Apartamentos compactos: veja como aproveitar pequenos espaços

Arquiteta dos decorados da construtora Yticon apresenta soluções criativas com mobiliário sob medida

A pandemia causada pela Covid-19 acentuou a maneira que os brasileiros se relacionam com sua casa, seja em busca de mais conforto, praticidade no dia a dia ou formas de ocupação do espaço. Por isso, mais do que nunca, o significado de “morar bem” não está relacionado ao tamanho do imóvel, mas às inúmeras possibilidades que podem ser aplicadas para trazer a sensação de bem-estar. É o caso dos apartamentos compactos, que, cada vez mais, chamam atenção daqueles que pretendem adquirir um imóvel com preço mais acessível, já que a metragem privativa é menor, mas que não abrem mão do conforto e da praticidade.

A arquiteta dos apartamentos decorados da construtora Yticon, Cristina Cardoso, ressalta que a utilização do imóvel compacto pode ser ainda mais surpreendente quando há planejamento. “Em posse da planta de layout do apartamento, é possível fazer uma leitura e indicação do tamanho ideal e da disposição dos móveis, objetos de decoração e eletrodomésticos dentro do orçamento e perfil do morador”, diz. 

Ela lembra ainda que devem ser analisados os hábitos diários, estilo de vida, dinâmica familiar e projetos futuros. “Além disso, neste planejamento, o profissional irá apontar inúmeras aplicabilidades de materiais, como vidros, espelhos, metais e madeiras, muito utilizados para a integração, otimização e estética dos ambientes”, completa.

Móveis sob medida

No apartamento decorado do Solar das Laranjeiras, primeiro empreendimento da Yticon na cidade de Maringá (PR), foram aplicadas técnicas como a utilização de vidros e de móveis planejados, integrados à disposição da planta. Segundo Cristina, móveis feitos sob medida ajudam neste processo, pois vão possibilitar que o espaço seja aproveitado ao máximo. “Avaliamos sempre o custo x benefício e intenções futuras do morador, como o desejo de ter filhos ou trabalhar em casa. Também consideramos o fato da reutilização de alguns móveis. Se eles devem ou não ser usados no novo apartamento. Porém, para um melhor resultado, é preciso ser racional e não emocional”, explica. Além disso, no planejamento são consideradas o máximo de funções possíveis aos móveis, tornando-os multifuncionais, como sofás camas, camas com gaveteiros, pufes com baú, mesinhas móveis, portas de correr, entre outros.

Os apartamentos do Solar das Laranjeiras possuem 45 m² de área privativa e a arquiteta explica que os tipos de materiais, bem como os móveis foram pensados de forma a não dividirem o ambiente. Foram escolhidos mobiliários únicos que ocupassem toda a extensão da parede e dessem maior sensação de fluidez entre os cômodos. “Na sala de estar, adotamos apenas um sofá maior, em vez de duas poltronas, para aproveitarmos todo o espaço sem interrupção”, explica. 

Criatividade

Apesar do ganho de espaço estar diretamente relacionado ao mobiliário, a arquiteta pontua que, com criatividade aplicada ao conhecimento, as ideias são multiplicadas. Como exemplo, Cristina explica que é possível utilizar, de forma inteligente, locais que são subestimados – como cantos das paredes, área superior e atrás das portas, bem como parte acima do vaso sanitário – com a aplicação de armários e prateleiras. “Muitas vezes, também vale a pena investir na aquisição de alguns eletrodomésticos específicos, como uma máquina de lavar com abertura frontal, que se torna uma bancada para outros eletrodomésticos ou objetos e, também, deixa espaço para uma prateleira logo acima. Utilizei essa técnica na área de serviço que fica anexada à cozinha no apartamento do Solar das Laranjeiras e funcionou muito bem”, ressalta. 

Multifuncionalidade

Já nos quartos, a arquiteta salienta que preferiu obter mais funções ao espaço, que vão além de um dormitório. “No quarto infantil, criamos um ambiente lúdico e relaxante, onde as crianças podem brincar, descansar e estudar”. A utilização de uma beliche não convencional possibilitou a colocação de um closet menor, bem como gavetas para roupas e prateleiras para brinquedos embaixo de uma das camas. Um simples cordão de luz de led deu ainda mais charme para o cômodo. “Essas são ideias que podem ser ampliadas ou adaptadas de acordo com a necessidade do morador”, detalha Cristina. 

