Juro de financiamento imobiliário pode cair até 6,5% ao ano com repasse de corte da Selic, aponta Credihome

Após a forte sequência de quedas nas taxas de juros de financiamentos imobiliários no ciclo iniciado desde o ano passado, o novo corte da taxa básica de juros Selic em 0,75 ponto percentual (pp) pode levar a um repasse adicional de mais 0,5 pp aos novos contratos, segundo a Credihome, plataforma online de soluções de crédito para compradores e proprietários de imóveis.

“Entendemos que os principais players de crédito devem afunilar as taxas ao redor de 7% com um viés de baixa podendo chegar até 6,5% em algumas situações de clientes com avaliação alta de crédito. Assim, saímos de uma faixa de 7% a 7,99% para outra entre 6,50% a 7%, gerando um representativo impacto na redução do custo do crédito para aquisição de imóveis”, afirma Bruno Gama, CEO da Credihome .

A preocupação com renda e inadimplência, no entanto, segue no radar. No último corte da Selic para 3% ao ano, as incertezas sobre o cenário no pós-pandemia impediram um repasse da queda para os financiamentos imobiliários. Apesar da situação ainda não estar controlada, os impactos percebidos pelo setor até agora foram menores que o esperado, restaurando os níveis de confiança e abrindo espaço para novos repasses da queda de juros para o consumidor a partir desse corte.

“Em junho, já com o entendimento mais claro dos impactos da crise, enxergamos uma retomada mais forte do mercado imobiliário a partir de reabertura da economia, que se inicia agora, indicando uma retomada da demanda. O impacto da inadimplência nas carteiras de crédito existiu, e ainda está sendo analisado, mas por enquanto, não pareceu muito significativa”, aponta Gama.

De acordo com a Credihome, era estimada queda dos financiamentos imobiliários nos primeiros meses de pandemia, mas o mercado vem se mostrando mais resiliente que o esperado, com o apetite para aquisição – sobretudo de imóveis prontos e de usados – ainda aquecido com esses níveis de juros. Segundo dados da Abecip, o crescimento em abril foi de 27,9% ante igual período de 2019.

“As quedas constantes nas taxas de juros do crédito imobiliário tiveram um papel fundamental para esse desempenho que tem proporcionado um custo de aquisição de imóveis bastante inferior ao que ocorria no Brasil há alguns anos e inserido milhões de famílias nesse mercado. A busca por melhores condições continua sendo vital, modelo no qual a Credihome acredita e se debruça para oferecer uma experiência fácil e digital na busca do financiamento mais adequado para cada cliente”, ressalta o CEO da Credihome .

Índice Abramat – Indústria pode ter sinal de início de recuperação da pandemia

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulga nessa quarta-feira, 17/06, a nova edição da sua pesquisa Índice, elaborada pela FGV com dados do IBGE sobre faturamento na indústria de materiais de construção. A pesquisa aponta que em maio de 2020 a indústria de materiais de construção faturou 10,6% mais do que em abril de 2020, porém 24,8% a menos que maio de 2019. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresenta queda de 5,1%. Já no acumulado (de janeiro a maio) de 2020, o indicador tem queda de 13,3% em relação ao mesmo período de 2019. O Índice da ABRAMAT também aponta que abril 2020 apresentou queda de 33,7% em relação a abril de 2019. Maio já apresentou melhora em relação a abril, que foi até o momento o pior resultado de toda a série histórica do índice ABRAMAT.

De acordo com o presidente da ABRAMAT, Rodrigo Navarro, os dados do Índice refletem os danos causados pela pandemia que atingiu o país a partir de março. “As previsões apontam para uma retração dos efeitos da pandemia a partir de maio em vários estados do país, que iniciaram processos de flexibilização das medidas restritivas, porém ainda há riscos nesse processo e incertezas sobre os impactos negativos na economia neste momento de crise e também no pós-crise“. Ainda de acordo com o executivo da ABRAMAT, a revisão da estimativa de resultado para o ano de 2020 deve ser divulgada na edição de julho do Índice ABRAMAT, quando mais dados oficiais estarão disponíveis sobre os impactos, permitindo à FGV realizar uma estimativa mais precisa, ainda assim sujeita à fortes externalidades .

