Segurança Condominial: necessidade de uma gestão orientada por dados

Por Anderson Hoelbriegel, diretor de negócios da ICTS Security

Um recente estudo elaborado pelo DataZAP+, empresa de análise de mercado imobiliário, identificou que o fator segurança ainda continua sendo fundamental para a escolha de um imóvel, principalmente quando se trata do público da classe A das capitais brasileiras. Dessa forma, muitos compradores acabam optando pela compra de imóveis em condomínios, dado ao fato que a estrutura, além de oferecer mais conforto, promove segurança aos moradores.
 

Condomínios, por sua vez, são ambientes multifacetados e complexos, onde residências privadas são compartilhadas por meio de áreas comuns. Esta teia social possui regulamentação própria, baseada na Constituição Federal, Código Civil, legislações estaduais e municipais, convenções, regimentos internos e decisões de assembleias. Portanto, a tarefa dos responsáveis pela segurança dos moradores e empreendimento é algo igualmente difícil.
 

E o tema segurança tem sido parte importante da pauta de reunião dos condomínios que vêm sofrendo com a percepção de insegurança agravada pelo imaginário público, que é potencializada pela precarização das atividades do meio privado. Neste sentido, podemos constatar que somente o conceito baseado no trinômio ‘pessoas, tecnologia e procedimentos’ já não é mais suficiente para manter os condôminos a salvo, sendo necessária e urgente uma nova abordagem, que deva considerar conceitos empresariais, tais como a gestão orientada por dados e resultados.
 

Os síndicos destes espaços precisam compreender a importância de contar com uma consultoria de gestão de segurança que, por meio do trabalho de Inteligência e orientação estratégica dos dados, possa harmonizar relações e minimizar possíveis conflitos de interesses existentes entre empresas de segurança privada, moradores e organizações de monitoramento e segurança eletrônica.
 

A gestão de segurança orientada por dados pode ser um aliado extremamente importante na otimização de recursos humanos e tecnológicos, por exemplo. Por meio dela, é possível criar tendências, predições, identificar oportunidades devido às sazonalidades dos crimes cometidos nos arredores de determinados condomínios, tornando a segurança patrimonial uma função preventiva e proativa, focada nas necessidades dos moradores e do condomínio.
 

Sabemos que a atratividade, vulnerabilidade e ameaças são componentes muito importantes na escolha de um alvo por parte dos criminosos. Dessa forma, é interessante conhecer a probabilidade de risco do seu empreendimento em relação ao do segmento condominial, analisando a mesma região do condomínio.
 

A consciência do risco é um fator importante na educação coletiva e na gestão da mudança, além de, obviamente, uma análise de riscos e um diagnóstico de segurança que contenham recomendações de mitigação de perigos. Esses estudos precisam ser pautados em inteligência de dados, na identificação e correção de vulnerabilidades, bem como no relacionamento institucional com órgãos de segurança pública, tudo isso com a finalidade de neutralizar possíveis ameaças.
 

A implantação de um processo de gestão da qualidade, centrada na realização independente de inspeções, além de auditorias de segurança física e eletrônica, baseado no equilíbrio entre os pilares tecnologia, pessoas e processos, pode ser o suficiente para elevar o nível de maturidade de segurança dos condomínios residenciais. E, assim, trazer a tranquilidade que famílias precisam nos dias de hoje.

Como uma startup de reformas está transformando a experiência do cliente na construção civil

Um dos grandes desejos que o brasileiro tem, é de poder reformar o seu lar e deixá-lo do jeito que sonha. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor de casa e decoração foi um dos destaques que fizeram o Brasil atingir a marca de R$ 169,6 bilhões em 2022, em vendas online. Mostrando o quão as pessoas tem esse desejo de mudar seu ambiente doméstico.
 

Quando se trata de reformas, no entanto, muitas pessoas enfrentam desafios significativos, como custos excessivos, atrasos, sujeira e barulho. Felizmente, uma startup do segmento de reformas, a OKA, está revolucionando a forma como os consumidores se relacionam com o setor da construção civil.
 

“A tecnologia tem sido um fator crucial para estreitar o relacionamento entre os consumidores e o mercado de construção civil, proporcionando uma experiência mais transparente e eficiente”, diz Thiago Rocha, CEO da OKA.
 