Todas as soluções apresentadas no apartamento decorado visam, principalmente, a harmonia e a utilização adequada do espaço dos ambientes, com a multifuncionalidade do mobiliário. No entanto, ela ainda lembra que medidas mais simples e pontuais ajudam, e muito, na composição do apartamento. “Algumas aplicações de materiais reflexivos, como vidros, espelhos e pontos de iluminação, podem transformar completamente o espaço, pela amplitude visual que causam. Lembrando que determinados tipos de pintura (até mesmo artística), texturas e cores criam ilusões de ótica e dão a sensação de maior amplitude quando bem realizadas. Já utensílios domésticos e caixas organizadoras podem fazer parte da decoração utilitária”, exemplifica a arquiteta.

Biofilia: conheça o conceito que tem impactado projetos arquitetônicos

Biofilia tem sido inspiração para harmonizar construção, bem viver e saúde emocional das pessoas

Integrar construção e natureza em projetos arquitetônicos se tornou quesito de desejo, tanto para o público que procura um novo lar, quanto para empresas em espaços comerciais. Isso ocorre porque o bem viver é muito mais complexo do que se espera e está diretamente ligado à questão territorial que envolve não só criações humanas, mas a harmonia com aspectos da natureza como madeira, água, vegetação e luz natural, responsáveis por impactar diretamente a qualidade de vida das pessoas.

O conceito de biofilia, criado em 1985 pelo biólogo Edward Osborne Wilson, aponta para a predisposição de nos sentirmos atraídos pela natureza e seres vivos e, também, como a urbanização nos distanciou dessa experiência. O termo grego significa: amor pela vida e, é neste contexto que os profissionais da área da construção civil têm explorado as vantagens da arquitetura biofílica.

 “Quando falamos em arquitetura biofílica o objetivo é possibilitar que as pessoas se sintam mais calmas, dispostas e relaxadas no ambiente em que estão inseridas. É um conceito que envolve psicologia, saúde e construção. Portanto, trazer a natureza para as fachadas dos edifícios e dentro desses espaços significa contribuir com a melhora do bem-estar”, revela Adriana Macedo Perin, diretora da Víncere Incorporadora.

Um dos primeiros empreendimentos que trouxeram o conceito a Curitiba foi o Serra Juvevê, lançamento da Víncere Incorporadora, inspirado na serra do mar. “A essência do projeto foi introduzir uma vegetação exuberante e ter grandes entradas de iluminação natural para fazer um contraponto com a modernidade proposta pela arquitetura. Além disso, resgatamos componentes rústicos e harmonizamos com cores e texturas para estabelecer uma conexão direta com a natureza. A ideia das floreiras nas fachadas surgiu através da nossa grande inspiração, a Mata Atlântica”, diz o paisagista Felipe Reichmann, um dos autores responsáveis pelo projeto.

Além da ligação direta com a proposta acolhedora e ligada à natureza, o empreendimento traz o conceito de residências panorâmicas, terraços ajardinados para explorar o clima da serra e a vista privilegiada. “O conceito de biofilia é crescente e importante para o momento em que vivemos. É uma tendência que veio para ficar e contribui não só na vida de quem o escolhe, como também para o cenário urbano que está ao redor”, finaliza Adriana.

Cury Construtora registra recordes históricos em lançamentos e vendas em 2020

A Cury Construtora e Incorporadora (B3: CURY3), uma das construtoras líder no segmento de baixa renda no Brasil, divulgou hoje lucro líquido de R$ 68 milhões no 4T20, um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado. No fechamento do ano, a companhia registrou lucro líquido de R$ 160,8 milhões – estável em comparação ao encerramento de 2019.

A Receita Líquida foi de R$ 1,144 bilhão em 2020 e de R$ 345,3 milhões no 4T20, evolução de 12,3% e 14,5%, respectivamente. Os lançamentos atingiram R$ 1,54 bilhão em 2020, 34,2% superior aos R$ 1,148 bilhão de 2019 e 78% acima do 4T19.

