Procura por imóveis aumenta no primeiro trimestre e empresas visam novos empreendimentos nos próximos meses, aponta pesquisa ABRAINC-Deloitte

No 1º trimestre de 2024, os indicadores de procura e vendas de imóveis residenciais se aqueceram frente aos últimos três meses do ano passado. É o que mostram os dados do Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, estudo da ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias – em parceria com a Deloitte – organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. As expectativas, no médio prazo, seguem otimistas, puxadas, principalmente, pelo desempenho do segmento econômico do programa federal Minha Casa Minha Vida (MCMV).
 

Como parte da metodologia, os percentuais de respostas foram transformados em ‘notas’, que variam entre: forte aumento (de 2,61 a 3,00); aumento (de 2,21 a 2,60); manutenção (de 1,81 a 2,20); redução (de 1, 41 a 1,80); e forte redução (de 1,00 a 1,40).

Os dados apontam que a procura geral por imóveis, que incluem o MCMV e Médio e Alto Padrão (MAP), recebeu nota 2,28 no primeiro trimestre de 2024. No trimestre anterior o índice era de 2,22. Quando analisada a busca apenas por imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, o índice alcançou 2,54 pontos. Já a procura por imóveis de Médio e Alto Padrão o índice estabilizou, com 2,00.

Vale ressaltar que, em março, foi regulamentada uma redução da alíquota do imposto de Regime Especial Tributário (RET), de 4% para 1%, para empreendimentos dentro da Faixa 1 do programa. O estudo observa que, como reflexo desta redução, todas as empresas respondentes que trabalham com MCMV devem lançar pelo menos um empreendimento nos próximos 12 meses, contra 79% das perspectivas indicadas no MAP.

Luiz França, presidente da ABRAINC, ressalta que a melhoria de importantes indicadores econômicos domésticos, aliada a recentes medidas para impulsionar o setor imobiliário, tem fortalecido a confiança dos consumidores e das empresas. “Os indicadores positivos de procura por imóveis indicam um cenário promissor tanto para o segmento econômico quanto para o médio e alto padrão. No caso do MAP, observamos uma significativa melhora na expectativa do setor devido à queda na taxa Selic.” França enfatiza que a continuidade da redução dos juros em 2024 será um impulsionador para o desenvolvimento do setor, considerado crucial para a economia. “Os cortes nos juros tornam os financiamentos habitacionais mais acessíveis, mas também aceleram o progresso econômico e social do Brasil. Com a tendência de novas quedas, esperamos também um aumento nas vendas de imóveis para investimento, tornando-os ainda mais atrativos”, conclui o executivo.

O primeiro trimestre deste ano também registrou aumento na venda geral de imóveis residenciais, incluindo MCMV e MAP. A nota para este segmento é de 2,23. Para os próximos meses, o estudo mostra que a expectativa é de aumento no segundo trimestre de 2024, com nota de 2,51. Já nos 12 meses seguintes, é esperado um forte aumento, com índice de 2,65. Sobre a venda de imóveis MCMV, a nota é de 2,51, indicando aumento nessas aquisições. Em contrapartida, a venda de imóveis de MAP tiveram manutenção, com nota de 1,95.

“Os imóveis de Médio e Alto Padrão desempenham um papel importante na atração de investimentos significativos para o país. Ao oferecerem oportunidades de empreendimentos sofisticados e de alto retorno financeiro, esses projetos tornam-se opções para investidores nacionais e estrangeiros que buscam segurança e rentabilidade. Esses investimentos impulsionam o setor e estimulam o desenvolvimento de infraestrutura e serviços complementares, criando um ambiente propício para o crescimento econômico sustentável. Além disso, a valorização desses imóveis ao longo do tempo oferece um atrativo adicional, consolidando o mercado como um destino confiável e lucrativo para aplicações de capital”, avalia Claudia Baggio, líder de Real Estate e Avaliação Patrimonial da Deloitte.
 

A pesquisa mostrou que os imóveis valorizaram no primeiro trimestre de 2024, com nota 2,53 no resultado geral. Os imóveis MCMV tiveram forte aumento, com índice de 2,66, e os imóveis MAP receberam nota 2,38, indicando aumento. Para os próximos 5 anos, a expectativa é de forte aumento no resultado geral, com nota de 3,00.

As expectativas para novas aquisições de terreno (MCMV e MAP) se mantiveram em bons patamares: 80% das empresas esperam adquirir terrenos nos próximos 12 meses; e 90% esperam realizar lançamentos nos próximos 12 meses.
 

“O aumento da procura por imóveis reflete um mercado imobiliário aquecido, o que é extremamente positivo para a economia do país. Esse cenário evidencia o crescimento do poder de compra e a confiança dos consumidores no setor. Investimentos neste segmento impulsionam a construção civil, geram empregos diretos e indiretos, estimulam o comércio de materiais de construção e fortalecem toda a cadeia produtiva relacionada ao mercado imobiliário. É um ciclo virtuoso que contribui significativamente para o desenvolvimento econômico do país, aumentando a circulação de recursos e fomentando o crescimento sustentável”, afirma Rafael Camargo, diretor da prática de Real Estate da Deloitte.
 

O levantamento, que mapeia as percepções dos setores de construção civil e imobiliário sobre o mercado de imóveis residenciais no país, foi realizado entre os dias 2 e 16 de abril. Ao todo, 48 empresas foram entrevistadas. Entre os segmentos de atuação das organizações se dividem em: Minha Casa Minha Vida – MCMV (29%); Médio e Alto Padrão – MAP (27%); e ambos – MCMV e MAP (44%).