identificou que a cidade vive um descolamento entre o perfil dos imóveis mais procurados com os oferecidos pelo mercado.

“A heterogênea cidade de São Paulo impossibilita a criação de um imóvel padrão que atenda toda a cidade e o anseio dos cidadãos paulistas e é preciso considerar a regionalização como característica importante. Porém, na análise da cidade, é possível perceber os desequilíbrios existentes entre oferta e demanda, quando são considerados características dos imóveis como tamanho, dormitórios, vagas e preços”, diz Danilo Igliori, economista da DataZAP. A análise teve como base o volume de buscas nos portais do ZAP+ (ZAP imóveis e Viva Real) e comparou a distribuição relativa entre a demanda e a distribuição relativa dos anúncios ofertados por características em São Paulo entre outubro de 2019 e setembro de 2020.

Os dados apontam que 15% dos leads gerados para a cidade buscam imóveis até 45m², apenas 7% dos anúncios têm esta metragem, o maior déficit em oferta. No comparativo entre a distribuição relativa das ofertas e leads gerados nos portais do ZAP Imóvel e Viva Real, a maior variação está para imóveis até 45m², onde 15% dos leads se interessam por essa metragem e apenas 7% das unidades ofertadas.

Número de quartos

Em relação ao aproveitamento do espaço desses imóveis, a maioria (56%) das buscas na capital é por opções com até dois dormitórios. A pesquisa também identificou dois perfis distintos de público para os imóveis com até 45m². Na região do centro expandido, esse tipo de espaço costuma ser do tipo Studio ou com apenas um dormitório, sem vaga de garagem e escolhido por quem mora sozinho ou por jovens casais. Fora da região central, a busca por opções com essa metragem é feita por famílias pequenas, que demandam 2 dormitórios e uma vaga de garagem.

“Por outro lado, se analisarmos a procura por quatro dormitórios ou mais, vemos que a demanda é menor que a oferta. Enquanto os imóveis com esse tipo de planta correspondem a 14% do anunciado, somente 7% dos consumidores têm interesse por eles”, comenta o economista.

Vagas de garagem

As mudanças no modo de viver em São Paulo abrangem também questões de mobilidade. A pesquisa mostra que enquanto a capital tem vasta oferta de imóveis com três vagas de garagem ou mais, a maior procura é por opções com uma ou nenhuma vaga.

Imóveis com uma vaga e dois quartos são a combinação mais procurada e, ao mesmo tempo, a menos atendida. “Supondo que todos os consumidores que desejam um imóvel como esse decidam fechar negócio, 7% deles não seriam atendidos. Também há lacunas do mercado em oferecer um dormitório sem vaga ou com uma única vaga. Enquanto isso, imóveis com mais de quatro dormitórios e três vagas têm o maior excedente, de 6%, em relação a procura”, conta Igliori.

Custo Benefício

O estudo do ZAP+ também identificou desequilíbrio em relação a faixa de preço buscada. O maior gargalo está na oferta de opções de R$ 200 mil a R$ 350 mil, em que a demanda está 5% acima da oferta. Os dados mostram também que enquanto 43% buscam comprar um imóvel até R$ 500 mil, apenas 27% das opções à venda estão nesta faixa.

Já a busca por imóveis a partir de R$ 750 mil tem oferta suficiente, mas não atende às necessidades do consumidor em relação à quantidade de dormitórios e vaga de garagem. Quando observados os números para imóveis acima de R$ 1 milhão, a oferta sobrepõe a demanda em 8%.

“Em São Paulo, o mercado tem o desafio de criar novas opções para atender às necessidades e desejos atuais dos consumidores. Temos visto algumas soluções para que essa oferta dos compactos comece a dar conta da demanda, sendo uma delas, os novos imóveis na capital, já que de janeiro a setembro, pelo menos 80% dos lançamentos na capital foram de imóveis com até 45m²”, analisa Danilo Igliori.

Alteração no lucro imobiliário pode elevar receitas do governo e beneficiar investidores do setor, diz especialista da Mazars

Um dos objetivos do governo federal a curto prazo é elevar as receitas públicas através de alterações na legislação. Uma das possibilidades cogitadas pela equipe do ministro Paulo Guedes é criar uma alternativa para a apuração do imposto de renda sobre o lucro imobiliário (ganho de capital na alienação de imóveis), cujas alíquotas giram entre 15% e 22,5%. O governo permitiria uma atualização do valor do imóvel, já cobrando uma taxa de 4% ou 5% sobre o aumento do preço do imóvel.

Segundo Luiz Eguchi, diretor de Tax da Mazars, auditoria e consultoria empresarial, a medida beneficiaria o governo, que aumentaria suas receitas de maneira imediata, e os contribuintes que possuem muitos imóveis.

“O governo poderia seguir dois caminhos. O primeiro seria permitir que o contribuinte faça uma atualização do valor do imóvel através da Declaração de Ajuste Anual (IRPF), o que injetaria dinheiro nos cofres públicos em um futuro próximo. Caso isso seja antecipado de forma voluntária, poderia haver a criação de uma declaração de reavaliação de imóveis. Para o contribuinte, isso seria positivo, já que poderia impactar na apuração de um ganho de capital menor e, consequentemente, uma redução na tributação atual”, afirma Eguchi.