Suportando os bons resultados, a companhia reportou em 2020 recordes históricos de Lançamentos, que superaram R$ 1,5 bilhão; de Vendas Líquidas, que atingiram R$ 1,345 bilhão (37% superior ao resultado de 2019 e alta de 22,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com R$ 404,6 milhões no 4T20), além de Vendas Sobre Oferta (VSO) Líquida de 35,1% no 4T20, e 64,3% em 2020, a maior VSO do segmento.

“Apesar de todos os desafios vividos ao longo de 2020, a resiliência e o comprometimento da companhia foram demonstrados em um ambiente cercado de incertezas e dificuldades nunca antes enfrentadas. Em 2020 concluímos o IPO da Cury e a construção de mais uma página na história de crescimento da Companhia”, afirma Fabio Cury, CEO da Cury.

O executivo ressalta que a pandemia acarretou o incremento de preço de alguns dos insumos essenciais para a construção civil, especialmente aço e cimento. Contudo, a companhia foi capaz de acomodá-los sem impactos imediatos nos resultados. Esse movimento se deu, principalmente, por conta de duas medidas: migração do landbank para áreas centrais, e exploração das faixas mais altas do Casa Verde e Amarela, o que permite incrementar preços dos produtos; e redução do prazo e consequente custo das obras.

“Para 2021 e para os anos que seguem, permaneceremos na mesma trilha: sendo fiéis aos nossos preceitos estratégicos, conservando margens e retornos em patamares acima da média do nosso segmento de atuação, enquanto entregamos crescimento robusto no volume de lançamentos da companhia”, afirma Cury.

CMI/Secovi-MG firma novo convênio para serviços cartorários em plataforma virtual

Empresas associadas podem se cadastrar no CartorioNet Registros, ferramenta que possibilita acesso on-line em cartórios de registro de imóveis

Com a proposta de facilitar o dia a dia das empresas associadas, a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) segue desempenhando um importante trabalho na busca por soluções inovadoras no mercado. Neste mês, a entidade passou a disponibilizar um novo serviço exclusivo para os associados: o CartorioNet Registros, a partir de convênio assinado com a CATI Soluções, especialista no desenvolvimento de sistemas. Para ter acesso, eles devem se cadastrar pelo link registro.cartorionet.com.

A plataforma possibilita o acesso on-line à solicitação de serviços cartorários de registro de imóveis. Entre eles, estão pedidos de certidão, pesquisa de bens, visualização de matrícula, protocolo eletrônico, monitor registral, repositório confiável de documentos (RCDE), além de ser possível a inserção de pedidos em lote, facilitando movimentações com grande volume. A solicitação pode ser encaminhada para qualquer cartório de registro de imóveis em todas as cidades de Minas Gerais. A partir de abril, os localizados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro serão incluídos na plataforma; outros estados do país também estão em fase de implantação.

A gerente da CATI Soluções, Thaís Caputo, destaca que a plataforma possibilita o acompanhamento, em tempo real, de todas as solicitações com segurança, agilidade e conforto. “O associado à CMI/Secovi-MG não precisará ir a um cartório ou contratar despachante para resolver as demandas relacionadas ao registro de imóveis; tudo pode ser feito de forma eletrônica. As facilidades proporcionam mais agilidade, melhor controle e gerenciamento dos pedidos, contribuindo, assim, para o aumento da produtividade nas empresas”, declara.

De acordo com a presidente da CMI/Secovi-MG, Cássia Ximenes, esse é mais um benefício exclusivo oferecido aos associados. “O novo convênio está totalmente alinhado aos anseios das pessoas na atualidade: resolver o máximo de demandas virtualmente. Os cartórios estão se atualizando e, por meio da plataforma, poderemos atender nossos clientes com toda a segurança jurídica e de saúde, tão fundamental neste período. Sem dúvida, estamos muito felizes com mais essa conquista para o nosso setor”, ressalta.

Na avaliação do diretor da CATI Soluções, Anderson Cantoni, a parceria com a CMI/Secovi-MG é muito benéfica. “Vincular nossa empresa a uma entidade representativa, com nome forte no mercado, nos abre um leque de possibilidades e oportunidades. Existe uma sinergia que pode ser aproveitada para o desenvolvimento de novas facilidades para os associados, sempre com o foco de levar uma solução que seja eficiente no dia a dia das empresas do setor imobiliário”, destaca.

