Confiança da Construção cai em março, com a avaliação mais negativa do ambiente de negócios

O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE caiu 1,0 ponto em março, atingindo 96,6 pontos, revertendo mais da metade de alta observada no mês passado. Na média móvel trimestral, o índice ficou relativamente estável ao variar 0,2 ponto.
 

“O avanço dos dois últimos meses não se sustentou: a confiança setorial caiu com a avaliação mais negativa em relação ao ambiente de negócios. As dificuldades de acesso ao crédito e à mão de obra qualificada continuam afetando parcela expressiva das empresas. No entanto, o setor se manteve otimista em relação à demanda dos próximos meses. Vale destacar o segmento de Preparação de terrenos, que é antecedente ao ciclo de produção, que registrou melhora expressiva da atividade em março, reforçando as perspectivas mais favoráveis para o setor. Na comparação com o último trimestre de 2023, o primeiro trimestre deste ano termina com melhora da confiança,” observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
 

O resultado do ICST, deste mês, foi influenciado pela piora das avaliações sobre o momento atual e das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST), que teve maior influência na queda, recuou 1,4 ponto, para 94,1 pontos. Esse declínio foi exclusivamente atribuído ao indicador de situação atual dos negócios, que caiu 3,2 pontos, para 93,5 pontos. Por outro lado, o indicador de volume da carteira de contratos teve aumento de 0,3 ponto, alcançando 94,6 pontos.
 

Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou uma queda mais modesta de 0,3 ponto, para 99,4 pontos. Os dois indicadores que compõem o índice tiveram variações opostas: o de demanda prevista para os próximos três meses subiu 1,0 ponto, para 100,5 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses cedeu 1,6 ponto, para 98,2 pontos.
 

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção variou 0,2 ponto percentual, para 78,3%. O NUCI de Mão de Obra permaneceu estável neste mês, mantendo-se nos 79,7%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos cedeu 0,8 p.p., para 73,5%, respectivamente.
 

Expectativas com a demanda impulsionam a confiança do segmento de obras residenciais

As empresas do segmento de Infraestrutura, especialmente, de Obras Viárias, chegaram ao fim do primeiro trimestre com os maiores índices de confiança. No entanto, na comparação com o último trimestre de 2023, a maior alta relativa ocorreu entre as empresas do segmento de Obras Residenciais. Nesse segmento, o Índice de Expectativas (média do trimestre) avançou mais de 22 pontos, refletindo o otimismo dessas empresas com a demanda prevista. “Se em 2023, o mercado imobiliário mostrou grande resiliência ante as altas taxas de juros, em 2024, há forte expectativa de retomada mais vigorosa das vendas,” observou Ana Castelo.