Alta da Selic acirra competição em financiamento imobiliário e deve intensificar comparação de taxas, aponta Credihome

O aumento da taxa de juros básica – a Selic – para 5,25% ao ano, anunciado há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve acirrar a competição entre as instituições financeiras nas linhas de financiamento imobiliário e intensificar a busca por comparação de taxas, segundo avaliação de Bruno Gama, CEO da Credihome, plataforma de crédito imobiliário multi-banco.

“Embora nossa expectativa seja de que eventuais repasses nesse segundo semestre aconteçam de forma gradual, a alta da Selic altera a dinâmica de concessão de crédito imobiliário, podendo tornar instituições mais sensíveis a esse aumento mais seletivas”, explica Gama. “Vale lembrar que a taxa mínima anunciada pelos bancos não significa que será aquele o juro final para o tomador. Mais do que nunca, pesquisar e comparar os custos entre os bancos se torna crucial antes de contratar um financiamento”, alerta.

De acordo com o executivo, mesmo com a decisão do Copom de subir em 1 ponto percentual a Selic, a média dos juros para financiamentos imobiliários esse ano não deve ultrapassar a faixa entre 7% e 8% ao ano. A arrecadação recorde da poupança em 2020 também deve garantir fôlego para os bancos continuarem oferecendo crédito imobiliário a taxas competitivas.

“Ao longo do ciclo de cortes da Selic, houve uma corrida importante dos bancos para oferecer as melhores condições e atrair clientes para sua base vislumbrando um relacionamento para os próximos 20, 30 anos. O entendimento que esse é um produto estratégico para a fidelização de clientes reforça a tendência de que as instituições mantenham a competição acirrada e evitem anunciar aumentos nesse momento”, diz Gama.

A preocupação do consumidor, no entanto, já reflete na aceleração da procura por financiamentos antes de eventuais repasses da Selic. Somente no mês de junho, a fintech registrou 848 contratos e mais de R﹩ 300 milhões – maior volume mensal desde a sua criação, em 2018. No primeiro semestre, foram mais de 4 mil contratos firmados e R﹩ 1,5 bilhão em originação – maior que o R﹩ 1,2 bilhão de todo o ano de 2020.