As vendas de novos imóveis cresceram 12,2% de janeiro a novembro do ano passado. Ao todo, 146.412 novas unidades foram comercializadas no período. Os dados fazem parte do levantamento realizado com 18 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
Apesar de contabilizar apenas 11 dos 12 meses do ano passado, o resultado já foi suficiente para estabelecer um novo recorde anual da série histórica dos indicadores ABRAINC-FIPE, ao superar em 1,9% os 143.576 empreendimentos negociados durante todo o ano de 2021, e já implica em um crescimento nas vendas do setor no ano passado, independentemente dos resultados de dezembro.
Nos 11 meses, os empreendimentos do programa Casa Verde Amarela (CVA) representaram a maior parte do mercado residencial comercializado no Brasil (67,7%) com um total de 99.244 unidades vendidas. Ao tempo, as 43.636 unidades do segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) corresponderam a 29,8% das vendas. Os demais 3.532 (3,5%) são de outros segmentos.
Ainda de janeiro a novembro de 2022, a entrega de novos imóveis teve uma elevação de 4,5% e 74.319 foram entregues no período. Deste total, 64.629 foram de imóveis do CVA, 8.726 de MAP e 1.004 de diferentes tipos.
Distratos – A baixa relação entre distratos e vendas de unidades é outro ponto a se destacar. Nos 11 meses de 2022, essa relação atingiu o menor patamar da série histórica e foi de foi de 9,3%, o que representou uma queda de 2,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2021. Para efeito de comparação, no fim de 2018, quando foi publicada a Lei nº 13.786/18 (Lei do distrato imobiliário), que estabeleceu parâmetros para a resolução de contrato de compra e venda de imóveis por desistência e por inadimplemento das partes, a relação distratos/vendas entre os imóveis de Médio e Alto Padrão era próxima dos 50% e garante segurança para todos, especialmente aos compradores do empreendimento que terão seu imóvel entregue.
O presidente da ABRAINC, Luiz França, avalia que o setor deve continuar com um bom desempenho, gerando empregos e contribuindo para que muitos brasileiros possam realizar o sonho da casa própria. Ele lembra que o consumidor brasileiro segue em busca de um novo imóvel, seja para sair do aluguel ou para investir. Um levantamento feito pela Brain Inteligência Estratégica com 1.200 pessoas, em todo o Brasil, retrata isso e indica que 31% dos entrevistados desejam adquirir um novo imóvel. “O Brasil tem uma pirâmide etária ainda jovem se comprado a outros países, o que implica em uma alta taxa de formação de famílias nos próximos anos, cerca de 1,1 milhão por ano, e tudo isso reflete em uma forte demanda ao setor. Esperamos, inclusive, que o retorno do programa Minha Casa Minha Vida amplie o acesso a moradia as famílias mais carentes, contribuindo no combate ao déficit habitacional e na inclusão social para a população de menor renda”, finaliza o executivo.