O estudo exclusivo da ABCasa, em parceria com o IEMI, mostra números positivos e novos específicos para o setor, com base no comportamento dos consumidores
O setor de artigos para casa segue em expansão no Brasil, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor e em novos hábitos de compra. Para avaliar de perto as tendências desse mercado, pela primeira vez, a ABCasa (Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas, Flores e Têxteis), em parceria com o IEMI (Inteligência de Mercado), realizou uma pesquisa que revelou o perfil de compra, hábitos e preferências dos consumidores de artigos de Decoração e Utilidades Domésticas.
O estudo iniciado revela que o consumo no varejo brasileiro atingiu R$ 102 bilhões em 2024, representando um crescimento de 8,7% em relação ao ano anterior. Já o consumo per capita anual chegou a R$ 478,00 por pessoa, enquanto o consumo médio por domicílio foi de R$ 1.362,00. O mercado conta com cerca de 144 mil lojas especializadas no segmento e outras 114 mil não especializadas, como grandes redes varejistas e hipermercados, que também comercializam esses produtos.
Comportamento e ConsumoNos últimos anos, o comportamento do consumidor passou por uma transformação notável, e esse fenômeno tem influenciado diretamente o comércio de artigos para casa. Cada vez mais, os consumidores procuram produtos que atendam a padrões elevados de qualidade, mas também desejam experiências de compra mais ágeis e personalizadas.
Para Eduardo Cincinato, presidente da ABCasa, a expansão do setor acompanha a valorização do lar como espaço de bem-estar e expressão pessoal, impulsionada por novas demandas de consumo.”O crescimento do setor reflete uma mudança significativa no comportamento do consumidor brasileiro, que passou a investir mais no conforto e na funcionalidade dos ambientes. A busca por personalizações e a influência das tendências globais têm sido fatores determinantes para esse movimento”, pontua.
Novas tendências estão moldando o setor de artigos para casa, especialmente com o avanço da tecnologia no processo de compra. O e-commerce demonstra sua relevância como canal de venda, com 56% dos consumidores pesquisando diretamente na loja e efetuando a compra pela internet. Os principais fatores decisivos são dados pelos preços, prazo e frete da entrega. Esse comportamento híbrido reflete a busca por conveniência e informação, permitindo escolhas mais assertivas e fortalecendo o papel do digital na jornada de consumo.
“O fortalecimento do e-commerce tem permitido que mais consumidores acessem uma variedade maior de produtos, atendendo diferentes perfis e necessidades. Essa transformação reforça a importância do varejo de artigos para casa como um segmento estratégico e em constante evolução”, ressalta Cincinato.
Perfil dos Consumidores
O perfil dos consumidores de artigos para casa é diversificado, abrangendo diferentes faixas etárias e níveis de renda. Entre eles, 39% são casais adultos com idade média de 42 anos, enquanto 24% são casais jovens entre 25 e 34 anos e 21% são jovens solteiros entre 18 e 34 anos. Quanto ao poder aquisitivo, 55% pertencem às classes A e B, enquanto 45% estão nas classes C, D e E. Regionalmente, o Sudeste concentra 46% dos consumidores, seguido pelo Sul (21%), Nordeste (21%) e Norte/Centro-Oeste (12%).
Para Anderson Passos, diretor executivo da ABCasa, essa diversidade reforça a importância do setor e exige estratégias direcionadas para atender diferentes perfis. “O mercado de artigos para casa é dinâmico e reflete o comportamento dos brasileiros, que busca cada vez mais produtos que aliem qualidade, funcionalidade e preço acessíveis. A pesquisa mostra um equilíbrio entre consumidores das classes A e B e aqueles das classes C, D e E, evidenciando a capilaridade do setor e a necessidade de oferta para todos os públicos”.
Além da variedade de perfis, os fatores que impulsionam o consumo são claros: 50% dos consumidores priorizam a qualidade, 35% buscam durabilidade e 32% consideram os preços acessíveis determinantes para a compra. As datas sazonais também desempenham um papel essencial, com 38% dos consumidores aproveitando esses períodos para adquirir produtos. A Black Friday liderou como a principal ocasião de compra (46%), seguida pelo Dia das Mães (14%) e Natal (7%).
“As datas sazonais seguem sendo momentos estratégicos para o varejo, com a Black Friday se consolidando como um dos principais períodos de alta nas vendas. Esse cenário reforça a necessidade de inovação e adaptação por parte das empresas para atender às expectativas do consumidor moderno”, acrescenta Passos.
Com cada consumidor vez mais atento às tendências e exigentes em relação às suas escolhas, o setor de artigos para casa continua a oferecer oportunidades de crescimento. A inovação e a adaptação constante são essenciais para que as empresas permaneçam relevantes em um mercado dinâmico e competitivo.
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