Por Thaís Cancian No último ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor da construção civil cresceu 1,6% comparado com o ano de 2018, também devido ao setor imobiliário. É fato que o aumento de casos de COVID-19, declarado pandemia pela OMS, no início de março, atropelou todas as expectativas e planos estratégicos que muitos empresários do ramo estavam planejando colocar em prática. Muito se fala sobre o desempenho do mercado imobiliário, como serão os processos de compra e vendas, as tendências para os financiamentos e etc. Enfim, dúvidas surgem por todos os lados. Mas pouco se fala de um fator importantíssimo para a compra, venda ou aluguel de qualquer empreendimento, loja, sala, kitnets e conjugados, apartamentos ou casas: o que deve acontecer com os corretores de imóveis? E como essa classe tem se adaptado à crise? É claro que os processos de compra e aluguel requerem todo cuidado, já que estamos lidando com questões financeiras, jurídicas e de ordem burocrática e, por isso, precisam ser analisados com cautela. Mas todo o setor tem procurado repensar e melhor entender esta transformação que estamos vivendo, principalmente para entender o período que virá após o isolamento social. Esse movimento só reforça o quão é necessário uma renovação em diversas profissões e, inclusive, na corretagem de imóveis. São diversas as empresas do setor imobiliário que buscam, cada vez mais, maneiras de se adaptarem às novas tecnologias, usando ao seu favor sites, aplicativos, workshops online, edição fotográfica e etc. Mais do que nunca, a digitalização da profissão e até mesmo de toda a área parece um caminho sem volta. A baixa nos juros causada pela queda da SELIC estimula o consumo, o que, automaticamente, faz com que interessados em buscar seu futuro imóvel tenham maior probabilidade de finalizar a compra. No último ano, presenciamos vários recordes da queda dessa taxa. Entretanto, no mês de março deste ano, o Banco Central reduziu os juros mais uma vez, baixando a taxa a 3,75% ao ano. São números até favoráveis para quem está na busca pela tão sonhada casa própria, mas há, em paralelo, alguns questionamentos. A dúvida sobre o que acontecerá após a pandemia paira no ar e preocupa a cabeça da maioria das pessoas. A incerteza fez com que diversos planos fossem adiados e postergados para um futuro próximo, mas sem data previamente agendada. Existe alguma maneira de manter esse mercado aquecido? Como os corretores estão lidando com esse cenário? De acordo com o CRECI-SP, somente na capital paulista até agosto de 2019, existiam 48,8 mil imobiliárias registradas e os profissionais da corretagem já eram mais de 400 mil – aumentando a cada 2 mil novos cadastrados por mês. Apesar de muitos desses profissionais não utilizarem, até então, as ferramentas digitais ao seu favor, diversas empresas têm oferecido cursos, aplicativos, metodologias, eventos, entre outros formatos e recursos online, para educar e inserir a tecnologia na rotina dos corretores de imóveis. Essa é uma tendência que têm demonstrado resultado interessante para os profissionais da corretagem. O marketing digital básico já os coloca em evidência apenas com alguns cliques ao utilizar o WhatsApp de maneira profissional, por exemplo. Outra ferramenta que tem feito toda a diferença e ajudado esses profissionais são os aplicativos de venda. As pessoas estão nos smartphones todo tempo e os apps se tornam bastante práticos para este fluxo. Portanto, apesar desta insegurança que todos os segmentos da economia tem vivenciado, temos já percebido que o avanço da digitalização do dia a dia da corretagem de imóveis, praticado atualmente muito por força do isolamento e da quarentena, será um caminho sem volta. E é por isso que temos contribuído com este processo de educação dos profissionais. Sem dúvida, todo o setor sairá mais profissionalmente digitalizado desta crise decorrente do coronavírus. E todos só terão a ganhar com isso. Thaís Cancian, diretora comercial na proptech Ao Cubo. |