Por Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira
A casa própria é o sonho de muitos brasileiros. Mas, para realizar o caminho não é tão simples, é preciso avaliar muitos pontos, dentre os quais a situação financeira atual e definir qual o valor poderá investir mensalmente e a forma que irá adquirir.
A principal orientação é reduzir gastos e poupar um valor predeterminado todos os meses. Em alguns anos, conseguirá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que, com o dinheiro aplicado, os juros trabalham a seu favor, enquanto no financiamento, se paga juros.
Entretanto, sabemos que pagar à vista é a realidade de uma minoria. Hoje a alternativa que mais vem conquistando os brasileiros para aquisição de imóveis é o financiamento, que é uma opção de compra interessante, mas faço um adendo: ao comprar uma casa financiada, é preciso ter ciência de que se firmará um compromisso mensal. A orientação que sempre dou para poupar é fazer uma estimativa dos gastos totais, avaliar quanto falta para atingir o montante e diagnosticar quanto pode ser guardado por mês para dar conta das despesas.
Também é fundamental ter em mente que, escolhendo essa modalidade, se estará contraindo uma dívida de valor, que deverá ser honrada mensalmente. Além disso, é importante saber que existem os juros que, somados ao longo do contrato, podem significar o pagamento de até duas ou três casas.
Se o valor do aluguel for igual ao da parcela do financiamento, ótima iniciativa é deixar de pagar esse valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu.
Uma alternativa para quem não tem urgência em mudar e tem disponibilidade de uma verba de investimento mensal é o consórcio. Neste caso, se pagará menos e, se tiver sorte, poderá ser sorteado e ganhar a casa rapidamente, além de também poder economizar para dar um lance.
Grande problema enfrentado para a realização do sonho de uma casa própria são as dívidas sem valor, aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que muitas vezes não agregam valor. Estas acabam desequilibrando o orçamento financeiro mensal e com isso perde o foco no bem de valor que é a casa.
Veja 8 passos para comprar a casa própria:
• Reúna a família e converse sobre este tema, definindo o lugar, valor e as reais condições que se encontram;
• Ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região em que irá mudar, que pode ser mais alto que o atual. Também considere os gastos com transporte;
• Analise o valor do aluguel que está pagando e se for o mesmo valor da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o imóvel;
• O melhor caminho é poupar parte do que ganha, portanto faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a prestação deste imóvel e comece a guardar em um investimento conservador como poupança, CDB ou tesouro direto;
• Lembre-se que o financiamento de um imóvel é considerada dívida de valor, por isso deve ser protegida e garantida, uma prioridade frente as demais despesas mensais;
• Tenha sempre uma reserva estratégica, para que em uma eventualidade não deixe de honrar este importante compromisso;
• Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria é preciso rever imediatamente os gastos, em especial as pequenas despesas, que somadas podem levar uma família ao desequilíbrio financeiro;
• 8. Nunca se esqueça que um novo imóvel demanda novos custos, como mobiliário novo, condomínio, taxas de transferência, etc.