Grand Hyatt São Paulo nota mudança no perfil do consumidor e aumento na procura pelo modelo staycation

Atualmente 87% dos hóspedes do hotel são da capital paulista ou de cidades do entorno

Com base em uma mudança no perfil do consumidor e um crescimento significante na procura por hospedagem no modelo staycation, onde os viajantes a buscam experiências dentro de suas próprias cidades, o Grand Hyatt São Paulo acaba de criar um pacote promocional exclusivo para atender as demandas daqueles que buscam um refúgio mais perto de casa.

De acordo com o diretor de marketing e vendas do hotel, Thiago Castro, apesar do turismo local e regional ter obtido um grande crescimento durante a pandemia, a reserva por moradores de São Paulo e região vem se mostrando uma tendência no empreendimento há algum tempo. “Atualmente, percebemos que o nosso público migrou nitidamente de um perfil turista de negócios para lazer, sendo São Paulo e arredores representam hoje 87% de nossos hóspedes”, explica ele.

“Notamos um crescimento expressivo de reservas vindas da própria cidade de São Paulo e regiões próximas nos últimos meses, mas é um aumento que vem se intensificando desde 2018”, comenta Thiago. Segundo ele, essa propensão é fruto de uma combinação de fatores, como o desejo do paulistano de procurar formas de buscar opções dentro de sua própria cidade para refúgios urbanos. O Hotel, por sua vez, tem incentivado a prática com o lançamento de produtos e serviços voltados para o lazer, como experiências gastronômicas e de entretenimento ou mesmo tratamentos de beleza e bem-estar.

Outra mudança de comportamento dos consumidores notada pelo Hotel foi a de estadias curtas e reservas de última hora. “Percebemos que o novo hóspede procura combinações que proporcionam um ambiente de muito lazer, por pouco tempo e sem muita programação. Internamente comentamos que nos tornamos um resort urbano, ao passarmos a atender um grande público nesse perfil”, finaliza.

Hyatt Night In

De olho neste público, o Grand Hyatt São Paulo criou um pacote para incentivar ainda mais a prática do staycation, o Hyatt Night In, que promove inúmeros benefícios para hóspedes que buscam passar uma noite aproveitando o que o hotel tem de melhor. O pacote inclui early check in às 8h e late check out às 17h, possibilitando que os consumidores aproveitem ao máximo a estadia, com café da manhã incluso, upgrade para quarto com vista da Ponte Estaiada, além de 15% de desconto em alimentos e bebidas. Além disso, o pacote inclui a Signature Experience, experiência etílica do hotel, que conta com uma degustação de três drinks exclusivos.

Em SP e RJ, bairros mais afastados do centro registram alta no preço do m², enquanto regiões comerciais sofrem desvalorização

Os bairros mais distantes dos centros comerciais de São Paulo e Rio de Janeiro registraram a maior alta no preço do m² nos últimos seis meses, mostra o Índice QuintoAndar de Aluguel. O indicador, compilado pela plataforma líder nacional no segmento de aluguel, leva em consideração preços efetivamente usados em contratos fechados, mais precisos do que informações baseadas em valores de anúncios.

Em São Paulo, a Vila Formosa foi a região mais valorizada no último semestre, com alta de de 25,5 pontos percentuais no preço por m², seguida por Jd. São Savério (17,7 p.p) e Jd. Estér Yolanda (17,4 p.p), ambos na Zona Oeste da capital paulista. No Rio de Janeiro, o maior avanço do metro quadrado para aluguel foi em Taquara (19,8 p.p), seguida por Vl. Isabel (17,2 p.p) e Recreio (16,4 p.p).

O indicador aponta também as regiões que apresentaram desvalorização no preço do metro quadrado, nos últimos seis meses. Em São Paulo, as maiores retrações foram Centro (16,7 p.p), Santo Amaro (16,6 p.p) e Liberdade (13,3 p.p). Já no Rio de Janeiro, os bairros que mais sofreram com a baixa nos preços foram Santa Teresa (19,8p.p), Centro (13 p.p) e Grajaú (7,9 p.p).