Quanto aos empregos no setor, a ABRAMAT esclarece que como a FGV utiliza como fonte primária o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), cuja última edição disponibilizada pelo Governo é relativa a dezembro de 2019, não publicará informações sobre as vagas de emprego no setor até que os dados oficiais sejam atualizados.

Saiba mais: http://hubimobiliario.com/wp-content/uploads/2020/06/38.pdf

A nova realidade da compra e venda de imóveis

Por André Zukerman

Não é novidade para ninguém que a pandemia de COVID-19 transformou o mundo como um todo, promovendo novos hábitos e ignorando outros. A sociedade dificilmente será a mesma no futuro – e isso tem provocado preocupações em diversos setores da economia. No caso do mercado imobiliário, algumas tendências já começam a ser observadas não só pelas empresas que atuam na área, mas pelos próprios consumidores. A partir de agora, é preciso oferecer oportunidades adequadas a este novo perfil, com agilidade no momento da busca e diversidade de ofertas.

Antes, é preciso voltar ao período pré-COVID-19 e entender um fenômeno global que acontecia com o mercado imobiliário como um todo. Havia maior busca por imóveis menores e bem localizados, com maior proximidade a centros comerciais ou até mesmo ao local de trabalho do proprietário, sendo um dos fatores principais da busca a fácil mobilidade no local e opções para locar, uma vez que a casa própria (assim como o automóvel) não eram questões tão relevantes aos jovens adultos. Claro que para muita gente, isto continua sendo uma realidade, mas mesmo com o déficit habitacional e fator cultural brasileiro a favor da propriedade, o país acompanhava esse movimento.

A questão é que, com a pandemia do novo coronavírus, observa-se uma mudança de pensamento e de postura no mercado para muitas outras pessoas, que certamente vai movimentar bastante a procura por imóveis. O home office tende a ser o grande vetor dessa transformação, uma vez que esse regime de trabalho tende a se fortalecer por trazer economia de espaço e de dinheiro às empresas e de tempo às pessoas. Dessa forma, casas e apartamentos em regiões mais afastadas, com diferentes atributos (espaço em vez de localização), passam a ter a preferência dos consumidores.

Além disso, é importante ressaltar que a necessidade de ter uma casa própria ficou mais evidente com o isolamento social. Com a residência sendo o lugar em que a família convive, trabalha e se diverte, ser proprietário do imóvel não só se torna uma segurança patrimonial, mas amplia as possibilidades do dia a dia. Passa a ser mais vantajoso investir em pequenas reformas, por exemplo, e adaptar o imóvel à nova realidade, buscando o melhor conforto tanto na hora de trabalhar quanto nos momentos para descansar.

Embora com menor quantidade de ofertas como o mercado tradicional, mas com muito mais vantagens de preço, os leilões on-line são uma excelente oportunidade para aqueles que buscam um novo lar e querem aproveitar esse movimento de “redescoberta” do imóvel. Nessa modalidade, é possível encontrar propriedades com diversas especificidades e perfis (metragem, cômodos e áreas privadas para lazer), em diferentes regiões e localidades, com um preço vantajoso e processo totalmente on-line, respeitando as regras de isolamento social durante a pandemia. Pela internet, é possível se cadastrar, obter todas as informações no edital do imóvel, se habilitar e dar lances no lote escolhido.

