Um levantamento feito pela plataforma de investimentos Yubb mostrou que os fundos de investimentos imobiliários (FII) tiveram queda de até 62% em meio à pandemia do novo coronavírus. E um dos motivos que explicariam essa queda está ligado ao fato de que muitas instituições estão aderindo ao home office e fechando escritórios físicos.
Apesar disso, o mercado já mostrou sinais de recuperação. O IFIX, índice que reúne os principais fundos de investimento imobiliário, teve alta nos últimos dois meses e, apenas em junho, já sobe 4,33%.
“Todos os ativos, principalmente de renda variável como as ações, tiveram queda acentuada com a crise do coronavírus. Os preços sofreram muito com a volatilidade do mercado. No início da crise, logo após o carnaval, tivemos uma forte queda nos preços dos ativos de renda variável. O medo e a falta de entendimento do problema que estaria por vir fez esse sentimento de pânico dominar o mercado. Muitos setores já recuperaram bem, porém lajes corporativas e shopping centers que antes da crise eram bem avaliados, com o cenário atual, isso mudou e outros fundos ganharam evidência“, explica João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, um dos maiores escritórios de renda vatiável da XP Investimentos.
Segundo o especialista, o momento de crise exige cautela para procurar os melhores fundos que irão ter o desempenho ou recuperação maior.
“Uma opção interessante são os fundos de fundos, também conhecido como (FOF), em que o gestor diversifica e escolhe fundos já existentes. É uma forma de o investidor terceirizar essa gestão para especialistas que estão acompanhando o mercado de perto”, comenta.
Para João, nesse momento de crise, é aconselhável que o investidor tenha paciência e saiba diversificar os investimentos. “Opções de fundos imobiliários são muito interessantes em uma carteira de longo prazo. Além da valorização da cota, o cliente recebe dividendos (aluguéis) sem cobrança de imposto. Estamos vendo um cenário hoje de queda da taxa de juros. Esse novo ciclo provavelmente vem acompanhado com o aquecimento da economia e a valorização do setor imobiliário”, diz.
Os fundos de investimentos imobiliários (FII) são formados por grupos de investidores com o objetivo de aplicar recursos em diversos tipos de investimentos imobiliários, seja no desenvolvimento de empreendimentos ou em imóveis já prontos, como edifícios comerciais, shopping centers e hospitais. São negociados de forma eletrônica, da mesma forma que o investidor compra ações, por exemplo, da Petrobras.
“É uma forma simples de investir em imóveis sem a burocracia que ocorre nas negociações físicas. Esses investimentos pagam dividendos de forma mensal, que seriam os aluguéis, que entram na conta do cliente e são repassados para os cotistas de forma isenta de IR”, complementa João.