Financiamento imobiliário do imóvel próprio: um sonho possível

De acordo com dados revisados pela Fundação João Pinheiro (ano base de 2019) – em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) – e publicados em março deste ano, o deficit habitacional no Brasil está na faixa de 5,8 milhões de moradias e aponta tendência de aumento nos próximos anos. Um dos principais componentes desse índice (e seu crescimento) é o ônus do aluguel urbano seguido do aumento populacional. Mais do que nunca, portanto, ter a casa própria continua sendo um dos maiores sonhos das famílias brasileiras. Para isso, existem algumas formas facilitadas de aquisição do imóvel, entre elas, o financiamento imobiliário, um dos modelos mais escolhidos. Porém, ao optar por essa modalidade de pagamento, é preciso conhecer suas diferentes possibilidades.

Segundo Luciana Hoffmann, coordenadora do departamento de financiamento Pessoa Física da Yticon, construtora do Grupo A.Yoshii, há duas modalidades de financiamento imobiliário (casas e apartamentos residenciais ou comerciais) por meio de bancos públicos e privados: o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). “Pelo SFH é possível financiar imóveis residenciais de até R$ 1,5 milhão e os fundos são provenientes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Já pelo SFI, pode-se financiar imóveis residenciais ou qualquer outro tipo de imóvel acima de R$ 1,5 milhão, do qual o fundo é proveniente do Mercado de Capitais”, detalha.

Na modalidade SFH, ela explica que o FGTS pode ser usado como entrada na compra do imóvel, desde que o comprador se enquadre nos requisitos estipulados pelo Governo Federal, sendo que até 80% do valor ainda pode ser financiado seguindo as condições das taxas de juros cobradas por cada instituição bancária. “A parcela final do financiamento é composta pelo valor da parcela (amortizada), acrescido de juros fixos, indexador, seguro Danos Físicos do Imóvel, Seguro Morte por Invalidez e Taxa Administrativa”, completa a coordenadora. As taxas de juros, em geral, são fixas. O que muda é o indexador, que pode ser baseado na Taxa Referencial, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que varia conforme a inflação – e Poupança, também chamada de Poupe Mais”, diferencia Luciana.

Para se ter uma ideia, em 2020, antes da pandemia, o governo alcançou um valor histórico do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), de apenas 2%, o menor patamar da história. Contudo, desde junho deste ano, a taxa vem subindo gradativamente e deve chegar a marca de 8,5% até o final de dezembro, que hoje está em 7,5%. “Geralmente, as instituições flexibilizam as taxas de juros para quem já é cliente do banco, ou se já possui conta aberta, bem como pelo número de movimentações e aplicações.”

Sistemas de cobrança

Escolhida a forma de financiamento e o indexador, é hora de escolher o sistema de cobrança. Ela pontua que existem três que podem ser aplicados no financiamento: Tabela Price, Sistema de Amortização Constante (SAC) e Sistema de Amortização Crescente (Sacre). Conforme a coordenadora de financiamento, na Tabela Price, as prestações possuem valor fixo com juros já embutidos. “Na composição das parcelas, os juros são decrescentes e as amortizações crescentes”, explica. Já no SAC, o valor das parcelas diminui com o tempo, já que, como o nome indica, o valor da amortização é constante e somente os juros diminuem. O Sacre, por sua vez, é uma união entre a Price e a SAC. “No começo, as parcelas terão um valor mais alto e, a partir de certo momento, começam a diminuir. Isso porque, o valor da amortização cresce ao longo do tempo, enquanto os juros diminuem. Num determinado momento, o valor da amortização para de aumentar e também começa a diminuir.”

Departamento especializado

A construtora Yticon dispõe de um departamento especializado em atender os clientes que pretendem financiar o imóvel. Para isso, ao adquirir um imóvel na planta, os agentes da empresa apresentam as taxas de financiamento praticadas no mercado, fazem análises com as instituições bancárias e acompanham todo o processo escolhido pelo cliente.  “Ao escolher o imóvel, ele irá pagar de 20% a 30% do valor do imóvel para a construtora durante a obra, sempre corrigindo o saldo pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Até a data de entrega da obra, deverá quitar com recursos próprios ou procurar uma linha de crédito com uma instituição financeira”, orienta.

Porém, no Programa Casa Verde e Amarela (PCVA), o cliente entra já com o processo de financiamento na escolha da unidade. “Isso permite que ele já consiga as condições do programa atuais e, nesse caso, somente assinará o contrato de compra e venda com a construtora se o crédito estiver aprovado junto à instituição. Para esse modelo de negócio, a Yticon também atua de forma pró ativa, buscando as novidades e atualizações do programa, treinando os corretores e acompanhando de perto cada análise de crédito que é encaminhada aos correspondentes.” O programa federal tem suas especificidades de financiamento, no qual os beneficiários ainda podem receber subsídio para a entrada do imóvel. Há dois meses, o governo do Paraná também lançou o programa Casa Fácil Paraná, que oferece mais R$ 15 mil de subsídio na compra do imóvel enquadrado no PCVA.

Holding RPX lança empresa Aluguel Virtual

A Holding RPX – com mais de 130 empresas de inovação e tecnologia que atuam nos mercados “old-age” – traz soluções para o mercado imobiliário com o lançamento da Aluguel Virtual, empresa que pagará um aluguel sobre os imóveis mesmo ocupados ou alugados.
 

