O mercado imobiliário residencial apresentou uma retração do índice de vendas no último trimestre de 2021 e as expectativas indicam que o ano de 2022 pode ser um pouco menos aquecido do que anterior. Essas são algumas das conclusões da 4ª edição do Indicador de Confiança do setor imobiliário residencial, realizado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo. A pesquisa revela, ainda, que os preços aumentaram no 4º trimestre do ano passado, mantendo a tendência de alta, que pode ainda ser reflexo de custo e certa manutenção na procura por imóveis. Apesar da cautela em relação às vendas, o segmento deve seguir com o planejamento para os lançamentos em 2022.
Os dados, apurados entre de 20 de janeiro a 13 de fevereiro, junto a 55 empresas construtoras e incorporadoras, revelam também que no 4º trimestre do ano a demanda geral da procura de imóveis se manteve após leve retração no período anterior. A procura por imóveis do segmento Casa Verde e Amarela (CVA) foram menos aquecidas, já que as condições de financiamento no último período do ano não estiveram tão favoráveis quanto em meses anteriores. No último trimestre de 2021 houve leve redução nas vendas de imóveis residenciais, sobretudo para Médio e Alto Padrão (MAP). A curto e médio prazos o empresariado do segmento imobiliário residencial espera a manutenção nas vendas.
Para o presidente da ABRAINC, Luiz França, as expectativas favoráveis em relação aos lançamentos e aquisição de terrenos são indicativos positivos para o setor. “Eles nos mostram que os empresários esperam manter o ritmo do negócio ao invés de reduzi-lo, apesar, é claro, da cautela exigida pelo momento econômico. Ainda assim, a expectativa de elevação de preços dos imóveis deve aquecer o mercado e trazer mais oportunidades para todos. No geral, os empresários sinalizam que o desempenho do setor neste ano deve ser similar ao de 2021”, destaca.
O levantamento usa uma metodologia diferenciada para interpretar os resultados e facilitar a leitura entre os trimestres. Desse modo, os percentuais de respostas foram transformados em notas variando de 1 (para forte redução) a 3 (para forte aumento) e cada segmento foi classificado dentro desse padrão. As respostas dos participantes da pesquisa indicaram se houve redução, manutenção ou aumento em relação ao trimestre anterior para os itens procura, vendas, e preços dos imóveis. Além da variação do trimestre apurado, os respondentes indicam as expectativas.
Indicador de confiança do setor imobiliário residencial
“Nesta edição do indicador encontramos um cenário de maior cautela e expectativas de médio e longo prazo mais moderadas. Existem, por outro lado, pontos positivos para o setor em 2022, como a continuidade dos planos de lançamento de imóveis e a aquisição de terrenos pela maior parte das empresas para futuros empreendimentos, mesmo que com mais moderação”, destaca Claudia Baggio, sócia de Financial Advisory e líder da prática de Real Estate da Deloitte.
Resultados do 4º trimestre e expectativas:
Procura de imóveis (Nota 1,84 = Manutenção). A demanda geral (CVA + MAP) se manteve no período, após leve retração no trimestre anterior. A procura por imóveis do segmento Casa Verde e Amarela (CVA), por sua vez, foram ainda menos aquecidas, já que as condições de financiamento no último período do ano não estiveram tão favoráveis quanto em meses anteriores.
Vendas (Nota 1,79 = Redução). No 4º trimestre houve leve redução nas vendas de imóveis residenciais, sobretudo para MAP. A curto e médio prazos, o empresariado do segmento imobiliário residencial espera manutenção nas vendas.
Expectativas para vendas (Nota 1,92 = Manutenção). Para o 1º trimestre de 2022, o empresariado do setor imobiliário residencial espera manutenção nas vendas. Para os próximos 12 meses, a expectativa também é de manutenção, com nota 1,89.
Preço de imóveis (Nota 2,63= Forte Aumento). Os preços dos imóveis registraram alta no trimestre em relação ao período anterior, principalmente no segmento de CVA. Para o início de 2022 e, também, em longo prazo, há expectativa de contínuo aumento dos preços.
Expectativa para os preços dos imóveis (Nota 2,53 = Aumento). As expectativas para os preços dos imóveis residenciais seguem com forte aumento para o 1º trimestre de 2022, para os próximos 12 meses (nota 2,81/ forte aumento) e para os próximos cinco anos (nota 2,96/ forte aumento).
Expectativa para lançamento de novos empreendimentos. A expectativa de lançamento de empreendimentos para os próximos três a 12 meses é positiva: 97% no geral (CVA+MAP) — sendo 97% para o segmento CVA e 98% para MAP.
Expectativa de aquisição de terrenos para empreendimentos residenciais. A maior parte (74%) das empresas também deve adquirir terrenos entre os próximos três a 12 meses para futuros empreendimentos — sendo 72% para CVA e 76% MAP.
Metodologia da pesquisa
O indicador de confiança do setor imobiliário residencial do 4º trimestre de 2021, realizado pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, em parceria com a ABRAINC, contou com a participação de 55 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, divididas nos seguintes segmentos: 26% Casa Verde amarela (CVA), 41% Médio e Alto Padrão (MAP) e 33% atuantes em ambos os segmentos. O levantamento, realizado entre 20 de janeiro e 13 de fevereiro de 2022 ouviu executivos de alto escalão (C-Level) das empresas participantes.