Especialistas revelam quais devem ser as tendências para o futuro do morar e do construir

O Cubo Construliving, primeiro hub focado em criar experiências inovadoras na cadeia de construção e da habitação da América Latina, comemora seus seis primeiros meses de atuação com resultados expressivos e um olhar para o futuro do morar e do construir. Desde março, o hub triplicou seu número de startups, foi responsável por mais de 130 conexões com o objetivo de gerar negócios, além de compartilhar mais de 40 desafios do setor, que estão em andamento e devem entrar em fase de desenvolvimento nos próximos meses e lançar um lounge, no prédio do Cubo Itaú.

“O mercado de construção e habitação tem potencial para gerar cerca de 2,3 milhões de empregos por ano, segundo um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Esse número impacta o mercado de forma significativa e está diretamente alinhado com o nosso propósito de transformar a sociedade através do empreendedorismo. Em meio ano, triplicar o número de startups no hub voltado a este setor evidencia o crescimento que temos observado nos últimos anos em construtechs e proptechs”, comenta Marcella Falcão, Head de Corporates e Investors do Cubo Itaú. Segundo um levantamento da Terracota Ventures divulgado este ano, houve uma alta de 11,8% no número de construtechs e proptechs em relação a 2021.

Para Marcella, a expectativa é que o mercado aumente consideravelmente sua capacidade de desenvolvimento dado os investimentos esperados para o setor. O levantamento da Firjan utilizou os efeitos diretos e indiretos sobre a economia tendo como base os aportes de R$ 346,9 bilhões previstos no setor de infraestrutura e R$ 316,7 bilhões no setor de habitação até 2026, que juntos somam R$ 663,6 bilhões. Muito desta evolução deverá estar ligada à tecnologia aplicada às ineficiências encontradas no setor. O cálculo considera projetos de concessões, parcerias público-privadas e obras públicas em níveis federal e estadual, incluindo o novo PAC.

Conexão e inteligência estão no futuro do morar

Projetos aptos a responder aos desafios do século 21, como escassez de recursos e mudanças climáticas, despontam na arquitetura. Entre as soluções estão as construções modulares com base em estruturas metálicas e o uso de madeira engenheirada, por exemplo. Esse é um material pré-fabricado e proveniente de floresta plantada, para ser utilizado na estrutura de construções como um recurso renovável, por armazenar carbono.

“Nós apostamos muito na inovação do setor a partir dos novos modelos construtivos que poderão transformar o mercado de construção civil. A madeira engenheirada, além de ser um material muito mais sustentável, permite um canteiro de obras mais limpo e construções mais ágeis”, afirma Daniel Franco, diretor de TI e Growth da DexcoAs construções modulares em steel frame também vêm ganhando espaço no setor. “Esse modelo também oferece construções mais rápidas e limpas, rompendo com os padrões tradicionais e desenvolvendo a construção off-site“, comenta.

Tecnologias em casase arquiteturas urbanas que permitem integrar as pessoas, a produção de alimentos saudáveis por meio da tecnologia, casas inteligentes e cidades mais autônomas, e dispositivos eco friendly, que reduzem o consumo de água e energia sem comprometer a experiência do usuário, também são tendências que fazem parte de um futuro bem próximo.

De acordo com o recém-lançado estudo O Futuro do Morar, realizado pela Dexco, em parceria com a empresa de análise de tendências Spark:off, e apresentado pelas marcas Deca, Portinari, Duratex, Castelatto e Ceusa, a casa do futuro é assim: conectada, inteligente e esbanja eficiência energética. Com todas essas qualidades, faz o papel de uma assistente do morador: uma central de soluções que ajudam o ser humano a navegar na complexidade da vida contemporânea. À medida que as smart cities se aproximam da realidade, dentro de casa os eletrodomésticos conectados a aplicativos começam a colaborar com hábitos saudáveis do morador.

Ainda segundo a pesquisa, aqui no Brasil, 57% da população acredita que tecnologias em smart homes ganharão mais espaço e terão mais impacto sobre suas vidas nos próximos anos. E 80% acreditam que a prioridade na Internet das Coisas deve ser em segurança e no monitoramento das residências.

