Esse e outros dados relevantes integram estudo que será divulgado em maio; pela primeira vez, relatório destaca dados sobre hábitos de viagem do mulltiproprietário brasileiro
Tomadas de decisão mais embasadas e melhor compreensão do mercado. Esses são dois dos principais benefícios de trabalhar orientado por dados. Outra grande vantagem desse recurso crucial é a possibilidade de se antecipar aos anseios do cliente, por meio de insights valiosos sobre seu comportamento e necessidades. É com esse entendimento que a indústria da multipropriedade comemora o lançamento de mais uma edição do estudo “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil”.
Idealizado e produzido pela Caio Calfat Real Estate Consulting, o estudo, único do setor, é reconhecido por traduzir em dados uma visão mercadológica ampla, apresentando cenários, números globais e revelando perspectivas que podem guiar os negócios. Pela primeira vez, o documento contempla o lado do usuário da multipropriedade, ou seja, o multiproprietário, com dados de pesquisa realizada em parceria com a Mapie.
“O resultado do estudo neste ano é tão relevante que, na minha opinião, ele é a segunda melhor notícia depois da sanção da lei de multipropriedade, e terá impacto direto no sucesso do desempenho do setor no Brasil”, antecipa Caio Calfat, diretor-geral e fundador da Caio Calfat Real Estate Consulting, um dos maiores especialistas do segmento na América Latina e responsável pela produção do estudo com base em informações coletadas em banco de dados próprio e junto aos agentes do setor.
O otimismo de Caio Calfat se explica porque, termos mercadológicos, os resultados do “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil” revelam a maturidade dessa indústria e crescimento geral do mercado, a começar pelo Valor Geral de vendas (VGV) de R$79,5 bilhões, crescimento de 33% na comparação com os R$59,9 bilhões de 2022.
Já o valor médio da semana cresceu 14,4%, saindo de R$ 39.006,00 para R$45.000,00. Embora a maioria dos empreendimentos se enquadre nessa média, o estudo mostra aumento em projetos com faixa de renda maior até um teto que tem valores semanais acima dos R$ 80.000,00, o que demonstra a busca por novos nichos de clientes. “O VGV recorde tem como principal razão esse aumento no número de multipropriedades voltadas para um público que tem condições de pagar mais caro no valor das frações” resume Calfat.
Outra boa notícia é a alta de 11,1% na oferta de empreendimentos que operam neste modelo em território nacional, saindo dos 180 registrados em 2022 para 200 multipropriedades em 2023, localizadas em 89 cidades e 19 estados brasileiros.
Desse total, 112 estão prontas, 72 em construção e 16 em fase de lançamento. A região Sul segue na liderança de oferta, com 63 projetos, seguida de perto pelo Nordeste, 60. Em terceiro lugar está a região Sudeste, com 43 projetos. O Centro-Oeste tem 26 e Norte conta com 6 empreendimentos. região Sudeste, com 43 projetos. O Centro-Oeste tem 26 e Norte conta com 6 empreendimentos. O estudo revela que, em 2023, a multipropriedade chegou a 8 novos destinos brasileiros: Atibaia (SP), Barra de São Miguel e Maragogi (AL), Conde (PB), Itá (SC), Porto Belo (SC), São Francisco de Paula (RS) e Tijucas (SC).
Entre os 116 empreendimentos do mercado corrente – segmento que reúne projetos operantes no mercado de multipropriedades há menos de cinco anos e que possuem estoque de frações inferior a 95% – há 812.847 frações e as unidades habitacionais somam 25.370. O valor médio da semana registrou R$ 42.133,00, o que representa 19,4% a mais do que no ano anterior.
O número total de frações apresentou crescimento de aproximadamente 19%, atingindo um volume de mais de 1 milhão de frações disponíveis em pouco mais de 10 anos. Do total mapeado, 44% estão em estoque, índice que já era esperado diante do crescimento na oferta geral. “A pesquisa comprova que a multipropriedade segue com uma tendência positiva de crescimento e entra em uma nova fase, com produtos diferenciados e gestão mais profissionalizada, enquanto a curvatura de vendas indica qualificação no modelo de captação e vendas tem se qualificado”, finaliza Calfat.