O modelo de negócio da OKA é simples e inovador. Os clientes têm a opção de escolher o ambiente de sua casa que desejam reformar e navegar por um aplicativo intuitivo, semelhante a um aplicativo de entrega, para personalizar o projeto de acordo com suas preferências, ou escolher um projeto já pré-definido. Esse processo ágil e simplificado traz uma nova perspectiva para as reformas residenciais.
 

Uma das grandes vantagens oferecidas é a rapidez na execução das reformas. Os projetos são concluídos em no máximo 25 dias, um prazo impressionante se comparado às práticas tradicionais do mercado. Além disso, a startup se destaca ao considerar os profissionais responsáveis pelas obras como verdadeiros artistas, valorizando suas habilidades e conhecimentos.
 

Thiago Rocha enfatiza a importância de oferecer aos clientes uma experiência completamente nova no setor de reformas, permitindo que eles desfrutem de uma reforma rápida, sem sujeira e com resultados excepcionais para seu lar.
 

“Queremos que nossos clientes experimentem uma transformação completa em suas vidas e ambientes residenciais, proporcionando uma experiência única e inovadora. Cuidar da casa é um fator crucial para o bem estar das pessoas”, ressalta o CEO.
 

A startup oferece uma variedade de opções para os clientes, incluindo a reforma de quartos, cozinhas e banheiros, com diferentes faixas de preço. Além disso, também é possível escolher projetos assinados por arquitetos renomados do mercado, garantindo uma experiência personalizada de reforma para cada ambiente. A novidade chamou a atenção do mercado, que acenou com um investimento da PAR 3 em um montante de R$ 2 milhões.
 

Com a OKA, a reforma residencial deixou de ser um processo complexo e demorado. Através da utilização de tecnologia e um modelo de negócio inovador, a startup está transformando a experiência do cliente na construção civil, oferecendo resultados excepcionais de forma rápida, limpa e personalizada.

O que é Place branding e como essa estratégia pode agregar valor ao seu m2?

O place branding é uma ferramenta poderosa para diferenciar-se da concorrência e criar valor para os clientes. Quem souber aproveitar essa oportunidade terá mais chances de sucesso no mercado imobiliário brasileiro

O mercado imobiliário brasileiro é um dos mais competitivos e dinâmicos do mundo. Para se destacar nesse cenário, é preciso oferecer mais do que apenas imóveis de qualidade, mas também experiências que valorizem o local onde eles estão inseridos. É aí que entra o conceito de place branding, uma estratégia de marketing que visa criar uma identidade e uma reputação positiva para um lugar, seja ele uma cidade, um bairro, uma região ou um empreendimento.

Segundo Vinícius Loureiro Marques, sócio e Diretor de Estratégia da VMV Real Estate Consulting, considerada a maior consultoria de inteligência imobiliária do país e que já trabalhou em conjunto com mais de 300 incorporadoras, “o place branding é muito mais do que agregar valor. É uma metodologia que passa por criação de comunidades, curadoria, growth hacking e outras etapas necessárias para que um espaço físico deixe de ser visto por seus aspectos tangíveis e passe a ser reconhecido por seus atributos intangíveis, como cultura, história, estilo de vida, sustentabilidade e inovação”.

Um exemplo bem-sucedido de place branding é o caso do bairro Vila Madalena, em São Paulo. A região foi transformada em um importante polo cultural e gastronômico, com uma forte identidade própria. Isso atraiu novos moradores, empresas e turistas, o que contribuiu para o aumento do valor dos imóveis na região.
 

Esses atributos podem influenciar diretamente na percepção de valor dos consumidores e, consequentemente, no preço do m2. Um estudo realizado pela consultoria Brain Inteligência Estratégica mostrou que a variação de preço do m2 em um mesmo bairro pode chegar a 300%, dependendo da diferenciação do produto e da localização.

“Nas incorporadoras, um exemplo de place branding é o caso da F2 Incorporadora, que desenvolveu os empreendimentos Alma Maraú e Alma Aramis, na Bahia. A preservação de 100% das espécies nativas, em parceria com o paisagista Ricardo Cardim, e o restaurante-Escola assinado pela Chef Morena Leite, do Capim Santo, são apenas exemplos de um projeto que venceu como empreendimento mais sustentável do Brasil. O valor desse empreendimento não é somente calculado em uma planilha de viabilidade financeira”, exemplifica Vincícius.