A nova proposta apresentada pelo Aluguel Virtual é permitir que o cliente receba um aluguel sobre o ativo, através do modelo Home Equity Rentável, novidade no Brasil, mas sem precisar pagar parcelas, sem atrasos, burocracia e sem inquilinos. “Nossa empresa conta com bancos parceiros e fundos de investimento que dão um crédito sobre o imóvel do cliente. Essa operação ocorre sem risco para o cliente final, e tanto a parcela, quanto o aluguel virtual do ativo são pagos mensalmente por até 20 anos”, explica Rafael Pimenta, CEO da Holding RPX.

Com um investimento de cerca 11 bilhões em 2022, a Aluguel Virtual traz para o Brasil o modelo e conta com vários fundos de investimento, além de um grupo composto de grandes empresas especialistas no mercado financeiro e imobiliário, como a Holding RPX.

A plataforma calcula automaticamente o valor do imóvel e faz uma oferta de pagamento mensal aos proprietários diretamente ou através de imobiliárias e corretores. Dessa forma, entram em ação os parceiros estratégicos como o Banco Daycoval, Banco Paulista e a Companhia Hipotecária Piratini, entre outros 14 parceiros nacionais e 3 internacionais. O foco da empresa é pagar um “aluguel virtual” para os proprietários por até 20 anos com risco zero de perda do imóvel.

Segundo a Exame Invest e a Statista, só nos Estados Unidos, no ano de 2020, o mercado imobiliário movimentou mais de 21 trilhões de dólares seguindo o modelo Home Equity, enquanto no Brasil esse número girou em torno de 10 bilhões de reais no mesmo período. “Mais do que uma disruptura, nosso modelo caminha na contramão do mercado, pois os proprietários não desembolsam 1 real, sem nenhuma desvantagem, sem risco, sem pegadinhas, ele simplesmente recebe mensalmente”, completa Pimenta.

O produto que a Aluguel Virtual disponibiliza no mercado surge na contramão do setor, oferecendo um aluguel pelo ativo, como uma complementaridade e uma nova alternativa de renda, gerando mais tranquilidade para o cliente, sem que ele tenha algum risco.

Gafisa abre Programa de Estágio e Trainee 2022

Com inscrição até o dia 20 de janeiro, a empresa oferece mais de 30 vagas

A Gafisa está recrutando jovens para os processos seletivos de Estágio e Trainee 2022. O programa possibilitará aos profissionais, em início de carreira, amplo aprendizado e a oportunidade de desenvolver e trilhar caminhos para a construção de uma trajetória de sucesso.
 

A empresa acredita, desenvolve e endossa programas de retenção e desenvolvimento de seus profissionais e carrega um importante histórico de formação de líderes.
 

“Para estes programas nós desenvolvemos uma trilha com foco no desenvolvimento do profissional, propomos um formato de aprendizado interessante e desafiador, que envolve a troca de conhecimento, novas responsabilidades em um espaço colaborativo, onde novas ideias são sempre bem-vindas promovendo o senso de pertencimento do profissional”, conta Sheyla Resende — Vice-presidente de Gestão & RH da Gafisa.
 

Com todo o aprendizado proporcionado, a Gafisa demonstra o funcionamento da sua estratégia de recursos humanos com a alta taxa de retenção de talentos, exemplo disso é a contratação de 89% do quadro de participantes da edição de 2021 do Programa de Estágio.
 

Os Programas de Estágio e Trainee oferecem uma série de benefícios aos candidatos, são eles:
 

Benefícios do Programa de Estágio: Zenklub (plataforma de saúde mensal com sessões gratuitas de terapia), seguro de vida, carga horária de 4h ou 6h, bolsa auxílio, vale refeição, auxílio transporte e Gympass.
 

Benefícios do Programa de Trainee: Zenklub (plataforma de saúde mensal com sessões gratuitas de terapia), seguro de vida, vale refeição, auxílio creche, estacionamento, bônus e Gympass, carga horário: 8 horas.
 

“Na primeira oportunidade que tive, me inscrevi no programa de Trainee e iniciei minha carreira na Gafisa. Durante seis meses tive desenvolvimento com treinamentos de capacitação, para conhecimento do negócio, áreas e processos e job rotation. Esses aprendizados foram fundamentais para a minha jornada na empresa”, relata Sheyla Resende, que ingressou em 2009 e hoje é vice-presidente de Gestão e RH da Gafisa.
 

ESTÁGIO
 

Com início previsto para fevereiro de 2022, o Programa de Estágio, busca por estudantes que estejam cursando: Administração de Empresas, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Direito, Economia, Engenharia Civil, Marketing e Tecnologia da Informação. É necessário que a previsão de formação seja em dezembro/2023, para que o profissional possa concluir um ciclo de dois (2) anos de aprendizado.

São 30 vagas disponíveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, em áreas como: Controladoria, Jurídico, Recursos Humanos, Dados, Inovação, Tecnologia da Informação, Relação com Investidores, Planejamento Financeiro, Incorporação e Obras.
 

O processo seletivo é realizado em parceria com a Cia de Talentos, responsável pela triagem inicial dos jovens que possuem perfis aderentes à cultura da empresa. As etapas consistem em: inscrição, testes como fit cultural, de comportamento, dinâmica de grupo e painel com gestores. A seleção será 100% on-line e as inscrições podem ser realizadas no site até 20 de janeiro.
 