O momento ainda é de grande preocupação com a pandemia de COVID-19. Mesmo assim, aos poucos, empresas e sociedade civil conseguem vislumbrar tendências e hábitos que marcarão o “novo normal”. Para o mercado imobiliário, o que era importante antes pode se tornar irrelevante. A meta tende a se tornar conforto e comodidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

André Zukerman, CEO da Zukerman Leilões, empresa referência em leilões imobiliários 

Ações do QuintoAndar para apoio a clientes movimentam mais de R﹩ 35,8 milhões

O QuintoAndar, imobiliária digital com R﹩28 bi de ativos sob gestão, movimentou mais de R﹩ 35,8 milhões em ações de apoio a clientes e parceiros durante a pandemia de Covid-19. No total, mais de 50 mil pessoas foram impactadas positivamente. Para dar mais transparência aos resultados dessas iniciativas, a companhia lança hoje (17) o Negociômetro, portal que reúne informações e dados sobre todas as medidas adotadas.

Para apoiar quem teve dificuldade para pagar o aluguel por conta da crise, a empresa passou a parcelar o pagamento do aluguel no cartão de crédito e criou soluções para incentivar a negociação voluntária entre inquilinos e proprietários. Os acordos resultaram em descontos que variam entre 5 e 90% e com duração média de 2,7 meses. Somadas, as iniciativas movimentaram mais de R﹩ 15 milhões.

Além disso, milhares de proprietários foram apoiados por iniciativas como o pagamento garantido, que prevê o recebimento do valor do aluguel sempre em dia, mesmo se o inquilino atrasar o pagamento, e a antecipação do aluguel do mês subsequente. As duas medidas já movimentaram mais de R﹩19,6 milhões.

A empresa criou também um fundo de crédito para apoiar parceiros corretores, fotógrafos e imobiliárias tradicionais. Essa iniciativa já movimentou mais de R﹩ 1 milhão.

“A gente se propôs a buscar soluções que apoiassem todo o nosso ecossistema durante esse momento tão complicado. Com o Negociômetro, queremos dar visibilidade e transparência para os resultados disso”, diz Gabriel Braga, co-fundador e CEO do QuintoAndar. “É o tipo de coisa que nos dá ainda mais fôlego para continuar desenvolvendo as melhores soluções para impactar positivamente o mercado”.

Alta no preço médio de aluguel residencial desacelera para 0,42% em maio

■ Análise do último mês: após elevação de 0,99%, em março, e de 0,95%, em abril, o Índice FipeZap de Locação Residencial desacelerou em maio, encerrando o período com alta de 0,42%. A despeito desse comportamento, a variação do no preço médio do aluguel residencial no último mês superou mais uma vez a deflação registrada pelo IPCA/IBGE (-0,38%), resultando em uma alta real de 0,81% no mês . À exceção do Rio de Janeiro e de Salvador – capitais em que os preços médios registraram variações negativas de 0,15% e 0,04% em maio (respectivamente) – as demais capitais monitoradas pelo Índice FipeZap apresentaram alta nominal no preço do aluguel residencial, movimento liderado pelos avanços registrados em Belo Horizonte (+1,64%), Florianópolis (+0,89%), São Paulo (+0,65%), Brasília (+0,57%) e Porto Alegre (+0,52).

■ Balanço parcial de 2020: com a quinta alta consecutiva no ano, o Índice FipeZap de Locação Residencial acumula um avanço nominal de 3,29% em 2020, variação que, quando comparada à inflação medida pelo IPCA/IBGE no período (-0,16%), resulta em uma alta real de 3,46%. Vale notar que, além do IPCA (IBGE), a variação acumulada do Índice FipeZap de Locação Residencial também superou o comportamento acumulado do IGP-M (FGV) no ano (+2,79%).

■ Análise dos últimos 12 meses: com os últimos resultados, o Índice FipeZap de Locação Residencial acumula alta nominal de 5,15% ao longo dos últimos 12 meses – superando também, neste horizonte, a inflação medida pelo IPCA/IBGE (+1,88%). Com efeito, o preço médio de locação residencial apresentou alta real de 3,21% nessa janela temporal. À exceção de Fortaleza, todas as capitais monitoradas pelo Índice FipeZap registraram avanços no acumulado dos últimos 12 meses. Dentre elas, destacam-se: Curitiba (com alta de 11,35%), Florianópolis (+10,82%), São Paulo (+8,24%), Porto Alegre (+7,72%), Recife (+7,34%) e Brasília (+5,46%). No Rio de Janeiro, a alta acumulada ao longo dos últimos 12 meses (+1,16%) permanece abaixo da variação do Índice FipeZap (+5,15%) e também do IPCA/IBGE (+1,88%).