Complementar a isso, Rodrigo Penteado, diretor de Produtos Itaú, aponta que estar presente neste hub é de extrema importância para tracionar a inovação e conexão com as outras empresas e startups da cadeia. “É a oportunidade de estar à frente das necessidades dos nossos clientes, aos novos comportamentos dos brasileiros com o morar, trazer ainda mais inovação para o nosso negócio, ao mesmo tempo que fortalecemos o empreendedorismo tecnológico no país.”

Para a EZTEC, o pós-pandemia trouxe mudanças nas tendências e no comportamento dos consumidores, e principalmente, na maneira como as pessoas estão se relacionando com suas casas. Além disso, hoje, elas esperam que as empresas do setor de construção, financeiro e de soluções tecnológicas passem a se preocupar mais com o futuro.

“Sabemos o quanto o cliente mudou e entendemos que ele precisa ser o centro do nosso negócio. Esse novo momento, nos faz refletir e ter ainda mais vontade de fazer mudanças significativas para o setor”, afirma Samuel Gosch, Gerente de Inovação, Sustentabilidade e Qualidade da EZTEC.

Segundo Marina Crocomo, diretora de Marketing e Design da Dexco, hoje, as pessoas trabalham, recebem familiares e amigos para momentos de descontração e lazer, e também buscam refúgio dentro de casa. O lar se tornou esse espaço cheio de significado e funções. “Chegou o momento de ampliarmos o olhar para as novas necessidades dos lares multigeracionais, atendendo gerações com diferentes gêneros, estilos e demandas, em diferentes estágios de vida. Enquanto no morar solo, com apartamentos ou casas cada vez menores, é preciso pensar em produtos e soluções de construção que correspondam a essa necessidade”.

ESG é essencial no futuro do construir

Quando o assunto é o futuro do construir, ESG é um tema que não é considerado uma tendência, mas uma realidade parte do presente. Para Paulo Boneff, líder de responsabilidade social da Gerdau, “a presença da Gerdau no Cubo Construliving reforça o compromisso da maior empresa brasileira produtora de aço em contribuir com a industrialização da construção civil por meio da oferta de soluções inovadoras que promovam a produtividade e em fazer parte de soluções que possam combater o déficit habitacional do País. Para nós, é importante engajar o ecossistema em que estamos presentes a refletir e repensar, juntos, o futuro da construção e da habitação.”

Já a MPD aponta que “A colaboração entre todos os players do setor é fundamental para atingir avanços significativos em digitalização e industrialização, que são grandes impulsionadores e habilitadores para descarbonização do mercado residencial como um todo. Nossa estratégia tem como foco aprimorar a experiência do cliente, desde o planejamento, entrega até o momento em que o futuro morador está em seu imóvel, buscando minimizar as emissões de gases de efeito estufa em todos as etapas”, pontua Caroline Abreu, gerente de inovação, qualidade e meio ambiente na MPD Engenharia.

O futuro da construção é moldado por três pilares essenciais: digitalização, industrialização e sustentabilidade. “O Construliving representa um espaço vital para discussões e ações que impulsionam a transformação desse setor. Em nossos empreendimentos, priorizamos indicadores como eficiência hídrica, energética, gestão de resíduos e pegada de carbono, visando um impacto positivo e sustentável”, encerra a gerente de inovação, qualidade e meio ambiente na MPD Engenharia.

Comprometida com seu propósito de fazer do mundo um lugar melhor, a Saint-Gobain aposta no Cubo Construliving como um caminho para buscar soluções que estejam em linha com o propósito da empresa – Making the World a Better Home. “Na nossa visão, investir no relacionamento de startups focadas na construção civil e habitação é acreditar em um futuro não somente inovador, mas também focado nas reduções do seu impacto ambiental”, diz Javier Gimeno, CEO Latam do Grupo Saint-Gobain. Para ele, as proptechs e construtechs têm um potencial enorme na geração de ideias disruptivas. “As startups que vêm sendo incorporadas ao Cubo Construliving apontam para um futuro em que todas as soluções contemplem a sustentabilidade de forma primordial”, complementa.