Outros projetos que se destacam pela aplicação do place branding são o ALDEA, da Construtora Sudoeste, e Brick, da Lumy Incorporadora, desenvolvidos pela VMV Real Estate Consulting. Esses projetos começam antes da viabilidade financeira, entendendo o potencial comercial e, a partir disso, sendo desenvolvidos envolvendo o público potencial, de forma a ter um produto com muito mais aceitação e velocidade de venda.

“O place branding é um investimento que se paga muito fácil com um valor maior por m2, maior velocidade de vendas e menor esforço de MKT e vendas. Infelizmente, vemos o mercado entendendo a importância desse trabalho prévio somente depois de experienciar produtos com dificuldade de vendas. Além disso, também há o place making, que é uma estratégia muito mais densa e antecipada, para desenvolver um local em que não há vocação imobiliária. Já acompanhamos e aplicamos isso com sucesso em áreas de expansão, áreas degradadas e zonas com estigmas que precisam ser trabalhados antes de incorporar”, completa Vinícius Marques.

Para fazer um bom place branding, é preciso conhecer bem o local onde se pretende atuar, entender as necessidades e os desejos dos consumidores, criar uma narrativa consistente e autêntica sobre o lugar e comunicá-la de forma eficiente para os públicos-alvo. Também é importante monitorar os resultados e adaptar-se às mudanças do mercado.

“O place branding é uma ferramenta poderosa para diferenciar-se da concorrência e criar valor para os clientes. Quem souber aproveitar essa oportunidade terá mais chances de sucesso no mercado imobiliário brasileiro”, finaliza Vinícius.

Incorporadora paranaense GT Building fecha semestre com R$ 130 mi em vendas

Com cenário desafiador no primeiro semestre, empresa supera expectativas de vendas, entrega três empreendimentos e lança prédio mais alto de Curitiba

O primeiro semestre de 2023 começou apreensivo para o mercado imobiliário, com a Selic em alta, instabilidade política e queda da confiança do investidor. Apesar desta conjuntura, a GT Building apresentou números importantes para o segmento. Foram mais de R$130 milhões em vendas entre janeiro e junho, nos empreendimentos localizados na cidade de Curitiba (PR).

De acordo com o diretor executivo da GT Building, Arsênio Almeida Neto, a incorporadora registrou aumento na procura por seus imóveis de luxo neste ano, tanto para investimento quanto para moradia. “Os resultados do primeiro semestre mostram que a tendência vinda do isolamento social, da busca por imóveis que valorizem o bem-estar do morador, vai continuar nos próximos anos. Mesmo com os desafios macroeconômicos, o mercado imobiliário demonstra resiliência e estabilidade no longo prazo”, relata o executivo.

Além do saldo positivo nas vendas, a GT Building também entregou três empreendimentos no primeiro semestre: Maison Alto da Glória, Bosco Centrale e Denmark, que juntos somam um VGV (Valor Geral de Vendas) superior a R$300 milhões, e lançou o OÁS, que será o edifício mais alto de Curitiba, com VGV avaliado em R$285 milhões.

E os planos para o segundo semestre são ainda mais promissores. “Vamos apresentar ao mercado dois novos lançamentos, o AMÁZ e o ATLÂN, que serão inspirados nos biomas da Amazônia e da mata-atlântica, respectivamente. Ambos trarão, em sua essência, a nova filosofia da empresa, que é a de buscar cada vez mais a sustentabilidade nos empreendimentos”, finaliza o diretor da GT Building.

Construtora RNI registra R$ 523 milhões em vendas brutas e crescimento de 41% nas unidades financiadas, aponta Prévia Operacional 2T23

A construtora e incorporadora RNI do grupo Empresas Rodobens, registra 523 milhões em vendas brutas no primeiro semestre de 2023 e atinge a cifra de R$ 255 milhões no segundo trimestre deste ano. De acordo com os resultados consolidados 2T23, a empresa totaliza R$ 353 milhões de vendas líquidas nos últimos seis meses. Com aumento de 41% nas unidades financiadas em relação ao último trimestre, a incorporadora atinge R$ 229 milhões no acumulado dos últimos seis meses.