Os profissionais selecionados participarão de uma trilha de treinamento comportamental, encontros com RH e desenvolverão um projeto com foco em solução durante o período de estágio. Para isso, os participantes serão divididos em grupos de forma aleatória, e deverão escolher uma área da Companhia para otimizar processos. O gestor da área é envolvido como o mentor do grupo, e acompanhará a construção e desenvolvimento da proposta. Ao final, cada grupo deverá apresentar o seu projeto para avaliação da alta liderança, que elegerá a melhor proposta para implementação.
 

Além disso, os participantes também passam por uma avaliação individual com prova técnica, vídeo de apresentação e redação. Desta forma, no dia da apresentação dos projetos, a alta liderança têm em mãos o histórico de cada candidato, considerando todo o período de estágio, incluindo as notas das provas e áreas por onde passou.
 

A somatória da avaliação em grupo (projeto de solução) e individual resultam no processo de efetivação.
 

TRAINEE

Com inscrições até o dia 20 de janeiro pelo site, os pré-requisitos para participar do programa de Trainee, são: formação entre julho de 2020 e dezembro de 2021 nos cursos: Administração de Empresas, Economia, Direito, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Arquitetura e Urbanismo ou Marketing. O objetivo é que o candidato participe de um ciclo de 12 meses, com início em março/2022 e efetivação em março/2023. Neste período, o participante terá três (3) meses de desenvolvimento mais intenso, com uma trilha que passa por diferentes áreas da Companhia, possibilitando uma visão estratégica da empresa para potencializar o aprendizado e desenvolvimento dentro do ambiente de trabalho. Após os primeiros meses, será realizado um painel para direcionamento do candidato à área específica onde atuará por cerca de nove (9) meses.
 

Para este processo a Gafisa está com 10 vagas disponíveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, em áreas: Comercial, Incorporação (Desenvolvimento de produtos), Incorporação (Novos Negócios), Novos Negócios (Gafisa Propriedades), Financeiro (Planejamento Financeiro), Financeiro (Operações Estruturadas), Engenharia — Perfil Obras, Marketing e Jurídico. Vale ressaltar que as áreas de atuação podem ser alteradas, de acordo com a identificação de potenciais candidatos.

O processo de seleção do Trainee é realizado em parceria com a Cia de Talentos, responsável pela triagem inicial dos jovens que apresentem perfis aderentes à cultura da empresa. As etapas consistem em: inscrição, testes como fit cultural e de comportamento, dinâmica de grupo e painel com gestores.
 

Serviço:

Gafisa Programa de Estágio e Trainee 2022

Inscrição: até 20/1

Site: Gafisa | Programa de Estágio e Trainee 2022 (bettha﹒com)

Indústrias cerâmicas poderão ser afetadas devido ao preço do gás



“A proposta apresentada pela Petrobras às distribuidoras, que poderá resultar, a partir de janeiro de 2022 e pelos próximos quatro anos, em aumento de 50% no valor do gás natural, poderá ter sérias consequências para nossa atividade”, alerta Benjamin Ferreira Neto, presidente do Conselho de Administração da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres). A entidade representa o setor que é o segundo maior consumidor industrial de gás natural do Brasil.


 O dirigente salienta que o segmento de revestimentos cerâmicos fez elevados investimentos para converter o gás natural na sua principal fonte energética. “Foi uma opção movida pela responsabilidade ambiental e constante busca pela sustentabilidade. Não podemos agora ser apenados por termos adotado uma prática ecológica correta”, pondera, revelando que a Anfacer enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro, apontando o problema da iminente majoração e solicitando soluções.
 

O Brasil é um dos protagonistas no mercado mundial de revestimentos cerâmicos e louças sanitárias, ocupando a terceira posição em produção e a segunda em consumo, além de ser o sétimo no ranking das exportações, com vendas para mais de 110 países. O segmento é, também, um grande gerador de empregos e renda e representa 6% do PIB da indústria de materiais de construção.
 

“Respondemos por cerca de 14% de todo o gás natural de uso industrial no País”, ressalta Ferreira Neto, afirmando: “Prevemos sérias consequências para nosso setor caso se confirme a majoração, claramente sinalizada na proposta da Petrobras às distribuidoras. Um encarecimento de 50% de um insumo que representa 30% do custo total de fabricação do metro quadrado de cerâmica afeta de modo muito contundente a competitividade do setor no Brasil e no comércio exterior”.
 

O presidente do Conselho de Administração da Anfacer lembra que, em abril deste ano, a indústria cerâmica comemorou a sanção presidencial da nova Lei do Gás, que prometia promover a abertura do mercado, representando um choque de energia barata e contribuindo para a recuperação da economia. Cabe ressaltar que o novo marco legal resultou de um processo de muitos anos, no qual a entidade foi uma das que mais se mobilizaram.

O metro cúbico de gás natural no Brasil já é um dos mais caros do mundo. Diferentemente do que se vislumbrava quando da aprovação do novo marco regulatório, pela proposta da Petrobras às distribuidoras cujos contratos vencerão no fim de dezembro, o preço do insumo subirá de aproximadamente US$ 8 para US$ 12 por milhão de BTU durante o primeiro ano de vigência dos novos contratos.

