O Índice de Confiança da Construção (ICST), do FGV IBRE, subiu 2,2 pontos em maio, para 87,2 pontos, a primeira alta deste ano. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,6 ponto, a quinta queda consecutiva.
“Seguindo as ondas da Covid, a confiança das empresas do setor da construção registrou uma tímida melhora em maio, sem reverter, no entanto, a sequência de quatro resultados negativos. O índice de confiança continua em nível inferior ao patamar alcançado no final do ano passado e ainda sinaliza a predominância de um pessimismo entre as empresas. Esse sentimento se contrapõe cada vez mais às expectativas otimistas de retomada do crescimento setorial que prevaleceram até o início do ano. Os empresários apontam que a demanda não avançou o suficiente para sustentar um novo ciclo. E a alta de preços dos insumos permanece como uma limitação cada vez maior, dificultando a continuidade e realização de novos negócios”, avaliou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.
O resultado positivo do ICST em maio refletiu a melhora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento atual e das expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,2 ponto, para 85,5 pontos, interrompendo quatro meses de quedas consecutivas. A alta do ISA-CST foi influenciada principalmente pela melhora do indicador de situação atual dos negócios, que subiu 2,0 pontos, para pontos 86,4 pontos.
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 3,0 pontos, para 89,0 pontos, devolvendo parte da perda do mês passado (-4,0 pontos). Esse resultado se deve à melhora do indicador de demanda prevista, que subiu 3,0 pontos, para 87,7 pontos, e o de tendência dos negócios, que subiu 3,1 pontos, para 90,5 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção caiu 2,7 pontos percentuais (p.p.), para 74,4%. A maior contribuição veio do NUCI de Mão de Obra, que retraiu 2,9 p.p, para 75,7%. Já o NUCI de Máquinas e Equipamentos recuou 1,0 p.p, para 69,5%.
Custos e Preços Previstos
Em maio, o custo da matéria-prima alcançou percentual recorde de empresas que citam como o fator limitativo à melhoria dos negócios (40%) ficando atrás apenas da demanda insuficiente (50%). Com o fechamento dos acordos coletivos, o componente mão de obra também começa a pressionar os custos empresariais. Desde junho, quando os custos começaram a subir vertiginosamente, a maioria das empresas aponta que os preços praticados vão subir nos próximos três meses. “Vale notar que a consequência imediata desse movimento é o encarecimento do investimento, o que torna mais lenta e difícil a recuperação da economia”, observou Ana Castelo.