Empreendimentos termicamente confortáveis: adaptações no projeto podem garantir conforto e bem-estar

O arquiteto e precursor na área de conforto ambiental Victor Olgyay, definiu, em 1973, que o conforto térmico é “o ponto no qual a pessoa necessita consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente”. Para garantir o conforto térmico na construção civil é necessário, ainda no período de edificação, atentar a uma série de fatores como umidade do ar, direção do sol, estrutura de ventilação, revestimento, alvenaria, tubulação e simulação térmica na fase do projeto arquitetônico. 

Segundo diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a temperatura aceitável nas estações mais frias como outono e inverno deve ficar entre 20ºC e 23ºC. No Brasil, a consideração com o conforto térmico nos empreendimentos existe desde 2005, quando entrou em vigor a norma NBR 15.220 chamada Desempenho Térmico das Edificações. O regulamento orientou o setor a desenvolver pesquisas sobre materiais adequados para cada tipo de clima predominante e formas de adaptar os projetos priorizando fatores como calor, ventilação cruzada e resistência térmica.

Motivada pela chegada do outono em 20 de março, a arquiteta do Grupo A.Yoshii, Andressa Bassinelli, destaca alguns aspectos de infraestrutura importantes a serem levados em consideração no momento do projeto arquitetônico e construção do empreendimento. 

Métodos construtivos de ponta

  • Alvenaria – A espessura correta das paredes externas de uma construção auxilia não somente o desempenho térmico das edificações, como um melhor isolamento acústico. “Geralmente, uma parede de alvenaria tem 15cm de espessura acabada. Nossos empreendimentos têm paredes externas em torno de 22cm para contribuir com o conforto termoacústico”, explica Andressa. 
  • Melhores materiais para o equilíbrio de temperatura – A madeira é um material com baixa condutividade térmica e, por isso, é considerado um dos melhores isolantes. Materiais como telhas cerâmicas e drywall absorvem menos a temperatura externa, contribuindo para uma temperatura ideal no interior do imóvel. “O piso de madeira ou laminado tende a não absorver muito calor e, nas estações mais amenas, esfria menos. Por isso, optamos por esse material para revestir alguns apartamentos”, complementa a arquiteta. 
  • Recirculador de água quente – Ligar o chuveiro ou a torneira e já sair água quentinha: essa é a infraestrutura para recirculador de água quente. O sistema permite que a água circule na tubulação antes do acionamento dos misturadores. Assim, ao ligar o chuveiro ou a torneira, a água sai imediatamente na temperatura desejada. “Além de ser muito mais confortável, não desperdiçamos água esperando esquentar. Todos os empreendimentos da A.Yoshii têm infraestrutura para instalação de aquecedor a gás e recirculador de água quente”, explica Andressa. 
  • Simulação térmica na fase de projetos – A metodologia permite criar, em parceria com projetistas e fornecedores especialistas, soluções que proporcionam maior domínio sobre as atividades que serão executadas na fase das obras. É possível prever e antecipar soluções na execução como, por exemplo, melhor aproveitamento da insolação, tamanho das esquadrias, espessuras dos vidros, dentre outros. 
  • Aquecimento dos pisos no bwc – O piso térmico já é uma tendência e realidade nos empreendimentos de alto padrão. A tecnologia possibilita que o morador selecione a temperatura desejada entre 5ºC e 35ºC e ainda automatize o sistema, acionando o aquecimento a distância para, ao chegar em casa, já garantir um ambiente termicamente mais confortável.
  • Fachadas ventiladas e design biofílico – Algumas folhagens têm potencial de purificar o ar em ambientes fechados e proporcionam frescor de um ambiente natural para as casas. Ainda, a presença de verde no interior e exterior dos empreendimentos desempenha a importante função de gerar sombra e proteger as fachadas do contato direto com o sol. “A disposição estratégica dos ambientes é fundamental para garantir conforto térmico. Em cidades mais frias, como Curitiba, por exemplo, recomenda-se posicionar os cômodos mais importantes da casa como o quarto nas faces norte, nordeste e noroeste. Essa posição garante a incidência solar no inverno”, orienta a arquiteta. 

A saúde e o bem-estar agradecem

Conforto térmico é um estado no qual o organismo humano está termicamente confortável e equilibrado, sem necessidade de termorregulação para estabilizar a temperatura do corpo. Dessa forma, a sensação de equilíbrio e conforto que a temperatura do ambiente proporciona afeta diretamente a saúde e performance do indivíduo. Em ambientes mais quentes, é normal sentir moleza, cansaço e sonolência. Isso se dá pelo esforço do organismo em tentar equilibrar a temperatura interna. O mesmo ocorre com o frio: quanto maior o desconforto térmico, menor será a produtividade da pessoa. 

Outros prejuízos são: irritação, ansiedade e estresse; aumento da pressão arterial e atividade cardíaca; alteração de humor; distúrbio do sono; problemas de concentração; dentre outros. “Cabe lembrar que espaços com conforto térmico têm maior eficiência energética já que a ventilação natural e coberturas adequadas fazem com que as pessoas consumam menos energia de ar-condicionado e ventilador”, finaliza a arquiteta.