Tal majoração dilapidará a competitividade da indústria cerâmica brasileira, que prevê chegar, ao fim deste ano, à marca de um bilhão de metros quadrados produzidos. Em 2022, caso a política da Petrobras confirme-se, estima-se queda de 32% na produção nacional, ou 320 milhões de metros quadrados que deixarão de ser fabricados. Haverá consequente redução de 26% na geração de novos empregos. O impacto também será significativo nas exportações, com perda de 30% no ingresso de divisas.

“A despeito da crise energética global, não se admite um aumento tão expressivo no preço do gás natural, no momento em que o setor industrial é decisivo para a criação de emprego e renda, em meio a uma das maiores crises da História”, avalia Ferreira Neto, concluindo: “Na verdade, toda uma cadeia produtiva será punida por uma política de preços que vai na contramão dos preceitos de livre mercado”.
 

Visão do mercado

Eduardo Roncoroni Fior, diretor-geral da Cerâmica Carmelo Fior, localizada no interior paulista, salienta que “o retrato sobre os possíveis aumentos do preço do gás é catastrófico para todos os setores consumidores intensivos e gerará o repasse de custos aos consumidores”. As consequências serão mais inflação, diminuição significativa do poder aquisitivo da população, menor atração e desestímulo de investimentos nacionais e internacionais. “Até agora, não foi possível ver o choque daenergia barata e sim majoração significativa”, observa.

Antônio Marcos Schroth, presidente do Conselho da Infragás, frisa: “As Indústrias cerâmicas de Santa Catarina dependem do insumo. Se este não for minimamente competitivo, várias empresas do nosso estado poderão ter muitas dificuldades em manter o equilíbrio competitivo, considerando as previsões de aumentos na tarifa. Outras indústrias cerâmicas poderão até ser obrigadas a fechar suas atividades, gerando assim um desemprego considerável. Vamos tentar, perante o governo estadual e as entidades de classe, uma alternativa para amenizar os impactos”.

Otmar Müller, presidente do Sindiceram (Sindicato das Indústrias de Revestimentos Cerâmicos do Sul de Santa Catarina), lembra que já houve aumento de 82% nas tarifas do gás natural em 2021, ano no qual deveria ter sido inaugurado o novo mercado, com abertura a mais fornecedores e redução de custos. “Porém, estamos agora em um ambiente de total assombro e incerteza perante as notícias de novos reajustes muito expressivos já em janeiro de 2022”.

Müller observa que há novos fornecedores, mas com a ausência das regulações da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a Petrobras continua com o monopólio do mercado brasileiro. “Alia-se a isso o ambiente internacional pós-Covid, com o encarecimento generalizado dos energéticos. A crise hídrica brasileira foi socorrida pelo gás natural. Agora, busca-se empurrar o peso dessa conta para a indústria. Não há como suportar a majoração prevista”.

Regularidade marca indústria de materiais de construção em dezembro

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulga nessa sexta-feira, 07, a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, pesquisa realizada com as lideranças das empresas associadas. O estudo aponta fim de ano “regular” a partir da análise das vendas em dezembro. A publicação também destaca o crescimento do otimismo, considerado moderado dada a manutenção da média registrada nos demais índices da pesquisa.
 

O termômetro da ABRAMAT aponta que para 44% das empresas associadas, o faturamento no mês de dezembro foi considerado “regular”. Para 28% o período foi “bom” ou “muito bom”, outros 28% consideraram dezembro um mês “ruim”.
 

As projeções para o mês de janeiro indicam desempenho razoável: 56% esperam um mês “regular”, 28% acreditam em um mês “bom” ou “muito bom” e 17% indicam um mês “ruim”.
 

A pretensão de investimentos para o longo prazo registrou 83%, mesmo número observado em novembro de 2021. O nível de utilização da capacidade instalada teve queda de 6p.p., passando de 80% em novembro para 74% em dezembro. Ambos os indicadores se mantêm em patamares mais elevados que antes da pandemia.
 

“Com base em nosso levantamento é possível verificar que o final de 2021 foi positivo para o setor, seja em material de base ou acabamento. A retomada progressiva das atividades e a vacinação em todo o país são fatores que contribuíram para as avaliações positivas, ainda que moderadas, de nossos associados”, revela Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT.

Itaquera terá primeiro condomínio inteligente da Zona Leste de São Paulo

Os modelos sustentáveis de moradia, que associam qualidade de vida a meio ambiente e responsabilidade social, ganham espaço cada vez maior no mundo e, mais recentemente, no Brasil. Os empreendimentos são planejados dentro do conceito de economia integrada e colaborativa, voltada às transformações urbanas e conexões tecnológicas. Em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, a parceria exclusiva entre a anglo-italiana Planet Smart City e a CASA8, incorporadora da holding Inloop, lança o primeiro condomínio-clube inteligente e vertical da região, parte da já bem-sucedida estratégia da linha Viva!Smart no país.

O Viva!Smart Itaquera é formado por duas torres. O projeto conta com mais de 40 soluções smart, todas desenvolvidas para atender a quatro pilares fundamentais do conceito: pessoas, tecnologia, arquitetura e meio ambiente. São soluções que vão desde um aplicativo exclusivo para acessar as facilidades do condomínio – coleta seletiva, área de compostagem e reaproveitamento de água das chuvas – à presença de um gestor social, profissional responsável por promover a interação, trocar experiências entre os moradores e estimular a economia local. 

