Estudo inédito da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) revela que o déficit habitacional no Brasil caiu 1,5% entre 2017 e 2019. O país atingiu déficit de 7,797 milhões de moradias no ano passado, ante 7,918 milhões registrados em 2017. A queda foi puxada pela redução de 9,3% no número de habitações precárias no país, que recuaram de 963 mil para 874 mil entre os anos.
“A queda reflete o efeito das políticas públicas para expansão popular no país, com foco na redução do déficit para família mais pobres. É importante que o Estado brasileiro tenha acesso a esse tipo de informação para tomar decisão de seguir subsidiando a construção de habitação popular no país”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França.
O Nordeste foi a região com a maior queda no déficit nos últimos 15 anos. A região passou de um déficit de 2,8 milhões de moradias, em 2004, para 2,3 milhões em 2019. Enquanto no Sudeste, a carência por moradias subiu de 2,9 milhões de unidades (2004) e 3,1 milhões (2019).
A pesquisa mostra, ainda, crescimento de 2% na categoria chamada “ônus excessivo com aluguel”, ou seja, a locação residencial por famílias com renda de até três salários mínimos que comprometem mais de 30% do rendimento mensal para morar. A modalidade representa 3,345 milhões de moradias do déficit habitacional do país em 2019, ante 3,279 milhões em 2017.
O estudo indica haver uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030, considerando o crescimento médio de 3% na formação de novas famílias. Com destaque para famílias com renda de entre 3 e 10 salários mínimos precisarão de 14,4 milhões de residências. Famílias com renda de até três salários mínimo, que vão demandar 13 milhões de novos domicílios. Já aquelas com mais de 10 salários de renda, 3,3 milhões de habitações.