No 1º trimestre de 2021, o percentual médio negociado nas transações atingiu 9%, o mínimo registrado nos últimos 7 anos
A pesquisa Raio-X FipeZap do 1º trimestre de 2021 oferece dados inéditos a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário, incluindo informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos negociados sobre o valor anunciado; percepção e expectativas com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos, entre outros tópicos de interesse. A seguir, são apresentados os destaques desta edição da pesquisa, elaborada a partir da participação de 2.129 respondentes entre 12 a 29 de abril de 2021:
Participação de compradores: a participação de compradores – respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – manteve-se relativamente estável no último trimestre, representando 10% da amostra. Em relação ao estado ou tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados se elevou de 66% para 70% entre compradores entre o final de 2020 e o início de 2021, ampliando sua distância da média histórica da pesquisa (58%). Em termos de objetivos, a finalidade “moradia” voltou a crescer entre aqueles que adquiriram imóveis recentemente, passando de 54%, ao final de 2020, para 61%, no início de 2021. Diferentemente, entre aqueles que optaram pelo investimento imobiliário (39% dos compradores, no 1º trimestre de 2021), a maior parte da amostra declarou intenção de destinar o imóvel comprado como locação para rentabilizá-lo (68%).
Intenção de compra: a proporção de respondentes que declarou intenção de adquirir imóveis nos próximos 3 meses tem recuado marginalmente ao longo dos últimos períodos, encerrando o 1º trimestre de 2021 em 46% da amostra. Entre os que declararam intenção de adquirir imóveis no futuro próximo, cerca de metade dos respondentes se mostrou indiferente entre imóveis novos ou usados (51%), superando aqueles que preferiram estritamente imóveis usados (40%) ou novos (9%). Já em termos de objetivo, uma parcela crescente dos compradores potenciais destacou a intenção de utilizar o imóvel adquirido para “moradia” (89%), superando neste grupo o objetivo “investimento” (11%).
Descontos nas transações: o percentual de transações com desconto sobre o valor anunciado do imóvel manteve a trajetória de queda nos últimos meses, encerrando março de 2021 com uma incidência média de 64% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses – o menor patamar desde meados de 2017. Considerando apenas as transações que envolveram alguma redução no valor anunciado, o percentual médio de desconto negociado também recuou expressivamente, atingindo 9% em março (nova mínima histórica).
Percepção sobre os preços atuais: com respeito à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, os últimos resultados não indicaram mudanças significativas em relação aos períodos anteriores. Em detalhe: a participação dos respondentes que classificavam os valores como “altos ou muito altos” apresentou ligeiro declínio na base anual, passando de 68% no 1º trimestre de 2020 para 66%, em 2021. Em paralelo, o percentual de respondentes que classificavam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” passou de 21% para 24%, ao mesmo tempo em que a parcela que declarou que os preços estavam “baixos ou muito baixos” oscilou de 6% para 5%.
Expectativa de preço: em relação às apostas e projeções dos agentes para os preços dos imóveis ao longo dos próximos 12 meses, os últimos trimestres evidenciaram um período de relativa estabilização das expectativas, após forte volatilidade motivada pela chegada da pandemia da Covid-19 no 1º trimestre de 2020. Entre os grupos avaliados pela pesquisa, a maior alta é esperada pelos compradores que adquiriram imóveis recentemente (+5,5%), seguida pela alta esperada por proprietários (+2,3%) e um recuo de 1,5% indicado por aqueles que pretendem adquirir imóveis nos próximos meses. Com isso, a expectativa média para o preço dos imóveis nos próximos 12 meses, considerando todos os respondentes que participaram da pesquisa no 1º trimestre de 2021, aponta alta nominal de 0,6% – variação próxima à projeção do trimestre imediatamente anterior (+0,5%).