“O futuro está na interação entre moradores, na conexão digital e na forma com que as pessoas vão passar a lidar com o espaço urbano a partir dos recursos tecnológicos. A arquitetura, o ecossistema e a tecnologia são parte essencial desse propósito, que busca qualidade de vida e uso racional tanto de recursos quanto de tempo. O Planet App, nosso aplicativo, é uma solução inteligente para compartilhar experiências, informações e até mesmo fazer vendas, estimulando os negócios entre vizinhos”, explica Eduardo Peralta, CEO da Inloop.

Os apartamentos têm plantas de 39m² (434 unidades) e 41m² (114 unidades), todas com dois dormitórios, opções de vaga de garagem e varanda. Na área comum, os espaços são pensados para estimular a convivência entre moradores. As áreas de lazer, por exemplo, dispõem de duas piscinas, churrasqueira, área de eventos, quadra gramada, academia, horta urbana e brinquedoteca. Um dos pontos mais charmosos, que atrai principalmente ao público jovem, é o Cantinho para Luau.

Estrategicamente localizado próximo a vias de acesso, transporte, escolas e serviços, o Viva Smart Itaquera fica na Rua Ioneji Matsubayashi, bem perto do estande de vendas (Avenida Jacu Pêssego, 45).

Criado para ser um hub de inovação no mercado imobiliário, o empreendimento faz parte do projeto de habitação social Casa Verde e Amarela. Com unidades a partir de R$ 189 mil – com exigência de renda familiar de R$ 2.800 e facilidade na entrada e parcelamento.

“Pelos custos mais baixos e facilidades oferecidas na compra, já que se trata de um programa social de habitação, o projeto permite que jovens possam adquirir seu primeiro imóvel dentro de uma proposta totalmente nova de moradia”, explica Eduardo.

Quem faz o projeto

A CASA8 é uma incorporadora com foco em empreendimentos residenciais de entrada e de médio padrão. A empresa tem uma parceria exclusiva para construção de condomínios inteligentes verticais em São Paulo com a italiana Planet, líder em smart cities em todo o mundo. Parte do grupo imobiliário Inloop, a CASA8 é a única empresa no mercado a unir este novo conceito inteligente, que inclui tecnologias importadas, sustentabilidade e viés social a projetos populares do Casa Verde e Amarela.

Já a Planet é uma empresa Italiana, com sede no Reino Unido, que constrói cidades inteligentes acessíveis ao redor do mundo. Líder global na categoria, tem projetos em Índia, Itália, Estados Unidos, Vietnã e México, no Brasil já se consagrou em estados do Nordeste: Ceará, Bahia e Rio Grande de Norte. Tem condomínios inteligentes abertos também em São Paulo, com a linha vertical Viva!Smart em parceria com a CASA8.

Em todas as empresas do grupo Inloop, inteligência em projeto, qualidade na entrega e atendimento é premissa básica. Isso se aplica também para os nossos parceiros, por isso, ao escolher a empresa que irá tangibilizar nossos projetos, não poderia ser diferente. Referência no mercado de construção civil, a P4 Engenharia traz em seus 10 anos de experiência um histórico impecável de entregas no prazo e qualidade indiscutível nas suas mais de 5000 unidades entregues e 1 milhão de metros quadrados construídos. Entre obras finalizadas e em execução, a P4 ultrapassa 60 obras no portfólio e 1,7 bilhão de reais em construção. São resultados como esse que colocam a P4 no Top 20 da INTEC e em 9º lugar do Top Imobiliário 2021, sempre com todas as certificações necessárias e atendendo à todas as exigências do mercado.

Índice FipeZap encerra 2021 com alta de 5,29%, a maior desde 2014

Elevação nos preços residenciais foi registrada em 47 das 50 cidades monitoradas. Na maioria delas, todavia, alta foi inferior à inflação

 Análise do último mês: o Índice FipeZap, que acompanha o comportamento do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades brasileiras, apresentou elevação de 0,48% em dezembro em 2021, após alta de 0,53% em novembro. Comparativamente, a expectativa do mercado para a variação do IPCA/IBGE de dezembro de 2021 é de alta de 0,68%, segundo informação divulgada no último Boletim Focus do Banco Central do Brasil* – resultado que, caso efetivado, representará uma queda real de 0,20% no Índice FipeZap. Individualmente, 47 das 50 cidades monitoradas pelo índice apresentaram aumento nominal de preço de venda de imóveis residenciais, sendo que em 24 delas a variação apurada pelo índice superou a inflação esperada para dezembro. Em termos de magnitude, as altas mais expressivas no último mês foram registradas em: Balneário Camboriú (+2,94%), São José (+2,70%), São José dos Campos (+2,55%), Vila Velha (+2,36%), Maceió (+2,17%), Pelotas (+2,02%), Florianópolis (+1,56%), Itapema (+1,29%), Curitiba (+1,25%) e Goiânia (+1,13%). Levando-se em conta apenas os resultados para as 16 capitais incluídas no índice, apenas Manaus apresentou recuo no preço dos imóveis residenciais (-1,14%), contrapondo-se às altas apuradas em: Maceió (+2,17%), Florianópolis (+1,56%), Curitiba (+1,25%), Goiânia (+1,13%), Vitória (+1,10%), João Pessoa (+0,89%), Campo Grande (+0,86%), Fortaleza (+0,75%), Brasília (+0,51%), Recife (+0,42%), Porto Alegre (+0,37%), São Paulo (+0,36%), Belo Horizonte (+0,30%), Salvador (+0,20%) e Rio de Janeiro (+0,20%).

