Ranking desenvolvido pelo Ecossistema Sienge e CV CRM, com metodologia do Grupo Prospecta e parceria da CBIC, mede atratividade das cidades em relação a novos projetos imobiliários
Em um país com déficit habitacional superior a 6,5 milhões de moradias, conhecer as cidades em que a demanda por imóveis é mais promissora é essencial para a tomada de decisões por novos investimentos. Em 2024, Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) são as campeãs no Brasil em demanda não atendida na faixa padrão econômica (renda familiar de R$ 2 mil a R$ 12 mil), com Fortaleza mostrando um salto significativo da 4ª para a 2ª posição entre março de 2023 e setembro de 2024. Essa é uma das conclusões da primeira rodada do Índice de Demanda Imobiliária (IDI) Brasil, desenvolvido pelo Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Com abrangência nacional, o estudo inédito, lançado na última semana em live com a CBIC, analisa a atratividade de 61 cidades brasileiras para imóveis de padrões econômico, médio e alto, com base em indicadores oficiais e dados não autodeclarados e anonimizados de transações reais. Indicador inovador e estratégico, destinado ao tomador de decisões tanto do setor privado quanto do poder público, o IDI trará dados estratégicos para decisões mais assertivas no mercado de habitação, impactando diretamente na gestão de custos, prazos, recursos e produtividade.
No segmento de médio padrão (renda de R$ 12 mil a R$ 24 mil), Goiânia (GO), São Paulo e Brasília (DF) ocupam as primeiras colocações, enquanto Maceió (AL) apresentou o maior avanço, subindo 39 posições no ranking.
Já no alto padrão (renda superior a R$ 24 mil), São Paulo lidera, acompanhada por Goiânia e Florianópolis (SC), que registrou um notável crescimento, saindo da 9ª para a 3ª posição no período analisado.
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Inteligência de mercado
O IDI Brasil terá periodicidade trimestral, permitindo monitorar o desempenho, identificar tendências e mapear oportunidades no mercado imobiliário. “O setor ainda carece de indicadores robustos que traduzam o comportamento do mercado imobiliário em tempo real, o que contribui para a falta de previsibilidade e eficiência operacional na Indústria da Construção. Com o IDI, pretendemos apoiar para a mudança desse cenário”, destaca Fábio Garcez, Diretor Executivo e fundador do CV CRM, solução do Ecossistema Sienge, que fornece os dados para o levantamento.
“Uma base de dados confiável e uma metodologia robusta e personalizada são essenciais para ampliar a clareza sobre os interesses e comportamentos dos cidadãos. Essa compreensão é o primeiro passo para identificar janelas de oportunidade no mercado e tomar decisões mais assertivas”, explica Cristiano Rabelo, CEO do Grupo Prospecta, que desenvolveu os modelos matemáticos para apuração do índice.
A atratividade das cidades é medida por seis indicadores que compõem o índice, considerando também diversas variáveis do mercado. “A primeira rodada do IDI Brasil avalia os resultados dos últimos 12 meses, o que nos permite identificar o que os compradores estão buscando e, consequentemente, mapear tendências e oportunidades. Foi o que observamos em Florianópolis, por exemplo, que entrou no Top 3 do ranking de imóveis de alto padrão”, ressalta Gabriela Torres, Gerente de Inteligência Estratégica do Ecossistema Sienge e responsável pelo IDI Brasil.
“A gestão moderna exige informações qualificadas para ter eficácia. O IDI Brasil vem para mitigar os riscos de tomadas de decisões baseadas em sentimentos e histórico. Agora, as empresas e os gestores públicos terão indicadores claros que apoiem ações que atendam com mais assertividade o cidadão”, avalia o consultor estratégico do mercado imobiliário e presidente do Conselho Consultivo da CBIC, José Carlos Martins.
“Esse projeto é um passo adiante nas iniciativas de inteligência de mercado apoiadas pela CBIC, uma parceria estratégica com o Ecossistema Sienge para oferecer ao empresário e ao poder público o conhecimento necessário sobre um segmento que gera emprego e renda no país”, comenta o presidente da entidade, Renato Correia. Segundo ele, a expectativa é que o IDI seja uma ferramenta relevante na tomada de decisão por novos investimentos em habitação, alinhando a destinação de recursos à demanda por moradia e endereçando políticas públicas de forma mais eficaz. “Os dados do IDI Brasil poderão, inclusive, balizar a revisão e criação de planos diretores e outras legislações pelos prefeitos, melhorando a vida nas cidades”, reforça Correia.
Padrão econômico | Renda familiar R$ 2 mil a R$ 12 mil
Entre as 61 cidades analisadas, as três com maior potencial no mercado de padrão econômico são: Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP), da primeira à terceira posição no ranking, respectivamente. A capital paranaense manteve-se estável na 1ª posição, enquanto São Paulo apresentou pequenas variações entre a 2ª e a 3ª colocações, encerrando setembro atrás da capital cearense.
Fortaleza se destacou ao subir da 4ª colocação em março de 2023 para a 2ª no mesmo período do ano seguinte, mantendo-se estável até setembro de 2024. A cidade apresentou melhora em praticamente todos os indicadores que compõem o IDI.
Outra capital que merece destaque é Natal (RN), que saiu da 42ª posição em março de 2023 para a 21ª em setembro de 2024. Esse avanço reflete o crescimento nos indicadores de dinâmica econômica – que avaliam o desempenho local considerando emprego, renda e crescimento econômico -, além do aumento na demanda direta e na atratividade de novos lançamentos.