■ Preço médio de locação residencial: com base em dados de todas 25 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap de Locação Residencial, o preço médio do aluguel encerrou o mês de maio de 2020 em R$ 30,82/m². Entre as 11 capitais monitoradas, São Paulo se manteve como a capital com o preço médio de locação residencial mais elevado (R$ 41,37/m²), seguida pelos valores médios registrados em Brasília (R$ 32,11/m²) e no Rio de Janeiro (R$ 30,98/m²). Já entre as capitais com menor valor de locação residencial no mês de maio, destacaram-se: Fortaleza (R$ 17,06/m²), Goiânia (R$ 17,22/m²) e Curitiba (R$ 21,69/m²).

■ Rentabilidade do aluguel: a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis é uma medida de rentabilidade (rental yield) para o investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel ao longo do tempo. Nesse sentido, o indicador pode ser utilizado para avaliar a atratividade do mercado imobiliário em relação a outras opções disponíveis aos investidores a cada momento do tempo. Impondo ligeira alta frente ao percentual calculado há um ano (4,59%), o retorno médio do aluguel residencial (anualizado) avançou a 4,86% em maio de 2020 (alta de 0,27 ponto percentual em 12 meses), mantendo-se em patamar superior ao retorno médio projetado para aplicações financeiras de referência.

Ornare inaugura primeira unidade de Ornare Lab no Brasil

Ornare inauguraa primeira unidade de Ornare Lab no Brasil. Rio de Janeiro, Capital Mundial da Arquitetura eleita pela Unesco, foi a cidade escolhida para lançamento do novo modelo de negócios da brand de luxo, que dá início a um padrão de atendimento dedicado a personalização de projetos em realidade virtual.

Referência na arquitetura, design, cultura, turismo e moda, Rio de Janeiro apresenta grande potencial para novos negócios, principalmente, em projetos residenciais, corporativos e hoteleiros. Para responder à demanda local, Ornare Lab, focada em arquitetos e incorporadoras de alto padrão, recebe um cliente por vez em horário marcado, atendendo às novas rotinas de segurança que o momento que vivemos pede . O showroom está localizado no Le Monde Office, na Barra da Tijuca.

Aluguel: entenda como declará-lo no Imposto de Renda

A declaração de aluguel é um tema que gera muitas dúvidas na hora de prestar contas ao Fisco. Seja locador ou locatário de um imóvel, não há escapatória, se estiver dentro das regras de obrigatoriedade, tem que informar esses valores na Declaração de Imposto de Renda. A IOB, marca referência nas áreas contábil, fiscal, tributária e trabalhista, preparou algumas dicas para os contribuintes declararem corretamente.

Vale lembrar que a Receita Federal não alterou a liberação dos lotes de restituição. Portanto, é bom lembrar que, quem pode enviar antes do prazo limite,
será restituído primeiro – o Governo liberou a pagar esses montantes no fim do mês passado. Além disso, quem já declarou e está preocupado com a data da restituição, pode ficar tranquilo. No programa da receita, é possível visualizar se a declaração já foi processada e em qual lote sua restituição será paga.

Como declarar o pagamento de aluguel?
O aluguel pago para pessoa física, deve ser informado na Declaração de Imposto de Renda. Já o pagamento de aluguel para pessoa jurídica não é obrigatório informar. O contribuinte deve fazer o download do programa da Receita Federal e seguir os seguintes passos:
1. Abra a ficha “Pagamentos Efetuados”;
2. Informe o código “70 – Aluguéis de imóveis”;
3. Informe o CPF ou o CNPJ, o nome do locador e o total de valores pagos em 2019.