“Encerramos o primeiro semestre com um Valor Geral de Vendas de R$ 255 milhões em lançamentos. Temos mais de R$ 500 milhões em VGV em projetos aprovados, aptos e em estoque para lançamento em breve. A nossa estratégia de negócios tem como foco os interiores do Brasil, em que temos prospectados terrenos em localidades potenciais para o crescimento da companhia”, ressalta Carlos Bianconi, CEO da RNI.

Percentual de valorização das unidades

Uma tendência apontada nos últimos tempos se confirmou com valorização dos residenciais, principalmente nas unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). No segundo semestre de 2023, o preço médio de todos os produtos obteve valorização de 10,2%.

Landbank e estoque

A RNI fecha o 2T23com Landbank de R$ 6.5 bilhões em VGV,sendo 80% dos terrenos direcionados ao segmento Minha Casa, Minha Vida (horizontal e vertical). O Landbank da incorporadora segue em constante atualização, comprovando a solidez da estratégia e mix de negócios da construtora, que resulta na confiança da estratégia adotada pela RNI em todo o país, por clientes e investidores.

Em 30 de junho de 2023, o VGV total dos estoques a valor de mercado era R$ 937 milhões correspondendo a 3.918 unidades. Já o estoque concluído VGV %RNI (participação 100% da incorporadora em projetos) representa apenas 3% do total.

Entregas

No segundo trimestre de 2023, a construtora entregou dois empreendimentos: Cipreste Jardim Botânico (Ribeirão Preto/SP) e Condomínio Parque Ohara RNI (Cuiabá/MT), totalizando R$ 125 milhões de VGV e 585 unidades entregues.

Thá Engenharia entrega Bosco Centrale: primeiro bosque vertical do centro de Curitiba

O Bosco Centrale conta com piscina no rooftop

Construção do empreendimento exigiu atenção redobrada devido à complexidade do projeto

A Thá Engenharia entregou no último mês o Bosco Centrale, dos incorporadores GT Building, Grupo Gadens e Teig Empreendimentos Imobiliários. Com aproximadamente 18 mil m² de área construída, 22 andares e 99 unidades residenciais de 107 m², o empreendimento se destaca pela sua magnitude e bosque vertical que traz o verde para o centro da cidade.

O Bosco Centrale apresenta características únicas, como uma piscina na cobertura com borda infinita, paisagismo nas sacadas dos apartamentos e uma impressionante parede verde na área comum. Para se ter uma ideia, foram utilizados 5.800 m³ de concreto, 652 toneladas de aço, 28 mil quilos de alumínio e 2916 m² de vidro. Os materiais de alta qualidade contribuíram para a solidez e estética do edifício.

Desde o início, a construção do empreendimento foi desafiadora, exigindo um cuidado especial devido à localização privilegiada no coração da cidade e aos aspectos diferenciados em relação às obras tradicionais. A rua movimentada em que o prédio se localiza exigiu precauções especiais para garantir a segurança das construções vizinhas. Durante diferentes etapas do projeto, foi necessário bloquear temporariamente a rua para a montagem, desmontagem de equipamentos e transporte de materiais.

“Um dos bloqueios mais notáveis ocorreu durante a concretagem do bloco de fundação central do prédio, que envolveu mais de 400 m³ de concreto, incluindo a utilização de gelo para resfriamento. Além da complexidade na execução da piscina que está no rooftop, no qual foi necessário içar o vidro, que pesava mais de 1 tonelada, para montar a estrutura. A equipe de engenharia trabalhou diligentemente para evitar quaisquer acidentes, tendo em vista a proximidade com outras edificações”, declara o coordenador e obras da Thá Engenharia, Rafael Tyszka.

Bosque Vertical

O empreendimento é um dos únicos do Brasil a possui esse visual e foi inspirado no famoso edifício Bosco Verticale, localizado em Milão (Itália). Todos os moradores têm uma vista privilegiada para o bosque vertical, que possui um sistema de irrigação totalmente automatizado, instalado em toda a fachada do edifício. Além disso, foram instaladas placas fotovoltaicas com capacidade de geração de 2800 KW/H, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética.

O rooftoop do empreendimento também conta com um paisagismo especial para que os moradores se sintam em um verdadeiro paraíso ao ar livre. A vegetação exuberante envolve toda a estrutura, enchendo o ambiente com cores, texturas e aromas, criando uma atmosfera de conexão com a natureza em meio à agitação urbana.

