Que caminho as construtechs devem seguir em 2023

Por Patrícia Zanlorenci,  CEO da Vellore Ventures, braço de inovação do Grupo Vellore

Em um mercado em expansão, porém tradicional e resistente a mudanças, nada como agregar inovação para garantir a evolução que o mundo moderno pede. Para o setor de matcon, essa fórmula pode ser a chave para o sucesso em 2023.

Serviço essencial para a sociedade, mesmo durante o isolamento causado pela pandemia do coronavírus, o setor continuou suas atividades e atingiu crescimento de quase 6% em 2022, segundo projeção da Construction Intelligence Center. 

Nos últimos anos, principalmente impulsionados pela crise sanitária de covid-19, diversos setores vivenciaram mudanças intensas devido à aceleração da transformação digital.

Essas mudanças impactaram o uso consciente de matérias-primas e promoveram produções mais assertivas, com foco na sustentabilidade.

Na área da construção civil, por exemplo, construtoras e incorporadoras iniciaram o processo de introduzir a tecnologia aos canteiros de obras de maneira mais intensa, para serem mais eficientes em termos de produtividade, economia e qualidade e não ficarem atrás da concorrência. 

De maneira geral, esse ano deve ser mais um período de crescimento para o setor da construçãoDe acordo com a Prospecta Analytica, companhia de solução em big data, a previsão para 2023 é de salto de 4,5%. Pelo terceiro ano consecutivo, a alta na área pode ficar acima da economia nacional.  

Com movimentação de quase R$ 250 bilhões no Brasil, o segmento coleciona novas startups de olho nesse potencial. Hoje, as chamadas construtechs estão entrando em ritmo de amadurecimento e, apesar do cenário macroeconômico global, permeado pela alta taxa básica de juros, guerras e inflação, os investidores seguem em busca de setores consolidados e seguros como o da construção civil. Nesse sentido, as startups que olharem para o ângulo certo não vão perder seus aportes. 

Nos próximos anos, a expecativa é que essas companhias conquistem mais profissionalização. 

Para isso, deverão estar preparadas para apresentar seus projetos no mercado de forma assertiva, aplicando os valores recebidos de forma responsável e traçando estratégias sólidas para crescerem em meio a um ambiente de tantas incertezas. 

Dessa maneira, a dica é sempre obter conhecimento. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) fez um estudo com 400 empresas; 47% delas afirmaram que a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema no ano passado. A taxa de juros elevada foi destacada por 29,8% dos entrevistados. Já a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado foi relatada por 20,3%.  

De acordo com Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os três insumos que mais sofreram aumentos nos custos entre julho de 2020 a junho de 2022 foram vergalhões e arames de aço carbono (99,60%); tubos e conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de PVC (80,62%). 

Os dados, portanto, revelam algumas dores do setor. As construtechs que focarem em soluções que atendam aos gargalos reais, com inovação e diferenciais competitivos, vão sair na frente.

O bom desempenho da área exerce efeito positivo em toda a economia nacional e, aliado à tecnologia, não tem como a equação falhar.