O mercado imobiliário segue aquecido para produtos Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com base no crescimento de 10,1% no índice de procura e 9,2% de alta no indicador de vendas no terceiro trimestre de 2024, frente ao trimestre anterior. A estabilidade dos produtos de Médio e Alto Padrão (MAP) também reforça o momento positivo do mercado. Essas são as principais conclusões da pesquisa Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, da ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e da Deloitte – organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. O índice de vendas de MCVM avançaram 10,4% no 2T24, 11,4% no 1T24 e 14,5% no último trimestre de 2023, consolidando um ciclo positivo.
“O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continua sendo uma ferramenta essencial para o acesso à moradia, principalmente por meio de financiamentos com recursos do FGTS e condições de crédito mais acessíveis. Os números do Médio e Alto Padrão também reforçam a resiliência do segmento, mesmo diante de um cenário de altas taxas de juros. No entanto, o principal desafio agora é reduzir o custo do funding para ampliar ainda mais o acesso à habitação e impulsionar a geração de empregos, contribuindo para combater o déficit habitacional, que permanece uma questão urgente no Brasil”, afirma Luiz França, presidente da ABRAINC.
Os imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP) apresentam estabilidade no índice de vendas, com leve aumento de 0,9% no 3T24. O ritmo mais lento da demanda x oferta desse segmento no período ocorre depois de dois trimestres com altas respectivas de 8,4% e 7,2% no índice de vendas.
A maioria das incorporadoras prevê lançamentos nos próximos 12 meses. No 3T24, o apurado foi 100% em MCMV, 95% em MAP e 98% no Geral – entre empresas que atuam com os dois produtos. Os números são superiores aos de três meses atrás: 97% MCMV, 88% MAP e 93% Geral.
No entanto, o apetite pela aquisição de terrenos para novos empreendimentos está menor. No 3T24, a informação consolidada deu conta de 95% em MCMV, 66% em MAP e 81% no Geral. No trimestre anterior, os números foram 94% em MCMV, 76% em MAP e 86% no Geral. “Os dados relativos a lançamentos estão em patamares elevados e evidenciam maior confiança no mercado. Já os de aquisição de terrenos registaram queda em MAP e trazem sinais de cautela para investimentos de médio a longo prazo”, analisa Claudia Baggio, líder da prática de Real Estate da Deloitte.
PREÇOS EM ALTA
Os indicadores de preços de imóveis residenciais subiram 5,5% no MCMV, no 3T24, impulsionados especialmente pelos custos de construção e pela valorização do metro quadrado nos principais centros. Em MAP, a alta do indicador foi de 3,5%. A média no Geral foi de 4,7% a mais no período. “A trajetória dos preços de imóveis residenciais vem em alta ao longo do ano e esse cenário de crescimento tende a continuar. A evolução no MCMV é impulsionada pela forte demanda por moradia popular e pelos subsídios governamentais. Por outro lado, o mercado de Médio e Alto Padrão segue cauteloso diante do aumento dos juros e consequentemente o encarecimento do crédito, destaca Rafael Camargo, diretor da prática de Real Estate da Deloitte.
As entrevistas com lideranças de 57 empresas do mercado imobiliário ocorreram entre 2 a 18 de outubro deste ano. As informações obtidas viraram notas, que variam de forte redução a forte aumento, e resultaram na média 2,28 pontos nos quesitos de procura e venda, em até 3 pontos possíveis. Essa performance significa estabilidade no interesse e comercialização dos produtos em geral no 3T24, uma vez que a apuração foi de 2,30 pontos nos três meses anteriores. Essa média considera os dados de incorporadoras dos segmentos Minha Casa, Minha Vida (34% das entrevistadas), Médio e Alto Padrão (28%) e Geral (38% atuando com os dois produtos).
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