As 10 primeiras colocadas do ranking econômico são:
- Curitiba (PR) – nota 0,883
- Fortaleza (CE) – nota 0,858
- São Paulo (SP) – nota 0,787
- Goiânia (GO) – nota 0,744
- Aracaju (SE)- nota 0,732
- Sorocaba (SP) – nota 0,706
- Maceió (AL) – 0,702
- Recife (PE) – nota 0, 696
- Brasília (DF) – nota 0,670
- Londrina (PR) – nota 0,619
Médio padrão | Renda familiar de R$ 12 mil a R$ 24 mil
No segmento de médio padrão, as três cidades com maior destaque são Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Brasília (DF), nessa ordem. Goiânia e São Paulo alternaram entre a primeira e a segunda colocação de março de 2023 a março de 2024, mantendo-se estáveis ao longo do restante do período. Brasília mostrou-se a mais consistente, permanecendo na 3ª posição durante quase todo o período analisado.
São Paulo saiu da 5ª posição em junho de 2023 para a 2ª em setembro de 2024. Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pelos indicadores de demanda direta – número de contatos de compradores interessados nos imóveis – e pela atratividade de novos lançamentos, refletindo o desempenho de empreendimentos lançados.
Outro destaque foi Maceió (AL), que apresentou o maior avanço no ranking: subiu 39 posições, passando da 49ª colocação em março de 2023 para a 10ª em setembro de 2024. Esse salto foi impulsionado pelo aumento nos indicadores de demanda direta e pela atratividade, tanto de novos empreendimentos quanto de unidades em estoque.
As 10 primeiras colocadas no ranking médio padrão são:
- Goiânia (GO) – nota 0,794
- São Paulo (SP) – nota 0,790
- Brasília (DF) – nota 0,713
- Florianópolis (SC) – nota 0,657
- Curitiba (PR) – nota 0,656
- Salvador (BA) – nota 0,644
- Porto Belo (SC) – nota 0,637
- Recife (PE) – nota 0,623
- Fortaleza (CE) – nota 0,606
- Maceió (AL) – nota 0,604
Alto padrão | Renda familiar superior a R$ 24 mil
Entre as 61 cidades analisadas, as três com maior potencial no mercado de alto padrão são: São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Florianópolis (SC), respectivamente. As capitais apresentaram pouca variação no ranking entre março de 2023 e setembro de 2024, com exceção de Florianópolis, que subiu da 9ª posição em março de 2023 para a 3ª em setembro de 2024. Os principais fatores que contribuíram para esse resultado foram a atratividade da cidade, tanto em relação aos novos quanto aos antigos lançamentos.
As 10 primeiras colocadas do ranking alto padrão, são:
- São Paulo (SP) – nota 0,859
- Goiânia (GO) – nora 0,807
- Florianópolis (SC) – nota 0,748
- Brasília (DF) – nota 0,726
- Belo Horizonte (MG) – nota 0,713
- Balneário Piçarras (SC) – nota 0,689
- Fortaleza (CE) – nota 0,673
- Salvador (BA) – nota 0,671
- Recife (PE) – nota 0,665
- Curitiba (PR) – nota 0,651
O ranking completo de todas as categorias do IDI está disponível neste link.
Traduzindo o sonho do consumidor
O modelo matemático avalia a atratividade de cidades brasileiras para novos projetos imobiliários, utilizando seis indicadores principais, que abrangem aspectos essenciais do mercado. Cada indicador é ponderado por especialistas para refletir sua relevância, garantindo um resultado confiável e útil para decisões estratégicas.
- Indicador de Demanda: Mede o número de potenciais compradores, refletindo o tamanho do mercado consumidor e o potencial de consumo na cidade. (Fonte: IBGE)
- Indicador de Dinâmica Econômica: Avalia a capacidade do município de gerar ciclos de demanda e fortalecer a economia local por meio de fatores como emprego e renda, que influenciam a capacidade de compra e a sustentabilidade do mercado. (Baseado em dados do IBGE, CAGED e Receita Federal)
- Indicador de Ofertas de Terceiros: Avalia a concorrência e a saturação do mercado, indicando a disponibilidade de imóveis oferecidos por outros agentes e a viabilidade de novos empreendimentos. (Fonte: Portais de venda na internet)
- Indicador de Demanda Direta CV CRM: Usa dados de leads para medir a procura ativa por imóveis específicos, apontando áreas de interesse imediato e direcionando estratégias de marketing e vendas. (Fonte: CV CRM)
- Indicador de Atratividade para Antigos Lançamentos CV CRM: Verifica o desempenho de lançamentos com mais de 12 meses, oferecendo insights sobre a aceitação e estabilidade do mercado na cidade. (Fonte: CV CRM)
- Indicador de Atratividade para Novos Lançamentos CV CRM: Examina o potencial de empreendimentos lançados nos últimos 12 meses, destacando tendências e novas oportunidades de negócios. (Fonte: CV CRM)
O resultado do modelo é uma lista de cidades com maior atratividade, apresentadas em forma de ranking com base no cálculo do IDI. A escala de atratividade vai de 0,000 a 1,000, onde as cidades que obtiverem um score próximo de 1,000 são consideradas altamente atrativas. As cidades são classificadas em cinco categorias de atratividade: Muito Alta, Alta, Média, Baixa e Muito Baixa, de acordo com seu score no IDI.
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