Levantamento promovido pela Ramboll Brasil, braço nacional de uma das maiores consultorias ambientais do mundo, com base no Relatório de Áreas Contaminadas e Reabilitadas da CETESB, revelou que a descontaminação e a reabilitação de locais contaminados podem abrir um novo caminho para o setor imobiliário paulista. Nesse cenário, merecem destaque o bairro de Jurubatuba (entre Interlagos e Santo Amaro) em São Paulo, e os municípios de Guarulhos, Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul, Mauá e Diadema, na Região Metropolitana.
Segundo o relatório, emitido em dezembro de 2020, o Estado de São Paulo possui 6.434 áreas cadastradas pela CETESB como Áreas Contaminadas e Reabilitadas dos quais 55% são localizados na Região Metropolitana. Cerca de 70% das áreas contaminadas ou reabilitadas, em todo Estado, são postos de combustível e 20% são áreas industriais.
“Em 16% dos casos, são áreas nas quais ocorreu ou está sendo planejada a reutilização, com mudança de uso tipicamente de industrial para residencial ou comercial. Em muitos casos, estas antigas áreas industriais possuem grande vocação residencial, de tal forma que o potencial imobiliário é um incentivo financeiro para a reabilitação destes locais degradados”, explica Gerd Van den Daele, Líder em investigação e remediação ambiental na Ramboll Brasil.
Contudo, conforme destaca Van den Daele, é importante que essa descontaminação seja feita de forma correta, para não trazer riscos futuros para as pessoas e meio ambiente. “Essas áreas foram contaminadas por uma grande variedade de produtos, como combustíveis, compostos aromáticos, solventes halogenados, metais, metano, entre outros. Para descontaminar esses locais, é necessário que se usem tecnologias adequadas e com foco em sustentabilidade, com um balanço entre os aspectos ambientais, sociais e econômicos”, explica.