A piscina a céu aberto oferece aos moradores uma vista impressionante do centro de Curitiba. É um local perfeito para relaxar e desfrutar do sol, proporcionando momentos de lazer e tranquilidade em meio a um ambiente sofisticado e contemporâneo.

Setor da construção civil ganhará guias de contratação BIM

Engajada no processo de digitalização do setor da construção civil e visando a consolidação da metodologia Building Information Modelling (BIM) ou Modelagem da Informação da Construção no Brasil, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) é correalizadora do projeto Guias de Contratação BIM, uma coletânea de três volumes direcionada a empresas e ao setor público. O objetivo é disponibilizar orientações práticas e acessíveis de modelagem BIM que contemplem os temas contratação, licitação e biblioteca BIM e que dialoguem com todos os diferentes perfis: gestores públicos e privados, empresas, fabricantes de objetos BIM.

O primeiro volume foi lançado, oficialmente, em maio deste ano e já está disponível para download gratuito: “Conceitos básicos e requisitos para contratação BIM”. Conforme sugere o título, trata-se de uma introdução ao tema de contratação BIM: apresenta as diferenças entre os empreendimentos que usam BIM e os que têm por base o CAD; o que muda nos processos e entregáveis de uma ferramenta para outra; traça um panorama dos impactos, a depender se o planejamento foi feito em CAD ou BIM, desde a definição dos objetivos, a seleção, concorrência ou licitação, acompanhamento da execução até as entregas e a aceitação dos serviços e produtos contratados.

“O material é público, gratuito, trará economicidade para as compras públicas, intensificará a transparência dos processos licitatórios, será uma fonte de conhecimento para o setor e dará segurança aos entes envolvidos”, avalia o analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Leonardo Santana.

É crescente o número de profissionais e empresas que usam a metodologia BIM para o planejamento das atividades da indústria da construção civil brasileira. A última edição da pesquisa Cenário Construtivo Brasileiro, por exemplo, mostra que houve aumento de 14% no uso de BIM em 2023, em relação ao último dado obtido em 2021, de 58% para 64% dos entrevistados.


A digitalização da indústria da construção civil é um dos temas prioritários da ABDI e, desde 2016, a Agência está engajada em ações junto ao setor. “A produção dessa coletânea é mais uma contribuição e estamos certos de que ela vai auxiliar gestores públicos e privados na consolidação e execução dos contratos BIM”, destaca Igor Calvet, presidente da ABDI.

Os volumes dois e três da coletânea estão em produção e abordarão como executar Contratos em BIM e como participar de Licitações em BIM, respectivamente. Nos sites da ABDI e do BIM Fórum Brasil é possível acompanhar as informações sobre a publicação dos outros guias, que está previsto para lançamento no final do segundo semestre deste ano.

O projeto “Guias de Contratação BIM” é de iniciativa do BIM Fórum Brasil e conta com patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC).

Bibliotecas BIM – Um outro documento orientativo, dedicado especificamente a objetos BIM, está sendo desenhado: “Guia de Bibliotecas BIM”. O planejamento de um empreendimento em BIM, totalmente digital, requer a previsão da obra do início ao fim e isso inclui a previsão dos materiais que serão necessários, como areia, argamassa, canos para tubulação, portas, janelas, entre outros.

Isso significa que esses objetos também devem estar no banco de dados do projeto virtual. Em outras palavras, é preciso transformar o catálogo físico dos produtos em digital. A motivação para a elaboração desse Guia é justamente sensibilizar a indústria de material para construção sobre a importância de disponibilizar uma biblioteca on-line dos objetos que fabricam. Dessa forma é criada uma Biblioteca BIM.

BIM no Brasil – Desde janeiro de 2021, obras e serviços de engenharia contratados por alguns órgãos da Administração Pública Federal devem ser executados em BIM. De acordo com o decreto 10.306/2020, a exigência acontece em três fases, sendo a primeira etapa, iniciada em 2021, dedicada somente a projetos. A partir de 2024, projetos e obras passam a ser incluídos nas exigências de BIM. E a partir de 2028, todas as fases da edificação (projetos, obras e pós-obras) passam a ser consideradas. Além disso, a nova lei de licitações, Lei n. 14.133/21, prevê o uso preferencial de BIM nas licitações para contratação de obras públicas, a partir de abril de 2024.

