Com investimento estimado em US$ 32 milhões, a Resia — empresa americana do grupo MRV&CO — inicia nos próximos meses a construção de uma fábrica de componentes pré-moldados, em Panamá City, no norte da Flórida. A estrutura de 20 mil metros quadrados será erguida em uma área de 5 hectares e deve iniciar as operações em 2024.
Banheiros, cozinhas, closets e até mesmo paredes serão confeccionadas na futura fábrica. Todos esses itens já chegarão aos canteiros de obras concluídos, com instalações elétricas, hidráulicas, itens de marcenaria, e os acabamentos. O objetivo é tornar a produção ainda mais célere e driblar um problema que atinge em cheio a construção civil americana: a escassez de mão de obra, o que encarece significativamente os custos dos empreendimentos por lá.
A expectativa com a fábrica é que sejam produzidas de 18 mil a 20 mil composições por ano. Para tanto a empresa investirá na sua automação, englobando um amplo sistema de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica, metodologia tridimensional (BIM) e outros elementos da Industria 4.0 — algo inovador em um segmento tão marcado por processos muito artesanais.
“A construção modular é algo que está presente em todos os empreendimentos da Resia. Essa metodologia permite à empresa construir condomínios de apartamentos bem mais rápido do que de costume”, destaca Ernesto Lopes, presidente e CEO da Resia.
Atualmente, a empresa depende de fornecedores externos para produzir esses módulos — também chamados de POD´s (por conta da disposição com que essas estruturas se encaixam e são protegidas, como cápsulas). “Ao tomar para si essa responsabilidade, teremos ganhos em termos de custos, competitividade e, sobretudo, a possibilidade de ampliar nossa produção a patamares que acompanhem o processo de expansão da marca”, explica
Em paralelo, a empresa também busca parcerias com universidades locais, a fim de aprofundar estudos técnicos e captar mão-de-obra qualificada. “Há cerca de um ano, criamos um departamento exclusivo de inovação, dedicado justamente ao aprimoramento da nossa linha de construção. Queremos agora fortalecer ainda mais esse trabalho e alcançar um modelo altamente eficiente e sustentável para todas as etapas dos processos. O suporte das instituições de ensino com certeza será fundamental para alcançarmos esse objetivo” afirmam Osvaldo Marchante CAO, e a diretora de Inovacao e desenvolvimento de produtos, Selma Rabelo, principais responsável pelo projeto.
A incorporadora — que atua exclusivamente no mercado de locação de imóveis — contabiliza atualmente mais de 5.000 unidades em desenvolvimento em áreas metropolitanas de rápido crescimento na Flórida, Texas, Geórgia — e tem planos para Colorado, D.C. e Arizona. A meta é entregar 8 mil novas unidades de apartamentos anualmente até 2025.
Saiba mais
Com dez anos de operações nos Estados Unidos, a Resia vive atualmente o maior processo de expansão de sua história. A empresa constrói empreendimentos exclusivos para locação, mirando a classe média americana (famílias que ganham de US$45 mil a US$85 mil/ano).
A razão deve-se ao imenso mercado de locação de imóveis. Pesquisas apontam que 1/3 dos americanos (mais de 100 milhões de pessoas) mora de aluguel — e faltam opções que se adequem às mais variadas demandas desse enorme contingente da sociedade.
“Há uma falta muito grande de ofertas de locações com preços acessíveis nos grandes centros de trabalho. Nesse contexto, a Resia se destaca como uma alternativa vantajosa, por reunir diferenciais que estão pouco presentes no mercado imobiliário atual. Nós exploramos áreas que não são centrais, mas que têm proximidade a meios de transporte público ou acesso direto e fácil às vias de alta velocidade. Os imóveis são novos, com acabamentos de alta qualidade, em localizações estratégicas, que atendem muito bem a demanda das famílias, a preços competitivos e com a oferta de áreas de lazer”, explica Rabelo.
Os empreendimentos da marca reúnem apartamentos de 1, 2 e 3 dormitórios (com áreas de 60 m², 85 m² e 100 m², respectivamente). Todos os condomínios contam com ‘edifícios de lazer’, que funcionam em áreas contíguas aos prédios e oferecem estrutura semelhante à de clubes, com sede social, piscinas, academia, quadras e serviços diversos.
A estandardização dos projetos, que são todos modulados e multiplicáveis, garante velocidade às obras e a combinação de diferentes padrões de unidades, conforme a demanda do mercado e características de cada terreno. Desta maneira, são produzidos apartamentos de 1, 2 e 3 quartos na mesma planta, com 12, 16 ou até 20 unidades por andar, gerando edifícios de 3 a 12 pavimentos. Tudo isso de forma modulada, com base em células que se combinam para a otimização de cada projeto.
A partir da construção da futura fábrica, a expectativa é acelerar ainda mais esses processos, gerando ganhos significativos, seja de tempo, seja de mão-de-obra, de modo a assegurar a expansão de mercado planejada para os próximos anos.