Agenda de Reformas e perspectivas econômicas pautam o Summit Abrainc 2021

O Summit Abrainc 2021 aconteceu na manhã desta quinta-feira, 11/3, e reuniu mais de 2.500 pessoas que puderam acompanhar, online, a discussão dos principais temas que envolvem o setor imobiliário brasileiro.

Na abertura do evento, o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, defendeu a aprovação da PEC Emergencial e disse que o setor espera que as reformas administrativa e tributária ganhem força no segundo semestre do ano. “O setor de construção figura entre os que mais acreditam no Brasil e na sua economia”, afirmou, ressaltando que a construção teve importante papel na geração de empregos em 2020.

França enfatizou que a aprovação da PEC Emergencial garantirá equilíbrio fiscal no longo prazo, permitindo a manutenção dos juros em patamares baixos, além da atração de investimentos e a geração de empregos. “As reformas têm apoio na sociedade, pois permitem melhor organização do Estado brasileiro e são essenciais para a recuperação da economia. Esperamos que ganhem força e visibilidade no segundo semestre”, citou o dirigente, ao pedir que os parlamentares deem andamento às reformas administrativa e tributária no Congresso.

Retomada

O presidente da Abrainc também enfatizou que o país tem déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias e que a demanda chegará a 11,4 milhões de unidades até 2030. Ele destacou que o Brasil vive momento “que não é fácil”. “Temos um problema sanitário e econômico. À medida que cresce a vacinação, abre-se um período em que cresce a esperança”, afirmou. França citou que a intensidade da vacinação fará diferença na retomada, assim como as reformas que “são muito importantes”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também participou da abertura e, ao comentar a expectativa no avanço da reforma tributária ainda em 2021, disse que a mudança no sistema de tributos no País é a medida que enfrenta mais resistência em diferentes setores. “Política é a arte de escolher, escolher um modelo custe o que custar. Quaisquer sejam as desvantagens dele, nós temos que cumprir a missão que é a reforma tributária e corrigir as distorções que surgirem ao longo desse processo”, afirmou Pacheco.

O presidente do Senado defendeu, ainda, a manutenção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como política habitacional no País, e disse discordar das tentativas de mudança nesse fundo pelo Congresso Nacional. Em relação aos aumentos nos preços dos insumos da construção civil, ele cobrou medidas do governo federal para evitar excessos de forma a não impactar a população mais pobre.

Financiamento

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, informou durante sua participação no Summit Abrainc 2021, que o crédito imobiliário corrigido pela poupança, lançado há 10 dias pelo banco, já representa 30% das cotações, com uma redução do crédito corrigido pelo IPCA. “Basicamente estamos com 60% na TR, 30% de poupança e 10% no IPCA”, explicou.

Guimarães citou que o crédito imobiliário efetivo cresceu 78% nos primeiros dois meses de 2021, em comparação a igual período do ano passado. A carteira de crédito para o segmento, ele disse, deve chegar a R﹩ 130 bilhões este ano, acima dos R﹩ 116 bilhões de 2020, que já havia sido recorde. “Não faltará crédito imobiliário no mercado, nem de perto, como não faltou no ano passado”, disse.

A presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Cristiane Teixeira Portella, foi mais uma das convidadas do Summit Abrainc 2021, e disse esperar uma alta de 27% do financiamento imobiliário com recursos de poupança neste ano. Em 2020, a expansão foi de 58%. “Temos tudo para este ser um ótimo ano para o crédito imobiliário”, disse a executiva, que completou, dizendo “não acreditar que eventual alta de juros possa prejudicar o financiamento às pessoas físicas.”

O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, maior bolsa de valores da América Latina, comentou os resultados positivos de 2020 e mencionou a participação do setor neste crescimento. “Dos 28 IPO´s (oferta pública de ações) realizados no ano passado, sete foram de empresas do ramo da construção civil. As perspectivas para 2021 seguem muito positivas”, disse.