A operação não resulta em nenhum benefício fiscal e deve ser informada para que haja o cruzamento das informações com a declaração do beneficiário do rendimento. A omissão pode fazer o contribuinte cair na malha fina e pagar uma multa de 20% do valor não declarado – nos casos em que a declaração é obrigatória porque o pagamento da locação foi realizado para uma pessoa física.

Para casais locadores de imóveis, casados no civil ou em união estável, os rendimentos dos aluguéis são tributados na proporção de 50% em nome de cada cônjuge ou em 100% no nome de um dos cônjuges. A única exceção é quando há um contrato escrito entre os companheiros, pois, neste caso, a porcentagem fixada nele será a válida.

Recebo pagamentos de aluguel, como devo declarar?
Para os rendimentos de outra pessoa física em 2019, aponte os valores recebidos e faça o recolhimento mensal do Carnê-Leão, caso o montante mensal supere R$ 1.903,98, é preciso informar os valores da seguinte forma:
1. Selecione a ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física/Exterior” e indique se o rendimento é do titular ou do dependente na aba “Outras Informações”.

2. Na coluna “Rendimentos – Aluguéis”, indique, no mês correspondente, o valor do aluguel recebido e, na coluna “Carnê-Leão – DARF pago código 0190”, coloque o valor do imposto recolhido.

Do valor bruto do aluguel, podem ser subtraídos, quando o encargo tenha sido exclusivamente do locador, somente quantias relativas a:
a) impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;
b) aluguel pago pela locação de imóvel sublocado;
c) despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento;
d) despesas de condomínio.

Quando o imóvel alugado pertencer a mais de uma pessoa física, o contrato de locação deve discriminar a porcentagem do aluguel que cabe a cada dono. Caso não tenha esta cláusula, é recomendável fazer um aditivo. Já para os aluguéis pagos por pessoa jurídica, os valores devem ser informados com base no comprovante de rendimento fornecido pelo locatário. Com os dados deste documento, preencha a ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”, indicando o CNPJ, o nome da fonte pagadora, os valores dos rendimentos recebidos e o valor do imposto retido.

“Tanto para quem aluga, como para quem tem um imóvel alugado, informar o aluguel corretamente é muito importante porque com o cruzamento de dados, a Receita consegue identificar qualquer inconsistência e isso pode resultar em multa para o contribuinte”, afirma Milena Sanches Tayano dos Santos, gerente de conteúdo regulatório e jurídico da IOB.

Para mais informações sobre a Declaração do Imposto de Renda, acesse o site da IOB (http://info.iob.com.br/dirpf2020/)

Compra e venda de imóvel ad corpus e ad mensuram: o que é e quais precauções tomar na hora de realizar o negócio

É comum encontrar nos contratos de compra e venda de imóveis, ou mesmo em editais de leilão, a informação de que o negócio está sendo celebrado em caráter ad corpus ou ad mensuram. Mas afinal, o que essas expressões significam e quais as suas implicações para quem está comprando ou vendendo um imóvel?

A modalidade de venda ad mensuram é aquela em que as medidas do imóvel que está sendo alienado devem corresponder às estabelecidas no instrumento contratual. Se houver falta, o comprador pode exigir o complemento da área, reclamar a resolução do contrato ou o abatimento proporcional ao preço. Por outro lado, se houver excesso, e o vendedor comprovar que ignorava a medida exata da área, o comprador poderá escolher entre completar o valor ou devolver o excesso.

A lei admite uma variação de 5% na área total descrita, exceto se o comprador provar que se tivesse conhecimento da diferença não teria realizado o negócio.

Já a modalidade ad corpus é aquela em que a referência às dimensões do imóvel é feita apenas de maneira enunciativa e, portanto, não cabe qualquer reclamação a título de complemento de área ou devolução de excesso. Presume-se que o comprador adquire o imóvel conhecendo-o em sua extensão e dimensão, e que pagou o preço global pelo que viu e conheceu.