Já alinhada à Estratégia Nacional de Disseminação do BIM e com o objetivo de promover ganhos de produtividade e elevar a competitividade do setor da construção no país, a ABDI lançou, em 2018, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Plataforma BIMBR, um portal que, além de possuir conteúdo dinâmico sobre BIM, hospeda a Biblioteca Nacional BIM (BNBIM), que é um repositório das bibliotecas de objetos BIM no Brasil.

Para receber os avisos dos próximos cursos do Democratizando BIM, basta se inscrever na Plataforma BIMBR e acompanhar a newsletter semanal do portal.

Parceria entre startups e empresas de engenharia traz criatividade e inovação para a construção civil

Já há alguns anos, a inovação vem se tornando fundamental e necessária para impulsionar o crescimento e a competitividade das companhias que pretendem oferecer qualidade. Na construção civil, a colaboração entre startups e empresas de engenharia tem se mostrado uma estratégia eficaz para estimular a criatividade, aperfeiçoar processos e desenvolver soluções que impactam de forma positiva o dia a dia das construtoras.
 

Uma das principais vantagens dessa parceria é a complementaridade de conhecimento entre setores. Nem sempre as startups parceiras são nativas da engenharia; com isso, elas são capazes de trazer consigo agilidade, criatividade e ideias não tradicionais, enquanto as empresas de engenharia agregam conhecimento técnico na área, experiência operacional e recursos robustos.
 

“Hoje, quando identificamos algum desafio e não temos a resolução internamente, sabemos que é possível encontrá-la no mercado, e assim avançar nossas tecnologias. As propostas das startups muitas vezes rompem com paradigmas estabelecidos, trazendo ideias frescas e fora da caixa. Trata-se de uma forma de impulsionar a evolução contínua dos processos e manter a empresa à frente dos concorrentes”, explica André Medina, gerente de Inovação da Andrade Gutierrez e responsável pelo Vetor AG, primeiro programa de inovação aberta do setor de engenharia e construção.

O Vetor AG, desenvolvido pela Andrade Gutierrez, ilustra a importância dessa parceria e seus benefícios mútuos. O programa conecta a empresa a startups e empreendedores que possam trazer soluções criativas e disruptivas para o setor de construção. Essa abordagem aberta permite à companhia aproveitar o potencial de ideias inovadoras externas, fortalecendo sua capacidade de se adaptar às demandas do mercado.

Atualmente, a AG possui mais de 30 parcerias com startups que atuam ativamente nos processos da construtora. Soluções como da empresa Mentor Construção, que permitiu redução de 26% em horas de atividades dedicadas a compilação de dados e geração de resíduos; da PWTech, que possui uma tecnologia de baixo custo capaz de tornar águas não potáveis e até contaminadas próprias para o consumo humano; ou mesmo a Spectrageo, startup especializada em soluções geofísicas, que desenvolveu, em conjunto com a AG, uma solução que aumenta a assertividade e rapidez na investigação e caracterização de solos.
 

“A participação de startups no desenvolvimento de projetos internos trouxe um novo olhar sobre os desafios enfrentados no setor. Essa sinergia resulta em benefícios como ganhos financeiros, abertura de novos mercados, redução de custos e até mesmo de danos ao meio ambiente”, finaliza Medina.

Novo Minha Casa Minha Vida exige inteligência e novas estratégias de mercado por parte das incorporadoras



Após um período de notável crescimento em 2021 e 2022, impulsionado pelo boom na construção civil durante a pandemia do Coronavírus, o mercado continuará a crescer em 2023, porém, de forma mais moderada. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é esperado um crescimento de 2,5% no Brasil para este ano. Só no primeiro semestre, o segmento foi responsável por 17% de todos os empregos gerados no país, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Ainda no ritmo da retomada, o setor vive uma onda de otimismo com as mudanças anunciadas recentemente para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou a adotar novos patamares de juros, subsídio e teto para valores dos imóveis que podem ser financiados.

