Revestimentos em pedra, porcelana e cerâmicas são velhos conhecidos dos brasileiros. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER), o país é o segundo maior consumidor de revestimentos; o produto é responsável por 6% do PIB da indústria de materiais de construção, com previsão de crescimento de 15% até 2025. Apesar disso, até 2016 não existia um marketplace que reunisse e permitisse comparar diferentes revestimentos, para compra de qualquer lugar do Brasil.
Em 2017, diante do crescimento do e-commerce no Brasil, Fernando Martins, CEO, identificou uma oportunidade de conectar o consumidor final com as indústrias de revestimentos em um canal digital, o que culminou na criação do Arqplace, marketplace que conecta fornecedores de revestimentos, pedras naturais importadas, iluminação, metais, louças e vasos ornamentais de alto padrão ao consumidor final.
Após trabalhar na cerâmica da família e atuar em diferentes funções na indústria da construção civil – de “chapa”, ajudante de carga e descarga, atendimento ao cliente e gestão – Fernando identificou uma alta demanda de orçamentos via redes sociais da empresa da família, enquanto as fábricas de materiais de construção ainda não haviam aderido ao comércio online.
“Fiz um exercício de imaginar como seria o mercado de revestimentos em 10 ou 20 anos. Estudei cases de empresas fora do Brasil que trilharam o caminho de digitalizar o fornecimento desses materiais e percebi que os early adopters de tecnologias disruptivas eram também, geralmente, consumidores com alto poder aquisitivo. Enxerguei uma oportunidade de oferecer uma experiência de compra online com qualidade de imagem, curadoria de produtos cuidadosa e um atendimento humanizado e ágil, que inclui envio de amostras para o cliente”, explica o CEO. Atualmente, a empresa oferece mais de 1.000 itens.
Já no primeiro ano, a startup alcançou o Gross Merchandise Volume (GMV), ou seja, volume bruto de mercadorias de R＄ 110 mil. Em abril de 2020, atingiu o marco do primeiro milhão em vendas. E após investimentos em nova plataforma digital, ampliação do número de fornecedores, atração de talentos e o desenvolvimento de alta expertise em marketing digital, a startup pretende atingir um total de 14 MM de GMV em 2023.
A empresa se responsabiliza por toda a integração e administração dos produtos, assim como pelo atendimento ao cliente e logística. Desde o desenvolvimento de novos produtos até a solução de eventuais conflitos. Todas as operações são gerenciadas internamente, em um modelo de negócio que o empreendedor define como o “Customerplace”, no qual os clientes são tanto as fábricas quanto os consumidores finais. “De um lado estamos fazendo a transformação digital das indústrias de revestimentos da construção. De outro, estamos conquistando e habituando o consumidor final a comprar esses materiais pela internet”, comenta Fernando.
Segundo Fernando, a expectativa é alcançar um GMV de 14 milhões em 2023, alcançando um crescimento de 80%, para isso, deve apostar em uma série de estratégias, como triplicar o número de fornecedores, aumentar a variedade de produtos para a arquitetura e migrar para uma plataforma on-line mais robusta e eficiente, que permita a automação e aumento da produtividade. Sem descartar a possibilidade de buscar investimento externo para acelerar as operações.