Fundadora da Sísmica e uma das principais estrategistas comerciais do país, Andressa Machado afirma que o mercado imobiliário brasileiro vive um momento de transição importante — e que 2026 será o ano em que apenas os profissionais com método, dados e cultura comercial conseguirão sustentar resultados consistentes.

Em 2024, o setor registrou um crescimento de 20,9% nas vendas de imóveis novos, segundo a CBIC, e o crédito imobiliário atingiu R$ 312 bilhões, alta de 25% em relação a 2023. Mas os números expressivos não significam facilidade: para Andressa Machado, eles revelam um mercado que amadurece, se torna mais técnico e exige preparo para continuar crescendo de forma sustentável.
Com 25 anos de experiência, tendo atuado por mais de 12 anos na Cyrela e passado por grupos como Abyara e Brasil Brokers, Andressa explica que o cenário é de ajuste e profissionalização: “o mercado está mais técnico e menos emocional. O corretor que entende dados, jornada de atendimento e comportamento do cliente continua vendendo mesmo em momentos de ajuste. O profissional que conduz o cliente com autoridade e conexão genuína sustenta seus resultados. Já quem ainda se apoia apenas no feeling vai sentir a diferença”, afirma.
À frente da Sísmica, metodologia voltada à profissionalização de corretores, líderes e empresas, Andressa desenvolveu um modelo que combina cultura comercial, desenvolvimento e gestão de times e indicadores de performance.
A metodologia já foi aplicada em Tegra, Plano&Plano, Construtora Planeta, Zero19 e Kempinski Laje de Pedra, impactando mais de 7.000 corretores e 500 líderes em todo o país.
Criadora do Método Corretor Exponencial — reconhecido pelo MEC como curso de extensão universitária —, Andressa acredita que o grande desafio de 2026 será transformar desejo de vendas em produtividade estratégica. “O corretor ainda é visto com muito preconceito no mercado. Ele precisa buscar metodologia de trabalho, assim como os líderes precisam desenvolver novas formas de gestão. E as empresas, por sua vez, devem promover uma cultura de conhecimento e engajamento, para que todos sejam vistos como o que realmente são: o coração da economia imobiliária”, enfatiza a especialista.
Segundo ela, o setor vive um processo de depuração e evolução de mentalidad: “líderes cansados terão que se reciclar, se reinventar — ou vão sucumbir, abrindo espaço para uma nova geração de lideranças mais preparadas, humanas e conscientes. Da mesma forma, os corretores escolherão melhor suas referências no setor. O mercado sempre foi movido por emoção, mas o futuro pertence a quem alia sensibilidade e estrutura. É o equilíbrio entre humanidade e método que vai sustentar resultados em 2026”, finaliza.