Dentre as mudanças, destacam-se três novidades principais. O limite máximo de valor do imóvel foi elevado para R$ 350 mil. Além disso, houve uma redução das taxas de juros para financiamentos destinados a famílias com renda mensal de até R$ 2 mil. Por fim, houve um aumento no valor do subsídio oferecido para a compra de imóveis. A faixa 1 agora possui um limite de renda familiar mensal de R$ 2.640, enquanto a faixa 3 se estende até R$ 8 mil, alcançando também a classe média brasileira.
“Isso representa uma excelente oportunidade para o mercado. No entanto, a mudança traz consigo novos desafios relacionados ao posicionamento, comunicação e estratégias de vendas. Aqueles que não forem capazes de abordar adequadamente esse público correrão o risco de perder valiosas oportunidades de conversão”, analisa João Pedro Agostini Teixeira, diretor da Plot.co, empresa especializada em gestão de ativos imobiliários. 

Para ele, o impacto de cada estratégia, seja para a faixa de renda mais baixa, média ou alta, deve ser pensado de maneira personalizada, considerando as demandas específicas de cada grupo. “Além disso, as incorporadoras precisarão desenvolver soluções criativas para garantir a atratividade de seus empreendimentos, oferecendo diferenciais competitivos, como projetos inovadores, qualidade construtiva, sustentabilidade e facilidades de financiamento, ou seja, adotar estratégias de inteligência de mercado”, enumera Teixeira.

Mercado imobiliário de aluguel está aquecido em São Paulo

Cenário é motivado pelas altas nos preços dos imóveis e pelas incertezas dos possíveis compradores quanto à possibilidade de pagar os financiamentos
 

O mercado imobiliário de aluguel está aquecido na cidade de São Paulo. Devido ao aumento nos valores dos imóveis e às incertezas quanto à economia, muitas pessoas estão decidindo alugar casas e apartamentos para morar ao invés de comprar.
 

Um levantamento da Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisões no segmento imobiliário, aponta para uma queda de 10% no número de transações imobiliárias na cidade de São Paulo entre janeiro e abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o documento, esse movimento ocorre ao mesmo tempo em que o preço médio das propriedades cresce em torno de 2% e a taxa SELIC se mantém em 13,75%, o que encarece os financiamentos.  
 

Em contrapartida, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, teve deflação de 1,93% no Brasil em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice teve queda de 6,86%. Desde janeiro deste ano, a redução foi de 4,46%. Em São Paulo, segundo estudo da Propdo, os valores dos aluguéis subiram cerca de 10% em média no ano passado, puxado por bairros como Jardim Europa, Pacaembu, Alto de Pinheiros, Jardim Paulistano e Vila Nova Conceição.
 

Cenário traz boas oportunidades para corretores
 

Para Nathan Varda, head da Propdo no Brasil, mesmo com o aumento em São Paulo, esse é um momento oportuno para corretores apresentarem a seus clientes boas oportunidades de negócios no ramo dos aluguéis. Segundo ele, “há uma grande demanda de pessoas que buscam imóveis para alugar, principalmente entre os jovens de 24 a 30 anos, casais divorciados, estudantes universitários de outras regiões do país e turistas estrangeiros que trabalham na cidade”.
 

O especialista comenta que as elevações significativas nos preços ocorridos entre 2020 e 2022 e o aumento do desemprego, principalmente em razão da pandemia de Covid-19 e da crise econômica, afastaram muitas pessoas da possibilidade de adquirir um apartamento ou casa. Além disso, “por conta dessa insegurança e das incertezas quanto à possibilidade de pagar os financiamentos, muitas pessoas alugam um imóvel por dois ou três anos antes de decidirem comprar ou não, pois querem conhecer o bairro, entender a rotina da comunidade, saber mais sobre os vizinhos, entre outras coisas”, acrescenta Varda, que finaliza dizendo que “a principal dica da Propdo é que os interessados em buscar uma nova moradia procurem um com corretor para ser orientado sobre as vantagens de desvantagens de cada tipo de negócio”.
 

Plataformas da Propdo

A Propdo lançou a ferramenta “Propdo GO!”. Ela permite que um corretor registrado na empresa receba uma oferta de compra ou venda de um imóvel, conforme a região e especificações elaboradas pelo próprio profissional. O primeiro que aceitar, terá exclusividade para atuar na negociação. “Nossa intenção é fornecer aos profissionais recursos para agirem com mais assertividade e aumentarem suas vendas em até 25%”, comenta Varda. Além disso, a companhia já conta com a “Investire”, ferramenta baseada em inteligência artificial e tecnologia de ponta para auxiliar pessoas que desejam investir no ramo na capital paulista, feita em parceria com a Quick2Sell e Animacasa.