“As pessoas continuam buscando mais espaço e economia, e o Índice QuintoAndar está mostrando o efeito disso nos preços dos imóveis”, diz Fernando Paiva, Head de Dados do QuintoAndar. “Essa redistribuição de demanda explica essa dinâmica de valorização em bairros mais afastados e de baixa naqueles mais comerciais e próximos do centro.”

Entre os bairros com metro quadrado de aluguel mais caro em São Paulo está a Vila Olímpia, com média de R﹩ 56,3 por m², seguida por Pinheiros e Vila Nova Conceição. Já no Rio de Janeiro, a lista dos bairros mais caros é liderada por Ipanema, com valor médio de R﹩ 48,9, acompanhado por Leblon e Botafogo.

Preços

Em fevereiro, o Índice QuintoAndar mostrou que o valor médio do aluguel residencial por m² em São Paulo aumentou 0,97% comparado a janeiro desde ano. No Rio de Janeiro, a variação mensal foi de 1,06%. Em ambas regiões, no acumulado dos últimos 12 meses, a situação é inversa, com queda de 6,23% na capital paulista e baixa de 2,51% na capital fluminense.

O indicador aponta também a distância entre as médias de preços dos anúncios em relação àqueles realmente utilizados nos aluguéis. Em fevereiro, os anúncios indicaram valores em média 10,56% acima da realidade do mercado em São Paulo. Já no Rio a diferença média a mais dos anúncios foi de 14,33% no mesmo período.

Taxas de financiamento imobiliário podem passar à margem da alta da Selic, aponta Credihome

O aumento da taxa Selic para 2,75% ao ano deve ter pouco reflexo nas taxas de financiamento imobiliário praticadas pelas instituições financeiras, de acordo com avaliação de Bruno Gama, CEO da Credihome, plataforma de crédito imobiliário multi-banco. Ainda que a empresa projete uma Selic de 4%, ao final deste ano, em linha com a projeção do mercado, Gama ressalta que as taxas de financiamento devem seguir baixas, influenciadas pelo aumento da concorrência entre grandes bancos e fintechs nesse produto de crédito. “O crédito imobiliário é um produto estratégico para as instituições por gerar uma relação de longo prazo com os tomadores”, aponta.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada ontem, de aumentar em 0,75 ponto percentual da taxa Selic encerrou o período de taxa mínima histórica, de 2% ao ano, iniciado em agosto do ano passado. Projeções iniciais apontavam a retomada do ciclo de alta para maio, mas a pressão inflacionária levou o Banco Central a antecipar a elevação.

Nesse sentido, Gama ressalta que os financiamentos atrelados à inflação devem ser observados com cautela. O IPCA – índice oficial que mede os preços dos produtos para o consumidor -, encerrou 2020 em 4,52% – maior nível desde 2016. Para este ano, o mercado já prevê um índice que pode chegar a 5%. “Essa modalidade é mais uma alternativa de financiamento para o comprador, mas que precisa ser bem monitorada”, aponta Gama.

Com retomada do ciclo de alta da Selic, os novos financiamentos atrelados à poupança também sofrerão variação positiva. Com a Selic a 2%, o rendimento da poupança era de 1,4% ao ano. Com a nova taxa, de 2,75%, passa a ser de 1,92% ao ano.

Preço do m² mantém estabilidade no Rio de Janeiro, segundo Imovelweb

O preço médio do m² no Rio de Janeiro em fevereiro foi R$ 7.753, de acordo com o Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País. O valor apresentou leve queda em relação ao mês anterior, de 0,1%. Dessa forma, o m² já caiu 0,2% em 2021, mas subiu 0,4% nos últimos 12 meses. O relatório do Imovelweb também mostra que um imóvel padrão (65 m², 2 quartos e vaga na garagem) custa em torno de R$ 503,75 mil na capital fluminense.

Em algumas regiões da cidade, o m² teve um aumento mais significativo nos últimos 12 meses, como é o caso dos bairros Parada de Lucas (R$ 4.534/m², +14%), Água Santa (R$ 4.610/m², +16%) e Vila Valqueire (R$ 5.036/m², +17%). Já os bairros de Cidade Nova (R$ 7.435/m², -12,5%), Guaratiba (R$ 3.832/m², -11,9%) e Catumbi (R$ 4.002/m², -11,8%) foram os que mais se desvalorizaram no período.

