Embraed capta R$ 50 milhões por meio de emissão de CRIs

A Embraed Empreendimentos, empresa catarinense referência na construção de imóveis de alto padrão, anuncia a captação de R$ 50 milhões em certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). A operação é coordenada pelo banco de investimentos Haitong e securitizada pela Habitasec.

Os recursos obtidos com a emissão dos CRIs serão destinados ao financiamento do plano de expansão da empresa. Nesse sentido, a Embraed vai deixar seu caixa mais robusto para dar início a obras de novos empreendimentos já planejados. Com forte atuação há mais de três décadas na região de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, a empresa está em plena implementação de um plano de crescimento para outras cidades, como a catarinense Itapema, e Maringá, no Paraná.

A Embraed projeta atingir um valor geral de vendas (VGV) de R$ 5,2 bilhões para os próximos 5 anos, para atender a alta demanda por seus empreendimentos de alto luxo.

A operação com CRIs é a segunda emissão desse tipo, lastreados em recebíveis da incorporadora, coordenada pelo Haitong para a Embraed — a primeira, de 2018, envolveu R$ 10 milhões. Nesses últimos cinco anos, a empresa captou cerca de R$ 400 milhões por meio de emissão de CRIs, recursos que permitiram seu avanço para outros mercados além do da região de Balneário Camboriú. Atualmente, a empresa constrói em média 27 mil m² por ano, e planeja acelerar o ritmo para chegar a uma média anual de 56 mil m² até 2026.

Para a Embraed, apesar dos desafios enfrentados pelos países em razão do cenário de guerra na Ucrânia e aumentos de custos em todo o mundo, o mercado é favorável para o segmento de imóveis de luxo. O preço médio do metro quadrado vendido pela Embraed teve valorização de 41% nos últimos dois anos.

Governança

“O momento é propício para a expansão de nossas operações, e as novas captações de recursos pela Embraed no mercado de capitais são facilitadas pela sólida estrutura financeira que construímos”, destaca a CEO, Tatiana Rosa Cequinel. A executiva reforça, ainda, o reconhecimento do mercado em relação às boas práticas de governança adotadas pela empresa, confiança traduzida nas frequentes emissões de CRIs lastreados em seus recebíveis.

Tatiana Cequinel conduziu uma reestruturação interna que permitiu à Embraed atrair a atenção do mercado de capitais. O processo de adaptação a uma nova governança corporativa foi iniciado em 2013, quando a executiva assumiu o cargo em substituição ao pai, Rogério Rosa, que fundou a empresa em 1984. Foram incorporadas aos negócios práticas de governança normalmente adotadas por companhias de capital aberto, como a criação de um conselho de administração (para o desenho das estratégias de longo prazo), todas as suas empresas auditadas por uma big four, além de investimentos robustos em sistemas de informação e em pessoas.

Paralelamente ao fortalecimento da governança, a Embraed nos últimos anos priorizou projetos de arquitetura de excelência, com atenção especial ao design e aos acabamentos — dos edifícios e também dos apartamentos. Para isso, a empresa conta com um centro de produção incorporado à própria estrutura do negócio: nesse modelo, designers, arquitetos e engenheiros, entre outros profissionais trabalham exclusivamente para os empreendimentos da Embraed, o que garante maior controle da qualidade de todo o processo.

As mudanças, em conjunto, representaram um acesso mais facilitado da Embraed aos recursos dos investidores. “Mesmo na atual circunstância de crédito caro, conseguimos obter recursos a custos competitivos, nos alinhando a empresas que têm alto nível de governança e forte adesão aos princípios ESG, afirma Tatiana, referindo-se aos fatores ambientais, sociais e de governança, agenda à qual a empresa também dedica muita atenção.