Hábitos de viagem do multiproprietário brasileiro: capítulo inédito
O novo capítulo do relatório “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil” trata, de forma pioneira, sobre o perfil e consumo do usuário da multipropriedade.
Para incorporar este importante capítulo ao estudo, a empresa estabeleceu parceria com a Mapie, reconhecida consultoria de turismo com expertise no desenho de produtos, serviços e experiências no cliente final, detentora de um qualificado e extenso banco de dados resultante de estudos sobre o viajante brasileiro em diferentes áreas, como luxo, lazer e corporativo. “Saber se o perfil do multiproprietário ajuda a entender a motivação de compra da multipropriedade”, explica Carolina Sass de Haro, sócia da Mapie. Ao todo, ele soma respostas de 879 cientes de todo o País, o que garante ao estudo um índice de confiança de 90% e margem de erro de 2,76%.
Nesta primeira edição, a pesquisa conduzida pela Mapie mostra que o comportamento de viagens nacionais a lazer do multiproprietário é similar à do turista doméstico em termos de quantidade de viagens (2 a 3 por ano), gasto médio com transporte, hospedagem e extras (entre R$ 3 mil e R$ 5 mil) e preferência por destinos de sol e praia (84,97%). O nicho de parques temáticos e aquáticos também tem relevância e segmento registrou 69,43% da preferência dos respondentes, o segundo lugar após sol e praia.
O Nordeste se destaca como o destino mais apreciado (26,7%), seguido de Olímpia (12,9%), cidade paulista na qual parte da base de clientes respondentes já possui frações. A estada média é de 4 a 10 dias, o que coloca os multiproprietários à frente do viajante de lazer tradicional. A preferência é por hotéis de quatro estrelas e resorts all inclusive, com garantia de segurança, conforto e qualidade.
Relaxamento e descanso são os principais motivadores da viagem (89,33%), o que confirma a importância de ter produtos, serviços e experiências criados para atender a esses anseios. O estudo também destaca a necessidade de direcionar esforços de comercialização para quem mora no entorno, já que 48,94% – praticamente 1 a cada 2 multiproprietários – utilizam veículo próprio. Não se deve, entretanto, desconsiderar quem vive mais longe, já que 45,4% dos respondentes preferem viajar de avião.
Em termos de perfil de compra, o estudo mostra que a maioria dos clientes adquire apenas uma fração com o objetivo de usar a totalidade de diárias disponíveis. A maior parte dos respondentes já utiliza o programa e declara bom nível de satisfação geral, requerendo atenção especial apenas à taxa de manutenção/condomínio cobrada.
A pesquisa aponta para um público predominantemente masculino (60,52%), residente na região Sudeste (82,26%) e com faixa etária entre 30 e 49 anos (66,78%). O perfil econômico revela uma maioria de indivíduo com renda familiar entre R$ 7.101,00 a R$ 22.000,00 (54,61%) que mora em imóvel próprio quitado (61,55%). Eles são, em sua maioria, proprietários e sócios (28,78%) atuando como profissionais autônomos (20,98%) ou em empresas de 1 a 10 funcionários (20,49%).
Na hora de escolher o destino, o planejamento envolve principalmente o cônjuge/companheiro (89,96%) e filhos (45,56%), o que demonstra um interesse compartilhado na experiência de viagem em família. A propaganda boca a boca tem grande peso na decisão de conhecer um novo local (48,18%) abaixo apenas da oferta de promoções de voos ou hotéis (57,34%).
A maioria dos multiproprietários (54,53%) pretende reservar suas futuras viagens de lazer diretamente com os fornecedores, enquanto 40,52% planejam comprar com agências de viagem online ou buscador. Quando o assunto é antecipação de reserva, o hotel resort ou pousada tem mais menções que o bilhete aéreo (85,51% x 68,07%).