Análise de 2021: com os últimos resultados do ano, o Índice FipeZap encerrou 2021 com alta acumulada de 5,29% – o maior avanço desde 2014, período em que os preços dos imóveis residenciais apresentação uma elevação nominal de 6,70%. Na comparação com a inflação acumulada pelo IPCA/IBGE em 2021 (+9,28%)*, todavia, a alta nominal do Índice FipeZap se traduz em uma queda de 3,66% em termos reais. Na ótica desagregada, apenas 3 das 50 cidades monitoradas encerraram o ano com recuo nominal no preço médio de venda de imóveis residenciais: Santos (-2,07%), Campinas (-0,44%) e Niterói (-0,36%). Entre as outras 47 cidades, apenas 17 apresentaram alta superior à inflação acumulada no ano, sendo as mais expressivas em: Itajaí (+23,77%), Itapema (+23,57%), Balneário Camboriú (+21,21%), Vila Velha (+20,24%), Vitória (+19,86%), Maceió (+18,50%), São José (+18,16%), Florianópolis (+15,74%), Curitiba (+15,41%) e Goiânia (13,70%). Considerando-se apenas as 16 capitais incluídas no Índice FipeZap, por sua vez, todas encerraram o ano com elevação nominal no preço de venda, embora apenas 6 delas tenham apresentado uma variação superior à inflação: Vitória (+19,86%), Maceió (+18,50%), Florianópolis (+15,74%), Curitiba (+15,41%), Goiânia (+13,70%) e Manaus (+9,48%). Em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador, as altas acumuladas em 2021 foram de 5,54%, 4,13%, 3,06%, 2,16% e 1,57%, respectivamente.


■ Preço médio de venda residencial: com base na amostra de anúncios de imóveis residenciais para venda em dezembro de 2021, o preço médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo Índice FipeZap foi de R$ 7.874/m². Entre elas, os maiores valores médios foram apurados em: São Paulo (R$ 9.708/m²), Rio de Janeiro (R$ 9.650/m²), Balneário Camboriú (R$ 9.358/m²), Itapema (R$ 8.856/m²), Brasília (R$ 8.788/m²), Florianópolis (R$ 8.582/m²), Vitória (R$ 8;562/m²). Já a lista com as cidades com menor preço médio de venda para imóveis residenciais incluiu: Betim (R$ 3.091/m²), São José dos Pinhais (R$ 3.788/m²), Pelotas (R$ 3.914/m²/m²), São Vicente (R$ 4.047/m²), Ribeirão Preto (R$ 4.147/m²), São Leopoldo (R$ 4.171/m²) e Londrina (R$ 4.206/m²), além das capitais: Campo Grande (R$ 4.569/m²), João Pessoa (R$ 4.893/m²) e Goiânia (R$ 5.114/m²).


Nota: (*) informação publicada no Boletim Focus do Banco Central do Brasil em 03/01/2022. A variação real do Índice FipeZap será efetivamente conhecida apenas após a divulgação do IPCA efetivo de dezembro/2021 pelo IBGE

Vedacit Labs abre inscrições para o 5º ciclo de aceleração de startups

O maior Programa de Inovação para a construção civil, o Vedacit Labs, está com inscrições abertas até dia 31 de janeiro para o 5º ciclo de aceleração. Desde 2019, foram mais de 1.300 startups inscritas e 17 aceleradas, com investimentos de mais de R$2 milhões em projetos que utilizam a tecnologia e a sustentabilidade em todo o ciclo de vida das edificações. 

As participantes, além de receberem investimento para custeio dos pilotos, também contam com uma rede de mentoria referência de mercado e conexões com parceiros e fornecedores. Tudo isso com a chancela da Trutec.

“Todas as startups precisam de escala para tirar as boas ideias do papel e se tornar um grande negócio. É isso que a Trutec, por meio do Labs, possibilita. Com mentorias, investimentos e todas as skills, o programa permite que os empreendedores se conectem com potenciais clientes e parceiros, gerando maior receita para o negócio. Outro ponto fundamental é o acesso a outras soluções e o selo de qualidade da Trutec by Vedacit” afirma Alexandre Quinze, CEO da Trutec. 

Para este 5º ciclo, o Programa busca construtechs e proptechs que atendam os seguintes desafios: 

– Sustentabilidade: soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável em todo o ciclo de vida da obra.

– Tecnologias para execução: startups que utilizem tecnologia para aumentar a velocidade, produtividade e eficiência de obras.

– Uso, operação e manutenção das edificações: tecnologias que contribuam para a gestão eficiente nas etapas de pós-chave e pós-obra. 

– Conecte sua startup: soluções inovadoras que contribuam para a transformação da construção civil.

Para a seleção serão avaliados os seguintes critérios: potencial de mercado, tecnologia utilizada, maturidade do plano de negócios e perfil dos empreendedores. O Pitch Day com as finalistas acontecerá em março e as escolhidas iniciarão o Programa no mesmo mês. 