Uma discussão recorrente nos tribunais é a aquisição de vagas de garagem de em caráter ad corpus e, com a entrega do imóvel, o comprador se depara com uma metragem insuficiente para o uso que pretendia. Nesses casos, a jurisprudência tem entendido pelo afastamento da presunção da venda ad corpus, e pelo dever de indenizar o comprador, tendo em vista que a utilização do imóvel fica comprometida.

Tal exemplo demonstra que a indicação do caráter aplicável ao contrato de compra e venda não tem efeitos absolutos, podendo ser relativizada diante da finalidade de uso e natureza do imóvel alienado.

Assim, analisar as condições do negócio para estabelecer qual modalidade aplicar na elaboração do contrato é altamente relevante para definir estratégias, caso o vendedor ou o comprador queiram se resguardar de possíveis imprecisões quanto às dimensões do imóvel.

Importante destacar que a lei não exige que a indicação da modalidade esteja expressa no contrato. Nesse caso, a venda ad corpus ou ad mensuram será definida pela interpretação das cláusulas contratuais e das condições do negócio.

Por isso, é fundamental que, antes da realização do negócio, os contratos de compra e venda sejam muito bem elaborados e revisados e, caso surjam impasses, conte-se com a orientação adequada para a definição do melhor caminho a seguir.

Ana Cláudia Pereira Silva Lechakoski, advogada no departamento Corporativo do Marins Bertoldi Advogados.

Lúcia de Medeiros Coutinho, estagiária no departamento Corporativo do Marins Bertoldi Advogados.

Portabilidade do crédito imobiliário gera redução de R$ 500 a R$ 2 mil nas parcelas, segundo Melhortaxa

Quem comprou um imóvel a prazo nos últimos anos, durante o período de forte alta da taxa Selic, hoje consegue fazer a portabilidade do contrato de crédito imobiliário de uma instituição financeira para outra e obter cerca de 2,91 pontos percentuais de redução na taxa anual aplicada às parcelas. Essa é a queda média verificada nos contratos de portabilidade efetivados neste ano através da Melhortaxa – a maior plataforma digital de crédito imobiliário do Brasil -, que intermedia as negociações de forma totalmente online entre os clientes e os principais bancos do país e fintechs. Nesse cenário, uma pessoa que fechou um contrato a uma taxa anual de 10,5%, por exemplo, consegue reduzi-la para 7,59%, na média, ao trocar de banco.

“Dependendo do perfil da pessoa e da dívida, tivemos reduções de R﹩ 500 ou até R﹩ 2.000 em parcelas para o mesmo saldo devedor”, detalha Rafael Sasso, cofundador da Melhortaxa. Segundo ele, a maior procura pela portabilidade tem acirrado a concorrência entre os bancos para reter os clientes, derrubando assim as taxas das transações. “O consumidor brasileiro está descobrindo rapidamente a portabilidade e as suas vantagens para as finanças pessoais, o que é muito importante neste momento de crise. Com a queda na Selic para 3% ao ano, a portabilidade se tornou uma opção bastante oportuna para reduzir as despesas, e queremos capturar parte desse mercado que está em ampla expansão”.

Conforme dados divulgados, nesta quinta-feira (04/06), pelo Banco Central no Relatório de Economia Bancária 2019, houve um aumento de 200% nos pedidos de portabilidade no ano passado em relação a 2018, com um total de 4.610 pedidos efetivados. Somente neste primeiro trimestre, foram efetivados 2.201 pedidos – quase metade do ano passado. Nesse mesmo período, ocorreu uma alta de 150% nos pedidos efetivados, que passaram de 167 para 417 .

Simulador de portabilidade mostra economia no valor total da dívida

Fizemos algumas simulações de portabilidade ressaltando a magnitude do seu impacto no orçamento familiar. No primeiro caso, a portabilidade de um imóvel de R﹩ 950 mil permitiu uma redução nos juros mensais de 11,24% para 7,3%. Com isso, o valor da mensalidade caiu de R﹩ 8.471,05 para R﹩ 6.389,52, gerando uma economia no montante final de R$ 364.804,77.