Na tabela abaixo estão os bairros onde o m² é mais barato e mais caro no Rio de Janeiro:


Mais barato  (R$/m²)
Variação mensalVariação anual
Pavuna (Zona Norte)2.1321,3%2,9%
Turiaçu (Zona Norte)2.357-0,4%-8,2%
Coelho Neto (Zona Norte)2.3731,4%-3,1%
Mais caro (R$/m²)Variação mensalVariação anual
Lagoa (Zona Sul)16.1970,1%3,2%
Ipanema (Zona Sul)19.235-0,3%2,6%
Leblon (Zona Sul)21.8370,5%2,2%

Aluguel sobe 1,5% no ano

O relatório do Imovelweb aponta um crescimento de 0,5% no preço médio do aluguel em relação a janeiro, chegando a 1,5% no ano e 3,6% nos últimos 12 meses. O preço médio da locação de um imóvel padrão é de R$ 1.807/mês na capital fluminense.

No último ano, o aluguel no bairro Tanque   (R$ 1.120/mês) aumentou 17%, mesma porcentagem do Humaitá (R$ 2.543/mês). O lugar onde o preço de locação mais aumentou no Rio foi em Rio Comprido (R$ 1.342/mês), onde o crescimento foi de 19%. Por outro lado, a Urca (R$ 2.591/mês) foi onde houve a maior desvalorização, com queda de 16%, seguida do bairro Campinho (R$ 1.150/mês,  -15%) e Imperial de São Cristóvão (R$ 1.516/mês,  -14%).


Na tabela abaixo estão os locais onde o valor de locação é mais alto e mais baixo no Rio de Janeiro:


Mais barato (R$/mês)
Variação mensalVariação anual
Senador Vasconcelos (Zona Oeste)834-0,4%-9,0%
Bangu (Grande Bangu)9620,0%-3,0%
Guaratiba (Zona Oeste)963-0,4%-10,0%
Mais caro (R$/mês)Variação mensalVariação anual
Jardim Botânico (Zona Sul)2.696-0,1%11,5%
Ipanema (Zona Sul)3.7242,0%6,2%
Leblon (Zona Sul)3.788-1,9%-0,6%

Rentabilidade

O índice de rentabilidade imobiliária do Imovelweb relaciona o preço de venda e valor de locação do imóvel para verificar o tempo necessário para recuperar o dinheiro utilizado na aquisição do imóvel. No relatório de fevereiro, o índice se manteve em 4,5% bruto anual, o que significa que são necessários 22 anos para recuperar o valor investido na compra de um imóvel, tempo 5,2% menor que há um ano.

O índice mostra que os melhores bairros do Rio de Janeiro para investidores que buscam renda são Ramos (6,8%), Cosmos (6,5%) e São Francisco Xavier (6,5%). Por outro lado, os menos rentáveis são Leblon (3,2%), Gávea (3,1%) e Lagoa (2,9%).

Vendas de imóveis usados têm queda no Estado de SP em janeiro

O mês de janeiro não apresentou bons resultados na venda de casas e apartamentos residenciais usados no Estado de São Paulo. Na comparação com dezembro de 2020, houve uma queda na quantidade de negócios de 22,25%.

Os números foram obtidos pela pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), que entrevistou 888 imobiliárias de 37 cidades paulistas nesse período.

A análise do CRECISP divide São Paulo em 4 regiões distintas: Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral. Segundo o estudo, em janeiro, também houve redução nas vendas da Capital (47,64%); Interior (11,31%); Litoral (17,4%); e Grande São Paulo (12,71%).

Em contrapartida, essa diminuição no número de casas e apartamentos vendidos trouxe reflexos positivos nas locações, que cresceram 6,33% entre dezembro/20 e janeiro/21 em todo o Estado.

Porém, quando se estudam as regiões estaduais isoladamente, o cenário apresenta as seguintes variações: locações em alta na Capital (25,84%) e na Grande São Paulo (7,15%, incluindo as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Guarulhos e Osasco); e em baixa no Interior (-0,66%) e Litoral (-6,49%).

