A pandemia acelerou diversas mudanças que estavam previstas para acontecer ao longo da próxima década, a exemplo do trabalho remoto e o movimento para fora das regiões metropolitanas. Pesquisa feita pela Bain & Company confirmou essa tendência ao mostrar uma mudança no perfil profissional. De acordo com ela, 30% dos brasileiros preferem continuar trabalhando remotamente durante a semana.
Outros 33% optaram pelo regime híbrido em alguns dias por semana no escritório. Adotado com o intuito de evitar aglomerações em empresas e escritórios durante o período mais crítico da pandemia, o home office ganhou mais um capítulo nos arranjos trabalhistas com a edição da Medida Provisória 1108/22, que foi publicada no Diário Oficial da União. A nova regulamentação abre a possibilidade de que empresas adotem de forma definitiva um modelo híbrido, além da adoção de um esquema de trabalho por produção.
Com a nova realidade, diversos profissionais começaram a investir em um ambiente de qualidade para trabalhar partindo de casa. A tendência também puxou os projetos residenciais que agora contemplam um espaço de coworking para que seus moradores, mesmo à distância, consigam exercer suas funções profissionais em um ambiente com infraestrutura e internet de alta qualidade onde seja possível trabalhar e até realizar reuniões particulares.
De acordo com Susanna Marchionni, CEO da Planet Smart City no Brasil, antes tido como ocasional, o trabalho remoto passou a ser um modelo adotado de forma mais ampla e as incorporadoras precisam repaginar seus projetos para atender essa demanda que veio à tona durante a quarentena. “O consumidor não quer ter mais amarras geográficas. Ele é adaptável e valoriza as novas tecnologias que o setor de construção prioriza – como um espaço mais arborizado com ambiente outdoor para a prática de atividades físicas, contato mais próximo com a natureza e ações voltadas à sustentabilidade que incluem piso drenante, ilha de coleta seletiva de lixo e compostagem comunitária”, explica a CEO.
Susanna também comenta que sentiu um aumento no número de novos residentes vindos de outras metrópoles. “Tanto na Smart City Laguna quanto na Smart City Aquiraz a maior parte dos moradores tinham algum tipo de raíz com o Nordeste, agora você encontra pessoas de outras regiões que escolheram morar com maior qualidade de vida para aproveitar as belezas naturais que a região oferece e que são o sonho de consumo de diversos turistas ao redor do mundo”, explica a CEO.
Nos projetos do Ceará, incluindo a Smart City Natal (RN), há moradores recentes de Brasília e Rio de Janeiro, além de clientes do exterior que compraram uma casa ou lote com o intuito de morar em um futuro próximo. A CEO acredita que as tecnologias disponíveis pesaram na hora da escolha. “A primeira coisa que o nosso morador observa é a qualidade de vida que ele pode ter mudando para um dos nossos projetos, que priorizam tecnologias que vão facilitar a vida, a exemplo da internet pública, espaços arborizados e a economia compartilhada que veio para deixar a rotina mais afetiva com bicicletas que podem ser usadas para o deslocamento e academia ao ar livre para a prática de atividades físicas”, conclui Susanna. O preço médio para morar em uma cidade inteligente começa com valores a partir de R$ 45 mil para lotes, e R$ 114 mil para casas prontas.