Relatório da World Trade Centers Association (WTCA) contempla opiniões de especialistas de 17 cidades da região e mostra que o setor cresceu 17,6% em desempenho
Recentemente, empresas como Apple, Google, Meta e até Zoom têm exigido que os funcionários retornem ao trabalho presencial pelo menos três dias por semana. Seja pela produtividade, seja pelo contato humano, o fato é que a retomada aqueceu o setor de escritórios premium. Na América Latina, por exemplo, locações e vendas desses imóveis apresentaram alta no primeiro semestre de 2023, atingindo 17,6% em desempenho no índice WTCA Prime Office Index.
Idealizado pela Latin Trade e pela World Trade Centers Association (WTCA), o relatório convida especialistas do setor para apontarem a situação atual e as perspectivas para o mercado de locação e vendas de escritórios premium na América Latina. O documento do primeiro semestre de 2023 é a sexta edição divulgada.
Para descobrir o desempenho específico das locações, o índice é calculado com base em quatro pontos: preços médios, taxa de vacância, tempo médio para alugar e favorabilidade da situação econômica. No primeiro semestre de 2023, o equilíbrio foi de 29,4% – muito superior ao obtido no último período, que estava em -3,8%.
De acordo com parte dos especialistas, esse comportamento está relacionado ao fato de que a construção de escritórios não está crescendo. Com isso, os espaços disponíveis estão sendo alugados em um ritmo relativamente bom.
Ainda é válido destacar que 47% dos participantes notaram que o nível médio dos preços de aluguel ficou entre US$ 12 e US$ 18 por metro quadrado, 53% perceberam que a taxa de vacância diminuiu no primeiro semestre do ano e 35% identificaram retração no tempo necessário para locar um espaço.
Em relação ao desempenho de vendas, o WTCA Prime Office Index leva em consideração três variáveis: preços médios, tempo médio necessário para vender e favorabilidade da situação econômica. Com base nesses dados, o índice ficou em 5,8% para o primeiro semestre do ano – o melhor resultado histórico da série.
Entre os vendedores e investidores de escritórios premium, 35% observaram aumentos nos preços. Tanto é que 65% apontaram que os valores médios ficaram entre US$ 2 mil e US$ 3 mil por metro quadrado – 20 pontos superiores ao semestre anterior. Isso também impactou o tempo de venda, uma vez que 29% viram um aumento na hora de comercializar esses espaços.
Os especialistas atribuíram esse resultado a uma preferência crescente pela locação em vez da compra. Prova disso é que 19% dos entrevistados disseram que a situação econômica – o que inclui alta inflação, altas taxas de juros e demanda agregada reduzida – foi desfavorável para as vendas de escritórios premium no semestre.
A sexta edição do WTCA Prime Office Index consultou especialistas de 17 cidades latino-americanas. São elas: Buenos Aires (Argentina); Santa Cruz de la Sierra (Bolívia); Curitiba e São Paulo (Brasil); Santiago (Chile); Bogotá, Cali e Medellín (Colômbia); San Salvador (El Salvador); Cidade do México, Guadalajara, Nuevo Laredo e San Miguel de Allende (México); Santo Domingo (República Dominicana); Cidade do Panamá (Panamá); Montevidéu (Uruguai) e Valencia (Venezuela).