Para o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, os números não chegam a preocupar, haja vista a série histórica das pesquisas do Conselho. “Em janeiro, normalmente, as vendas sofrem uma diminuição, por conta das férias. E, especialmente neste ano, com todas as mudanças na vida das pessoas em razão da pandemia, é natural que haja uma desconfiança do que poderá acontecer no futuro. E isso, sem dúvida, se reflete no temor em assumir um financiamento imobiliário, por exemplo, que é um compromisso de longo prazo. Não é à toa que a maioria das vendas de janeiro tenha sido à vista”, explicou o presidente.

Prioridade para vendas à vista

Na comparação entre janeiro/21 e dezembro/20, registrou-se que as vendas à vista assumiram a liderança no mercado, representando 46,55% dos negócios efetivados. Na sequência, aparecem os financiamentos feitos por bancos privados (32,23%), os financiamentos pela CAIXA (13,04%), e os negócios parcelados diretamente pelos proprietários (8,18%). Em janeiro, não foram registradas vendas feitas por meio de consórcio pela Pesquisa CRECISP com as imobiliárias consultadas.

Os compradores optaram pela aquisição de apartamentos, em sua maioria, (52,69%), colocando as casas como segunda opção de compra (47,31%).

Os descontos concedidos pelos proprietários para o fechamento dos negócios foram maiores em janeiro/21 que em dezembro/20, para imóveis situados em áreas nobres (+6,69%) e nas periferias (+14,13%). Nas áreas centrais, a comparação ficou negativa (-15,07%) no período.

Imóveis com preço médio de até R$ 400 mil foram os preferidos dos compradores, respondendo por 62,15% do total vendido.

Fiador lidera garantias locatícias

A figura do fiador ainda está na liderança como principal garantia locatícia no Estado de São Paulo. Em janeiro, em 38,79% dos contratos de aluguel, ela estava presente. Os depósitos de três meses de aluguel ficaram com o segundo lugar, de acordo com a pesquisa CRECISP, com 23,51%. Em seguida, vieram o seguro fiança (17,93%); a caução de imóveis (8,69%), a cessão fiduciária (6,00%) e os alugueis sem garantia (5,08%).

O percentual de cancelamento de contratos de locação representou 74,56% dos novos contratos assinados em janeiro. 54,90% dessas devoluções foram por motivos financeiros.

Alugueis na faixa de R$ 1.200 responderam por 57,05% dos novos contratos de locação fechados no período.

Custo dos materiais de construção pressiona preço dos imóveis e pode impactar programas sociais

Setor enfrenta insegurança em relação ao comportamento dos custos dos insumos; cenário pode impactar preço dos imóveis de baixa renda


Apesar do mercado aquecido, os custos com materiais de construção em alta podem elevar os preços dos imóveis e reduzir os lançamentos das construtoras. Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), nos últimos 12 meses, encerrados em fevereiro/2021, o custo com materiais de construção cresceu 26,34%. Famílias de baixa renda devem encontrar mais dificuldade para comprar imóveis, já que é esperada uma alta de 15% nos preços das unidades de padrão econômico a serem lançadas este ano. As entidades representativas do setor têm mantido diálogo constante com o governo federal para acompanhar a questão e tentar conter o encarecimento desses insumos.

“Temos nos esforçado para encontrar formas de minimizar os impactos de aumento e desabastecimento de materiais, por meio da busca de subsídios que justifiquem, junto aos licitantes, o reequilíbrio de contratos e diálogo com fornecedores e governo”, afirma Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Ele destaca também a parceria com a Cooperativa da Construção Civil (Coopercon Brasil) e demais entidades para estímulo da compra coletiva e importação, que, inclusive, teve uma redução no imposto de 14% para 4%. Isso fez com que o volume importado pelo país no primeiro bimestre deste ano fosse quase 100% superior ao mesmo período do ano passado.

Em Minas Gerais, o Sinduscon-MG protocolou uma representação no Procon-MG contra o sindicato de fabricantes de cimento e a ação agora está em processo no Ministério Público. O presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Linhares, destaca que a entidade tem atuado fortemente junto à CBIC para buscar solução para esse transtorno. “Nós não ficamos de mãos atadas; estamos lutando para conseguir uma pacificação desses preços. São diversos fatores que estão sendo analisados para que o setor consiga trabalhar, efetivamente produzir e continuar gerando emprego e renda”, afirma. Ele avalia que as empresas precisam ter um cuidado muito grande para não terem prejuízo e cumprir o cronograma de obras. “Esse quadro exige melhor planejamento da obra”, avalia.

