Primeira PPP de habitação municipal do país terá mais de 2,7 mil moradias construídas em São Paulo

A primeira Parceria Público-Privada (PPP) municipal de habitação popular do Brasil coloca a capital paulista na liderança do segmento, servindo de exemplo para outros municípios brasileiros.


O lote é referente à região da Mooca e a previsão de início das obras é dezembro deste ano. Por meio da SPE (Sociedade de Propósito Específico) Teen Imobiliário, a Telar Engenharia e a Engeform Engenharia irão construir quatro complexos habitacionais localizados na zona leste da cidade de São Paulo. Os empreendimentos somam mais de 2,7 mil apartamentos e o valor total do investimento chega a R﹩ 800 milhões.

As moradias são de interesse social, destinadas às pessoas com renda mensal a partir de um salário mínimo e cadastradas na Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), empresa da Prefeitura de São Paulo. O projeto contempla infraestrutura de lazer e urbana, equipamentos públicos e espaços comerciais e é parte das ações da prefeitura para diminuir o déficit habitacional da capital que, segundo o próprio município, soma 474 mil unidades.

“A PPP consolidou as diretrizes do Plano Diretor Estratégico da capital. É importante destacar que também haverá investimentos em infraestrutura urbana e equipamentos públicos, além do montante principal aplicado na construção das moradias”, afirma Marco Botter, CEO da Telar.

“O modelo de implementação das moradias foi pensado para oferecer mais qualidade de vida às pessoas, inclusive quanto aos deslocamentos, com a implantação de faixas de ciclovias e proximidade de transporte público. Estamos colocando em prática o conceito de projetos residenciais conectados com o planejamento e desenvolvimento urbano integrado e sustentável”, complementa Botter.

Sobre a modelagem de financiamento dos imóveis, o executivo ressalta: “caberá à Concessionária TEEN orientar as famílias na obtenção do financiamento da Caixa Econômica Federal; financiamento que inclui subsídios em função da classe de renda, bem como apoiar a organização dos futuros condomínios de moradores.”

Integração arquitetônica e natureza: um grande diferencial


Os projetos de implantação, fachadas e interior dos edifícios foram contratados com escritórios de arquitetura renomados, na perspectiva de construir obras referenciais em termos estéticos, sem massificação, com baixa ocupação dos terrenos em planta e tendo o paisagismo como característica e diferencial.

“Apenas em função de um dos complexos serão plantadas 2.100 árvores, além do aproveitamento da vegetação de maior porte como proteção em relação ao ruído urbano. Três dos quatro complexos estão ao redor do Parque da Mooca, o que duplica a possibilidade de vivência com o ‘verde’, no paisagismo e no acesso ao Parque. O contrato da PPP dá uso social e sustentável aos últimos terrenos pertencentes à Prefeitura de São Paulo, no bairro da Mooca”, completa Marco Botter.

Já o aproveitamento das redes existentes, em termos de água e esgoto, energia, iluminação e telecomunicações, dando uso habitacional a áreas centrais subaproveitadas, obedece à recomendação de reconhecidos urbanistas e associações de arquitetura e planejamento urbano nacionais e internacionais.

“Aproximar os trabalhadores, especialmente do setor de serviço, hoje o que mais emprega no Brasil, da região central da cidade significa vantagens para trabalhadores e empregadores: menos tempo e menos despesa com deslocamentos, mais lazer. E também permite ao Poder Público direcionar recursos para regiões distantes e mais carentes”, disse.

Em paralelo, os espaços comerciais trarão conveniência e conforto para moradores atuais e futuros do bairro e gerarão empregos.

Mercado em expansão


A expectativa da Telar é ampliar seu faturamento em 30% até o final de 2022, exclusivamente no segmento privado, passando de R﹩ 120 milhões para R﹩150 milhões. Para expandir a atuação, a companhia aposta em alta performance e custo competitivo, como a aquisição de equipamentos tecnológicos de última geração, somando investimentos recentes da ordem de R﹩ 20 milhões.