Livro estuda os efeitos cromáticos no design e na arquitetura e os critérios adotados nos projetos

O livro “CMF, A Essência das Cores”da arquiteta, urbanista e arte-educadora Marcia Holland, é o primeiro volume de uma série de três que será lançado no dia 16 de maio, na Livraria da Vila, em São Paulo. Indicado aos designers de produtos, de interiores, arquitetos, decoradores e profissionais de branding, o conjunto da obra vai “explorar a interseção entre arte, ciência, tecnologia e emoção. É uma jornada emocionante pela compreensão, aplicação e apreciação das cores, fundamentada na revolucionária técnica interdisciplinar CMF”, segundo Lincoln Seragini, nome fundamental do design brasileiro e prefaciante dessa edição.
 

Rico em ilustrações e produzido por um rígido controle gráfico e colorimétrico o volume – primeiro do assunto na língua portuguesa – sugere ao leitor vivenciar ao longo da publicação o entendimento a exemplos de aplicações mais do que complexos. Divido em sete capítulos, CMF, A Essência das Cores, entra em questões técnicas advindas das teorias tão antigas como a ótica de Isaac Newton e a descoberta da luz como onda eletromagnética pelo físico alemão Heinrich Hertz até os conceitos contemporâneos de psicofísica de Mark Fairchild. Um passeio pelo livro mostra temas como a métrica da cor, o contraste simultâneo (quando uma cor se altera pela vizinhança de outra cor), mecanismos da visão humana, colorimetria, percepção de superfície, psicofísica da cor e a ciência da cognição.
 

“Minha intenção foi criar um livro que seja guia para a inovação e expressividade e não algo que coloque regras e limites. Estruturei os capítulos por complexidade e termino com um case para que as pessoas possam aplicar os gabaritos que estão na contracapa”. No livro a autora trabalhou um pouco a história e usou de elementos que considerou importantes e que podem ser aplicados no dia a dia. “Abordei a questão do aparato visual, depois o tema da luz voltada à arquitetura e interiores, ao índice de reprodução cromática, entre outros; às discussões sobre a psicofísica, uma leitura a longo médio e proximidade; já na parte urbana passo de fato para cor e design de produto; na cor voltada ao design automotivo; na cor e interiores e fecho com o case”.
 

O CMF- Color Material and Finishing, do inglês que significa cor, material e acabamento superficial é uma área presente em muitos âmbitos de design e arquitetura. Na área industrial relaciona aspectos cromáticos, táteis e decorativos na criação e manutenção da identidade de produtos, ambientes e até sistemas de transporte. O CMF está atrelado a tendências e contribui de forma significativa para a venda de produtos.
 

Existe uma demanda por profissionais “que devem apresentar competências na aplicação de métodos consagrados para a leitura de contextos e construção de futuros possíveis, sem especulações e com bases sólidas”. Um compêndio como este deve contribuir para consolidar junto a esses profissionais uma visão sistemática, instrumentalizada e controlada na escolha de cores e materiais em projetos. “Quando se faz uma obra não tem como dissociar a cor do material e, por conseguinte, o acabamento – atributo importante”.
 

Há 39 anos atuando no mercado, Marcia Holland, diretora de Pesquisa e Inovação do Portal de Tendências, já realizou projetos, consultorias e conferências para empresas como a Nestlé, Basf, Suvinil, Apple, Sherwin Williams, Rhodia, Philips, Oxford, Natura e Pertech. “Em 1988, várias empresas começaram a me procurar para estruturar conceitos e indicadores para projetos de adaptação ou tropicalização de produtos. Depois, fui convidada a participar de comitês de tendências, delineando aspectos do projeto e do CMF. Hoje, os relatórios técnicos de tendências do portal são voltados a orientar a indústria nos diversos setores de consumo: materiais especiais, revestimentos, embalagens, novos conceitos e produtos exclusivos”, lembrou Holland em entrevista à mídia da DW! Semana de Design, a qual participou esse ano com uma série de atividades.