A reavaliação do imóvel com uma tributação reduzida poderia gerar ganhos de 10 a 18,5% para os investidores que atuam no setor imobiliário. Por exemplo, um imóvel comprado em 2010 por R﹩ 500 mil, tem esse valor informado como custo de aquisição na Declaração de Ajuste Anual (IRPF). Caso o investidor opte por reavaliar o imóvel por R﹩ 800 mil, na alternativa aventada pelo governo federal, pagaria 4% ou 5% sobre o valor adicionado (R﹩ 300 mil) e, na hipótese de vendê-lo pelo valor reavaliado, não apuraria o ganho de capital (lucro imobiliário). Nesse caso, o valor adicionado teria sido tributado a 4% ou 5% ao invés dos 15% do ganho de capital, resultando numa economia de 11% ou 10%.

Com lançamento em Salvador, Moura Dubeux alcança R$ 460 milhões em valor geral de venda

A Moura Dubeaux, maior incorporadora do Nordeste, faz seu primeiro lançamento do ano em Salvador, o Orquidário, localizado no Parque Bela Vista. O empreendimento, focado no público de média renda, com apartamentos de 58 e 69 metros quadrados, com dois ou três dormitórios, tem Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 80 milhões.

Trata-se do sexto lançamento em 2020 da empresa. A incorporadora apresentou lucro líquido de R$ 14,9 milhões no terceiro trimestre.

Em Salvador, além do Orquidário, a Moura Dubeaux está realizando mais dois lançamentos: o edifício Olhar Caminho das Árvores, com duas torres, apartamentos de 130 e 160 metros quadrados e três ou quatro suítes; e o Mirat Martins de Sá, com unidades de 252 metros quadrados e quatro suítes. A empresa está completando, assim, 13 empreendimentos na cidade.

Sustentabilidade e inovação

Os três lançamentos de Salvador utilizarão energia solar, reuso de água e iluminação com led, em linha com os mais atuais preceitos de arquitetura em termos de sustentabilidade. Também possuem vagas para carros elétricos, estimulando a redução da emissão de carbono por veículos automotores.

Os empreendimentos também levarão mais segurança aos bairros, aos quais proporcionará alguns equipamentos urbanos nas áreas próximas, pensando no bem-estar da vizinhança e no conforto de um espaço de lazer bem-estruturado: parquinhos infantis e espaços para pet. Nos arredores do Orquidário, também se realizou a melhoria da área pública, para facilitar a circulação e o acesso dos moradores. Os três empreendimentos estão gerando mil empregos em Salvador.

Desorganização da produção e a alta das matérias-primas repercutem no setor da Construção

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, variou 0,1 ponto em dezembro para 93,9 pontos, acomodando em níveis próximos aos observados antes da pandemia. A média do índice no quarto trimestre de 2020 (94,3 pontos) é 6,6 pontos maior do que a média do terceiro trimestre de 2020 (87,7 pontos).

“A confiança do setor da construção acomodou em dezembro em um nível superior ao de dezembro de 2019, o que considerando todas as dificuldades do ano é um aspecto positivo. Vale destacar o aumento do Indicador de Evolução Recente de Atividade, apesar do maior percentual das assinalações relativas à escassez e ao custo das matérias primas. Por outro lado, as expectativas continuam se deteriorando e os empresários estão mais pessimistas do que estavam no ano passado. Além das incertezas do cenário econômico, esse pessimismo parece estar relacionado às dificuldades recentes das empresas”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

A confiança em dezembro ficou estável, pois a melhora na avaliação sobre o momento presente compensou a deterioração das expectativas dos empresários para os próximos seis meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) aumentou 0,9 ponto para 92,4 pontos, o maior valor desde agosto de 2014 (93,0 pontos). Os indicadores de situação atual dos negócios e carteira de contratos avançaram respectivamente 1,2 ponto e 0,6 ponto, para 94,8 pontos e 90,1 pontos.

Entretanto, Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo segundo mês consecutivo, de 96,2 pontos para 95,5 pontos 2,9 pontos. A queda de 2,6 pontos do indicador de tendência dos negócios compensou o avanço de 1,3 ponto do indicador de demanda prevista.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) variou 0,2 ponto percentual (p.p.), para 72,9%. O resultado ligeiramente positivo foi influenciado pelo aumento de 0,2 p.p. do NUCI de Mão de Obra (de 73,9% para 74,1%), já que houve recuo de 0,3 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,9% para 65,6%).

Escassez e elevação de preço dos materiais

A desorganização da produção e a alta das matérias-primas têm repercutido fortemente no setor da construção. Em dezembro, entre os fatores limitativos, a escassez de material de construção alcançou 20,0% das assinalações do mês, um recorde histórico da Sondagem. Por sua vez, a elevação de preços foi assinalada por 21,6% das empresas. “Essas questões atingem todos os segmentos do setor da construção e se apresentam uma limitação adicional e com potencial crescente no processo de retomada”, avaliou Ana Castelo.