Setor imobiliário residencial tem melhora na expectativa de lançamentos e crescimento nas vendas no 3º trimestre, aponta indicador da Deloitte com ABRAINC

Os preços dos imóveis residenciais permaneceram em alta no terceiro trimestre de 2022, com crescimento de 10,3% em relação ao período anterior, mas foi o menor aumento da série histórica do Indicador de Confiança do setor Imobiliário Residencial, realizado pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo. A maior taxa de crescimento do índice geral foi no 2º trimestre de 2021, com alta de 23% frente ao período anterior.

A nova edição da pesquisa, realizada com 45 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial entre 30 de setembro e 16 de outubro revela, ainda, que a procura e as vendas de imóveis obtiveram crescimento neste trimestre, com o segmento CVA (Casa Verde e Amarela) puxando ambos os indicadores. A recuperação dos setores econômicos e a redução de impostos em itens essenciais contribuiu para este cenário. Houve queda da inflação e leve recuperação do poder de compra da população – o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 7,2% no acumulado em 12 meses até setembro. O cenário para os próximos três a 12 meses, a expectativa de lançamentos de imóveis e de aquisição de terrenos apresentou elevação.

O índice de procura por imóveis apresentou crescimento expressivo para o segmento CVA neste trimestre, superando os níveis do 2º trimestre de 2021 e ultrapassando os de imóveis MAP (Médio e Alto Padrão). Por sua vez, a demanda por MAP obteve recuperação em relação ao trimestre anterior, interrompendo o movimento de queda dos últimos trimestres.

Já o índice de vendas geral apresentou expressivo crescimento, sustentado principalmente por CVA, que devem permanecer elevadas nos próximos trimestres. Como identificado na procura, o desempenho de vendas de imóveis do segmento de MAP também foi positivo com a interrupção do movimento de queda. A longo prazo, as vendas de CVA tendem a descolar ainda mais do MAP.

A expectativa para lançamentos de imóveis, em geral, registrou aumento neste trimestre frente ao anterior, reflexo da recuperação do segmento CVA. No entanto, a expectativa de lançamentos de MAP, mesmo que elevada, registrou leve redução em relação ao 2º trimestre. Em geral, houve melhora na expectativa de empresas que pretendem adquirir terrenos para futuros empreendimentos de imóveis residenciais. Houve crescimento de 15 pontos percentuais em relação ao 4º trimestre do ano passado e é a segunda maior taxa da série histórica.

Para o presidente da ABRAINC, Luiz França, os indicadores do levantamento mostram o bom momento do setor e evidenciam um processo de melhora na economia ao longo de 2022. “Com o arrefecimento nos custos de construção e um crescimento na renda das famílias, aumentou a expectativa positiva para lançamentos de novos empreendimentos nos próximos meses, o que indica que os players do setor se mantêm confiantes no mercado e enxergam boas perspectivas para o crescimento do setor em 2023”, afirma o dirigente.

O levantamento usa uma metodologia diferenciada para interpretar os resultados e facilitar a leitura entre os trimestres. Desse modo, os percentuais de respostas foram transformados em notas variando de 1 (para forte redução) a 3 (para forte aumento) e cada segmento foi classificado dentro desse padrão. As respostas dos participantes da pesquisa indicaram se houve redução, manutenção ou aumento em relação ao trimestre anterior para os itens procura, vendas, e preços dos imóveis. Além da variação do trimestre apurado, os respondentes indicam as expectativas.

Indicador de confiança do setor imobiliário residencial

“Após um segundo trimestre de manutenção de mercado, o que é bom considerando todo o contexto de alta de preços que vive o País e o mundo, houve uma recuperação do setor imobiliário residencial, com melhores indicadores de vendas, de procuras por imóveis e de expectativas de lançamentos de empreendimentos. Apesar do cenário continuar cauteloso, há melhores perspectivas por conta dos índices mencionados”, destaca Claudia Baggio, sócia de Financial Advisory e líder da prática de Real Estate da Deloitte.

Resultados do 3º trimestre e expectativas:

Procura de imóveis (Nota 2,26 = Aumento). Houve aumento da demanda por imóveis residenciais no 3º trimestre em relação ao trimestre passado. Esse movimento ocorreu, principalmente, devido ao bom desempenho da demanda pelo segmento Casa Verde a Amarela (CVA), enquanto o segmento de Médio e Alto padrão (MAP) apresentou manutenção na procura nesse trimestre.

Vendas (Nota 2,25 = Aumento). Acompanhando o cenário positivo para a demanda, no geral, houve aumento das vendas no 3º trimestre, com destaque para CVA, enquanto MAP registrou manutenção. Avaliando cenários futuros, as empresas do setor imobiliário residencial apresentam perspectiva de manutenção nas vendas do próximo trimestre e de aumento em 12 meses.

Expectativas para vendas (Nota 2,16 = Manutenção). Os executivos do setor imobiliário residencial esperam manutenção nas vendas para o 4º trimestre de 2022 (nota = 2,16), e aumento nos próximos 12 meses (nota = 2,54).

Preço de imóveis (Nota 2,66= Forte Aumento). No geral, os preços de imóveis continuam em alta no 3º trimestre. Em comparação à pesquisa anterior, houve leve redução na expectativa de aumento de preços em curto e longo prazos, mas ainda em patamares bastante elevados.

Expectativa para os preços dos imóveis (Nota 2,56 = Aumento)As expectativas para os preços dos imóveis residenciais seguem com aumento para o 4º trimestre do ano (2,56), com forte aumento para os próximos 12 meses (nota 2,83) e para os próximos cinco anos (nota 2,92).

Metodologia da pesquisa

O indicador de confiança do setor imobiliário residencial do 3º trimestre de 2022, realizado pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, em parceria com a ABRAINC, contou com a participação de 45 empresas construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, divididas nos seguintes segmentos: 29% Casa Verde amarela (CVA), 38% Médio e Alto Padrão (MAP) e 33% atuantes em ambos os segmentos. O levantamento, realizado entre 30 de setembro e 16 de outubro de 2022 ouviu executivos de alto escalão (C-Level) das empresas participantes.