O Programa de Inovação Aberta é gerido pela Trutec, primeiro ecossistema de soluções voltadas para a construção civil que tem como objetivo transformar a indústria por meio da tecnologia e inovação. As startups participantes ainda poderão ser convidadas a fazer parte do portfólio.  

Atualmente, cinco startups que já passaram pelo Labs – ConstruCode, Construct IN, Elixir AI, Construflow e James Tip – fazem parte do portfólio da Trutec. Duas delas foram destaques no TOP 100 OPEN Startups de 2021, sendo as mais cobiçadas do mercado corporativo. As startups Predialize, Prevision, e Pix Force aceleradas pelo Labs também receberam destaque no ranking. 

Acesse: https://trutec.com.br/vedacitlabs/

Consumidor do futuro na construção civil: mais veloz, mais atento, autêntico e exigente

Por Thiago Kuntze, economista, sócio e diretor comercial da Construtora e Incorporadora Pride

Mais do que nunca, vimos que estamos todos conectados. Os últimos dois anos nos mostraram a força que tem a internet e o quanto nós, brasileiros, a consumimos. Segundo o relatório ‘Internet of Things’, divulgado pela Ericsson em 2019, no próximo ano, em torno de 29 bilhões de dispositivos estarão ativos, o que representa três vezes a população humana.

Toda essa conectividade nos levou a pesquisar mais sobre empresas e produtos que estamos inclinados a consumir, avaliando temas que, por muitas vezes, deixamos passar despercebidos e que podem causar uma comoção virtual.

Essa modernidade é disseminada em diversos segmentos da economia nacional, acelerando processos que já estavam caminhando a passos tímidos até então. Dentro da Construção Civil, estamos vivendo uma revolução tecnológica e toda essa conectividade nos levou a refletir sobre quem serão os consumidores do futuro.

Quando falamos em futuro, não estamos nos referindo a 10 ou 15 anos, mas sim, agora em 2022. Percebemos que mais do que realizar sonhos, nós estamos propondo às pessoas, a construção de uma vida e, mais do que isso, de relacionamentos.

Percebemos também que cada vez mais, as pessoas estão sim interessadas em assuntos relacionados ao meio ambiente e sua preservação. Dados de uma pesquisa conduzida pela empresa WGSN, mostram que 90% das pessoas entrevistadas disseram estar inseguras quanto ao futuro da crise climática que estamos vivendo.

Desta forma, procuramos trabalhar de forma sustentável, seja ela desde o período de obras, quando investimos em logística reversa, captação de água da chuva, separação do lixo, reutilização de materiais que antes seriam jogados fora; até o momento da entrega, quando colocamos à disposição dos moradores, bicicletários, áreas arborizadas, espaços de atividades ao ar livre, torneiras com temporizadores, conscientizações sobre o uso de captação de água de chuva para limpeza de espaços comuns, painéis solares e tantos outros.

Essa movimentação do consumidor está sempre no radar das empresas. Na verdade, são eles que ditam as tendências e não nós. Com o aumento de 300% da procura de vagas em trabalho remoto nos últimos anos, adaptamos espaços em que os moradores possam trabalhar e se divertir, sem sair de casa. Os empreendimentos da Pride, por exemplo, desde o ano passado, contam com coworking, para que os moradores possam trabalhar durante o dia e a noite, o local pode se transformar em um salão de festas.  

Os imóveis ganharam funcionalidades diferentes, não são apenas casas, eles precisam ser escritórios, locais de lazer, de convivência e de socialização. Desta forma, esse novo consumidor, que é mais exigente, que procura mais e busca mais conhecimento, é também mais moderno, mais funcional. Nossos clientes hoje não procuram espaços grandiosos, mas sim que sejam a “cara” de quem ali irá morar.

O otimismo para 2022 é alto na construção civil. O setor puxou a economia no último ano, com taxas inimagináveis até então. Economicamente, é um período de números positivos. A estimativa é de que 2021 tenha sido o melhor ano para área nos últimos oito, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Somente no segundo trimestre deste ano, a projeção de crescimento foi de 2,5% para 4%, demostrando a força da construção no país.

Porém, de nada adianta números que nos animam, se não nos adaptarmos a este novo cliente, mais veloz nas buscas, mais minimalistas nas escolhas e, principalmente, sábio sobre o que busca e o que quer encontrar em seu novo lar

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Varejo da construção deve fechar 2021 com 28% de crescimento

Em 2020, após os efeitos iniciais da pandemia em março e abril, os consumidores voltaram a atenção para suas casas e a demanda por obras e reformas atingiu um alto patamar. O setor conviveu com ajustes em toda a cadeia da construção e se preparou para bons resultados em 2021. A expectativa de crescimento de faturamento para o ano se concretizou, mas foi puxada principalmente por preço e não por volume. Os resultados para o ano, no entanto, são superiores aos patamares pré-pandemia. São essas as conclusões de um compilado de estudos e pesquisas da Juntos Somos Mais, detentora do maior ecossistema de construção civil do país e que aponta também um crescimento de 11% para 2022.