O presidente do Sinduscon-MG também alerta que os aumentos de preços podem quebrar o pilar de sustentação de emprego no país, uma vez que a construção civil foi o setor que mais registrou vagas com carteira assinada no ano passado. Em Minas Gerais, foram cerca de 25 mil novas vagas no período de janeiro a dezembro de 2020. “A indústria da construção puxa a economia, irrigando outros setores; por isso, é um dos segmentos vitais para o desenvolvimento socioeconômico do país. Isso pode ser impactado caso esse cenário de alta dos preços persista”, destaca Linhares. “Se for efetivado o aumento de 30% no preço do vergalhão de aço, noticiado recentemente, o insumo terá aumentado cerca de 100% em menos de um ano. O impacto, portanto, é generalizado e arruína o planejamento financeiro de qualquer empresa, independentemente do porte e segmento em que atue”, complementa Dionyzio Klavdianos.

Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro/2021, segundo dados do Sinduscon-MG, o custo de alguns materiais tiveram aumentos exorbitantes. Os fios de cobre, por exemplo, alcançaram 91,26%. Já o preço do aço aumentou 75%, e o de cimento, 50,79%. Além da alta nos preços, o setor também enfrenta problemas de abastecimento. Aço, cabos elétricos, louças, metais, esquadrias de alumínio e tubos de PVC são os que lideram o ranking em termos de maior prazo de entrega. O cimento, por exemplo, que era entregue em até 48 horas, hoje demora cerca de 30 dias. Já o aço e materiais elétricos agora levam entre 60 e 90 dias para serem recebidos. “Dependendo do produto, pode demandar ainda mais, chegando a 150 dias”, explica Linhares.

Programas sociais


Com a alta dos custos e problemas de abastecimento, a tendência é que os preços dos imóveis também aumentem. O impacto já começa a ser sentido no programa Casa Verde e Amarela, segmento mais afetado pelos aumentos, em função de suas margens, que são menores, e por possuir teto para contratação. “Os produtos econômicos, que são a primeira faixa do Casa Verde Amarela, devem sofrer um aumento em torno de 15%. Uma propriedade que custava R$ 130 mil vai ser reajustada para cerca de R$ 150 mil”, exemplifica Linhares. “Por mais que possam ser repassados aos clientes, os aumentos sucessivos e inesperados não interessam a nenhuma das partes e podem levar à redução na velocidade de vendas e até à desistência de clientes”, complementa o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da CBIC.

Esse cenário, além de dificultar ainda mais o acesso dos brasileiros à tão sonhada casa própria, também pode impactar de forma negativa os lançamentos previstos. “Em função disso, o mercado deve lançar poucos empreendimentos nos próximos meses”, analisa o presidente do Sinduscon-MG. Dionyzio Klavdianos aponta que esses aumentos trouxeram dificuldades para os construtores que fazem vendas antecipadas de imóveis com os preços pré-fixados, por meio de financiamentos. “A situação é mais impactante nesse segmento, pois a margem é muito pequena e não há reajuste nas parcelas.”


Oferta está baixa


Os dados do Sinduscon-MG mostram que as vendas continuam superando o volume de lançamentos, o que tem levado o estoque disponível para comercialização aos menores patamares históricos. O setor encerrou 2020 com um alta de 0,89% no número de lançamentos na comparação com 2019. Apesar de positivo, no mesmo período observa-se que o número de imóveis novos vendidos subiu 22,66%. Isso significa que enquanto em 2020 foram vendidas 4.212 unidades, os lançamentos totalizaram 2.940. “A estimativa era de que os lançamentos represados, a princípio, pela pandemia, retomassem com maior força, mas as construtoras ficam receosas em relação à instabilidade dos custos, que tem registrado altas elevadas. Esses aumentos de preço de insumos geram uma insegurança para o incorporador, o que pode deprimir mais o patamar dos lançamentos e comprometer a oferta, que já está muito baixa (abaixo de 2.500 unidades)”, analisa o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Michel.