Portaria que trata de eficiência energética nas edificações deve impulsionar empregos e crescimento do setor

Entidade crê em maior estímulo para qualificação profissional, empregos e crescimento da EE, além de benefícios para o consumidor em geral

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) vê com satisfação a aprovação das Instruções Normativas e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para a Eficiência Energética das Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas e Residenciais, oficializada neste mês de setembro pelo Inmetro.

Para Bruno Herbert Batista Lima, presidente da ABESCO, a portaria ajudará consumidores residenciais e comerciais: “A medida deve beneficiar os consumidores de modo geral e também as instituições públicas, porque estes vão ter uma utilização menor de energia, mas mantendo a mesma qualidade na utilização do serviço de eletricidade”.

Ainda segundo o presidente da ABESCO, a regra é importante para o mercado de eficiência energética porque normatiza quais são os percentuais de redução de energia na eliminação, climatização e no recolhimento de água, de edificações comerciais, serviço público e não residenciais.

“O que é inerente ao nosso mercado é exatamente essa questão do sistema de aquecimento de água. Quando a gente fala de uso racional, por exemplo, e você tem que bombear essa água para a caixa d‘água, se você tiver um volume menor para que a bomba faça essa elevação, então, essa ação entra na questão da eficiência energética”, explica.

Empregos e qualificação

Outro ponto de destaque, na avaliação da ABESCO, é a qualificação profissional que a portaria determina. “Certificar e qualificar as empresas e profissionais que poderão emitir os certificados para as edificações, garantindo que essas normas do Inmetro sejam cumpridas, ampliará sobremaneira a discussão e a difusão da eficiência energética”, diz Bruno Herbert.

“Além disso, precisaremos, cada vez mais, de profissionais qualificados para que esses prédios sejam adequados a essa realidade da portaria, o que também aumentará a geração de empregos na área”, reforça o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia.

Crescimento acelerado

Desta maneira, no entendimento da ABESCO, a nova portaria traz perspectivas de crescimento acelerado ao mercado de eficiência energética (EE). O presidente da entidade explica que haverá reflexo para as muitas empresas que, atualmente, ficam divididas na hora de fazer investimentos.

“As empresas fazem investimentos em EE, porém, sempre concorrendo com o objetivo fim do comércio. Ou seja, o comerciante fica dividido entre investir na redução do consumo de energia, utilizando equipamentos mais eficientes do ponto de vista energético, ou investir em estoque do seu próprio setor ou segmento, por exemplo”, explica Bruno Herbert.

Com as determinações da nova portaria, o empresário ou agente público terá ciência do quanto será necessário investir desde o início: “Quando há uma portaria que exige um determinado fator de eficiência energética para a construção de um prédio, o investimento já fica, desde o início, fazendo parte dos orçamentos dos empresários e agentes públicos”.

“Obviamente este investimento trará, em curto e médio prazo, um retorno financeiro, mas as regras de investimento já ficam claras desde o início, facilitando o planejamento dessas pessoas e permitindo um avanço prático a favor da implementação da eficiência energética”, finaliza Bruno Herbert, presidente da ABESCO.