Novas tecnologias atenuam impacto da alta de materiais da construção civil

Com o aumento dos preços de matérias-primas e insumos utilizados na construção civil, em decorrência das altas internacionais dos preços destes itens, as incorporadoras têm buscado alternativas de redução destes impactos nos custos das obras, assim como opções mais modernas em termos de matérias-primas, que tragam melhor desempenho, conforto e satisfação para os clientes. Quando é possível, dentro do ponto de vista técnico, as empresas avaliam a possibilidade de substituição de materiais tradicionais, como aço e concreto, por insumos compatíveis, mais baratos e com ótimos resultados.

Uma das maiores empresas do País, a MRV Engenharia – que atende o segmento Casa Verde e Amarela -, já testou em quadro empreendimentos do programa habitacional a substituição da tela de aço por fibra de vidro, nas paredes de concreto, e conseguiu homologar a tecnologia. A companhia já adiantou que pretende expandir essa aplicação na produção de edifícios de até cinco andares e tem utilizado o uso de “dry-wall” em paredes internas. Outra iniciativa da empresa em busca de mais eficiência trata da troca gradual de formas de alumínio por plásticas, que trariam maior produtividade.

O presidente da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz França, pontua que a busca por novas tecnologias tem um impacto significativo para as empresas, que podem oferecer soluções mais modernas e sustentáveis para os clientes. “Com essas alternativas à disposição, as incorporadoras podem definir qual a melhor tecnologia a ser usada em cada momento”, comenta o executivo, pontuando que a atualização constante e a necessidade de estar alinhado à modernidade também fazem parte deste novo cenário.

Esfera de plásticos em lajes

A empresa dinamarquesa BubbleDeck, com apoio da Braskem, lançou no Brasil um sistema construtivo que utiliza esferas de plástico com objetivo de reduzir o peso próprio das lajes, proporcionando maior agilidade em obras, menor custo e impacto ambiental. O sistema é composto por esferas de polipropileno inseridas de forma uniforme entre duas telas de aço. Essas esferas são introduzidas de forma a ocupar a zona de concreto que não desempenha a função estrutural. Dessa forma, é possível construir lajes com a mesma resistência de uma laje plana maciça, porém mais leves.

A tecnologia já é utilizada em mais de 30 países e, em termos de economia de insumos, é possível deixar de gastar até 35% do concreto que seria utilizado no processo tradicional. Além disso, com o uso das esferas não há necessidade de utilização de vigas e o número de pilares é reduzido, permitindo vãos maiores, estrutura ideal para grandes construções, como estacionamentos. “As tecnologias construtivas estão avançando cada vez mais e trazem benefícios para as empresas, para o consumidor final e o meio ambiente. Precisamos estar abertos a novas alternativas que trarão mais economia e melhor desempenho para as obras”, finaliza Luiz França.