Quando a pandemia mostrou que haveria um impacto no Brasil em abril de 2020, veio uma sensação de extremo pessimismo para indústrias e varejistas da construção civil. O setor foi mais impactado que a média na crise econômica de 2015 e 2016, quando o PIB do Brasil caiu quase 7% e o PIB da construção civil caiu aproximadamente 20% no mesmo período. Por conta disso, a pesquisa Juntos Somos Mais, realizada em abril/20 com as indústrias participantes do seu ecossistema, apontou que 92% indicavam que 2020 seria pior que 2019. No entanto, ao final de 2020, a percepção havia se alterado e 89% indicaram que 2020 foi melhor que 2019. No mesmo passo, também 89% indicaram que 2021 seria melhor do que 2020. À medida que o ano de 2021 se aproxima do final, o otimismo se sustenta e 67% das indústrias indicam que o faturamento em 2021 deve crescer por volta de 20% versus 2020 e o volume em torno de 10% — mostrando que boa parte do crescimento deste ano foi impulsionado por aumentos de preço e não de volume.

A área de Inteligência de Mercado da Juntos Somos Mais, startup de tecnologia fruto de uma joint venture entre Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre, também fez projeções considerando o desempenho do setor na Pesquisa Mensal do Comércio divulgada mensalmente pelo IBGE. “A estimativa é que o setor de materiais de construção termine o ano com crescimento de 5% em volume, mas aumento maior, por volta de 28%, no faturamento devido ao efeito da inflação do setor”, afirma Ivan Ormenesse, responsável pela área na startup. Na comparação 2020 contra o ano anterior, estes indicadores apontam para crescimento de 11% em volume e 17% em faturamento. A diferença entre faturamento total e volume em 2021 é corroborada quando avaliado o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) que aponta aumento de 14,3% no acumulado de 12 meses em novembro e 22,1% quando analisado apenas o componente de materiais e equipamentos (desconsiderando serviços).

Em 2020, estudo da Juntos Somos Mais apontou que 75% do crescimento era justificado pelo auxílio emergencial. A redução do auxílio em 2021 juntamente com aumento de inflação e liberação mais ampla do comércio (antes restrito a itens essenciais que incluíam materiais de construção) colaboraram para o crescimento menor no varejo da construção apontado acima. Apesar das reduções, o setor opera em patamares superiores a 2019 conforme ilustrado pelos dados de consumo de cimento de julho a outubro de 2021 que apresentaram um aumento de 17,2% vs. o mesmo período de 2019.

E no segmento imobiliário…

O setor imobiliário, que depois “puxa” o consumo no varejo da construção, tem mantido bons resultados em 2021. De acordo com a ABRAINC, foram vendidas 97,3 mil unidades entre janeiro e agosto de 2021, um número 14,6% maior do que no mesmo período de 2020 e 39,2% maior do que em 2019. Também foram lançadas 78,9% mil unidades, 49,4% mais imóveis do que no mesmo período do ano anterior. O valor total financiado até outubro cresceu 85,4% frente ao mesmo período do ano passado, de acordo com a ABECIP. As construtoras estiveram com níveis de ocupação acima de 70% durante todo ano de 2021, alcançando 76% em outubro, de acordo com o NUCI-FGV.

O cenário macroeconômico com alta da inflação e aumento da taxa de juros, que recém subiu para 9,25% vs 2,00% no auge da pandemia, torna o financiamento de imóveis menos atrativo para o consumidor final e gera mais incertezas para o varejo da construção. Aumentos no custo do gás e dos combustíveis podem seguir pressionando as indústrias a repassarem seus custos adiante na cadeia. O programa Casa Verde e Amarela do Governo Federal tem sofrido com este aumento e as vendas, até setembro de 2021, foram 14% menores do que as do mesmo período de 2020.

E o que esperar de 2022?

Apesar dos ventos contrários e de toda a instabilidade causada pelo período eleitoral, o setor no geral está otimista para 2022: o índice de confiança da FGV, em outubro de 2021, ficou em 96.1, nível mais alto desde fevereiro de 2014. A pesquisa da Juntos Somos Mais com as indústrias participantes no seu ecossistema indica que as indústrias esperam crescimento por volta de 10% em faturamento em 2022, sendo que 38% esperam crescimento maior de 10%, outros 38% esperam crescimento de até 10% e os demais 25% esperam manutenção ou redução de até 10%. Outro estudo realizado com proprietários de lojas de materiais de construção pela Juntos Somos Mais conduzido em novembro de 2021, mostra que 46% das lojas tiveram crescimento no faturamento no ano, sendo que 32% indicaram crescimento de até 20% e outros e 14% crescimento superior à 20%, enquanto 33% reportaram queda no faturamento. Para 2022, o mesmo estudo indica que 76% dos proprietários esperam crescimento, sendo que 22% esperam crescimento acima de 20%, 54% crescimento de até 10% e apenas 8% esperam redução no faturamento.

“Historicamente o setor da construção civil é mais impactado com as instabilidades econômicas do que a economia em geral, e, apesar de em 2021 não ter apresentado o mesmo crescimento que tivemos em 2020, foi um ano positivo. Os números mostram a resiliência de um setor que se adapta rapidamente e consegue crescer mesmo em momentos de adversidade”, aponta Antonio Serrano, CEO da Juntos Somos Mais. Para 2022, a empresa trabalha com números de 11% de crescimento em receita e 2% de crescimento em volume para o varejo de material de construção.