ABRAINC debate reformas e investimentos no primeiro dia do Fórum Brasileiro de Incorporadoras

A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) iniciou ontem (29/09) a 4ª edição do Incorpora – Fórum Brasileiro de Incorporadoras. O primeiro encontro, de uma série de quatro, debateu temas como investimentos e reforma tributária no setor imobiliário nacional e internacional.

Já na abertura, o presidente da ABRAINC, Luiz França, destacou o bom momento que a construção civil vive no Brasil e o importante papel das incorporadoras no enfrentamento da Covid-19. Destacou a manutenção de empregos durante essa fase e o baixo índice de mortalidade pela doença no setor.

França também reforçou que, apesar do nível de crédito contratado por incorporadoras de todo o Brasil nos últimos 12 meses, superando os R﹩ 200 bilhões, o setor ainda tem espaço para investir e ajudar na diminuição do déficit habitacional do País, que é de 7,8 milhões de moradias. Para tanto, necessita de taxa de juros cada vez mais competitivas. “O crédito é fundamental e a taxa de juros baixa é importantíssima no nosso segmento. Isso é vital para que continue tendo esse mercado forte e crescente”, afirmou.

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e atual sócio-diretor da Tendências Consultoria, explicou os impactos da crise hídrica na inflação brasileira, que está muito alta, em especial com o elevado preço da energia e as heranças da pandemia da Covid-19. Mas, lembrou da força da indústria imobiliária. “Elemento fundamental na preservação do crescimento e emprego no Brasil”, disse.

“O mercado imobiliário tem um bom ambiente regulatório e um futuro promissor, não apenas pela quantidade de casas e apartamento que ainda precisa construir, mas porque o setor tem um amplo espaço para crescimento”, foram os apontamentos do presidente do Conselho da MRV, Rubens Menin. “A construção tem contribuído para a geração de empregos e sabemos que temos que construir 35 milhões de moradias nos próximos 20 anos.”

Pedro Guimarães, presidente da Caixa, explicou como o fim de uma série de restrições antigas do Banco Central impactou positivamente e como isso permitiu a ampliação de financiamentos de empreendimentos populares. “Hoje, 99,99% do programa Casa Verde Amarela é basicamente financiado só pela Caixa”, informou.

CAPITAL ABERTO

Atualmente, 22 incorporadoras têm ações na B3, sendo que oito delas entraram para a bolsa no ano passado, gerando novas entradas da ordem de R﹩ 6 bilhões e 22 mil investidores. “Dinheiro que financiou a expansão de boas empresas, gerando emprego, retorno aos investidores e combustível para a nossa economia”, lembrou Marcos Vanderlei, vice-presidente da B3, um dos palestrantes do evento.

JUROS FUTUROS

Os juros não passaram despercebidos no debate e José Rocha Neto, diretor executivo do Banco Bradesco, disse acreditar que independentemente da taxa definida pelo Banco Central no futuro, há uma estrutura para garantir um crescimento no ramo imobiliário. “Estamos falando de um financiamento de 30 anos. Ele pode desacelerar um pouco, mas não vai gerar um grande impacto”.

Por fim, Flaviano Galhardo, presidente da Arisp/Rib (Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo), reforçou que os investimentos no setor imobiliário têm uma série de garantias que estimulam a produção de novos empreendimentos, lucro e geração de empregos, mas ponderou: “Temos um ambiente institucional regulatório muito propício, mas a condição macroeconômica precisa ajudar”, pontuou.

Ao final do debate, o presidente da ABRAINC agradeceu os participantes pela qualidade do evento e reforçou o apreço aos empresários do setor imobiliário. “Um setor corajoso e vai sair vencedor”, finalizou.

AGENDA

O próximo webinário do Incorpora, Fórum Brasileiro de Incorporadoras, será no dia 06/10, das 16h às 18h, e vai debater o Cenário Econômico, Financiamento e Políticas Habitacionais.