Valor de imóveis em Curitiba se mantém estável

Em maio, o valor médio do metro quadrado da capital paranaense não registrou mudanças, subindo 0,2%, ficando no patamar de R$ 4.768,00/m². É o que revela o Index Curitiba, estudo mensal sobre o mercado imobiliário da cidade, elaborado pelo Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País. Em 2020, houve apenas uma sutil alta de 0,1%, enquanto nos últimos 12 meses, foi apontado um crescimento de 2,8% neste preço.

Além de analisar os bairros da cidade, o relatório também copila informações das regiões. Matriz (R$ 7.163,00/m²), Santa Felicidade (R$ 5.828,00/m²) e Fazendinha-Portão (R$ 5.411,00/m²) são as áreas mais valorizadas, com os valores de m² mais altos. Enquanto Bairro Novo (R$ 2.969,00/m²), Pinheirinho (R$ 3.709,00/m²) e Boqueirão (R$ 3.939,00/m²) possuem as médias do m² mais econômicas.

Jardim Social (18,4%), Bigorrilho (17,0%) e Cabral (15,6%) foram os bairros que apresentaram as maiores altas nos valores do metro quadrado, nos últimos 12 meses, atingindo médias de R$ 6.691,00/m², R$ 7.811,00/m² e R$7.696,00/m², respectivamente.

Do outro lado da tabela, Cascatinha (R$ 5.812,00/m²) foi o bairro que mais se desvalorizou, neste mesmo período, com queda de 14,1%, seguido de Orleans (R$ 6.105,00/m²) e São João (R$ 4.461,00/m²), ambos caindo 7%.

Veja quais bairros têm o m² mais caro e econômico de Curitiba:

No último ano, locação em Curitiba subiu 8,5%

O valor médio para locar um imóvel padrão (65m², 2 dormitórios e 1 vaga de garagem) na cidade se manteve estável no mês de maio, em torno de R$ 1.186,00/mês, de acordo com o relatório do Imovelweb. No ano de 2020, foi apresentada uma leve queda de 0,2%, porém, nos últimos 12 meses houve um aumento de 8,5%no valor de locação.

Da mesma forma para compra, Matriz (R$ 1.489,00/mês) é a região mais cara para locação em Curitiba, seguida de Santa Felicidade (R$ 1.403,00/mês) e Cidade Industrial de Curitiba (R$ 1.293,00/mês). Pinheirinho (R$ 987,00/mês), Boqueirão (R$ 1.048,00/mês) e Bairro Novo (R$ 1.053,00/mês) são as mais econômicas.

No último ano, as áreas que mais sofreram alterações positivas em seus preços médios de locação foram Pilarzinho (R$ 1.119,00/mês) e Tatuquara (R$ 1.021,00/mês) – ambos subiram 20% -, seguidos de Santo Inácio (R$ 1.686,00/mês), que apontou alta de 19%.

Já Seminário, Tarumã e Juvevê tiveram as maiores quedas, com índices negativos de 10,7%, 9,6% e 7,4, respectivamente, com médias de aluguel em R$ 1.050,00/mês, R$ 975,00/mês e R$ 1.059,00/mês.

Saiba onde se encontram os alugueis mais caros e baratos da cidade:

A rentabilidade imobiliária da cidade também se manteve neste último mês. Seguindo no patamar de 4,7%, para rever o valor investido em uma compra de imóvel na região são necessários 21,1 anos, período 7,6% menor que há um ano.

Bairro Novo (6,0%), Cidade Industrial de Curitiba (5,4%) e Cajuru (5,1%) são as regiões mais rentáveis da capital paranaense. Já Matriz (3,9%), Fazendinha-Portão (4,1%) e Santa Felicidade (4,1%) apresentam os índices mais baixos.

Conheça quais locais apontam os melhores e piores índices de rentabilidade: