Em fevereiro, o número de casas e apartamentos vendidos na cidade de São Paulo foi 76,1% maior que o apurado em janeiro. O percentual foi registrado pela Pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP) feita com 276 imobiliárias da Capital.
O resultado surpreendeu os analistas, pois em janeiro, o desempenho das vendas havia sido 47,64% inferior ao alcançado em dezembro de 2020. No entanto, os números acompanham a tendência de alta já apresentada pelo segmento de imóveis novos e de lançamentos.
“As medidas restritivas no comércio não afetaram o desejo dos compradores. Eles apenas buscaram alternativas, como a procura pelos imóveis pela internet, as visitas virtuais e a assinatura digital dos contratos. Mas os negócios continuaram acontecendo e com uma velocidade ainda maior do que a percebida no final do ano passado”, comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.
Viana também falou sobre as facilidades na obtenção de crédito como um incentivo a mais para a aquisição do imóvel. “A Abecip – Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança – divulgou que, em fevereiro, 50,6 mil unidades foram financiadas, totalizando R$ 12,5 bilhões em financiamento habitacional, o que é quase o dobro do que foi concedido em fevereiro de 2020. Isso, sem dúvida, contribuiu para que os negócios reagissem dessa maneira na Capital paulista.”
A participação das casas foi de 34,58% e dos apartamentos de 65,42% do total vendido. E no que se refere aos preços do m² dos imóveis negociados pelas imobiliárias consultadas, percebeu-se uma queda de 4,17% na comparação com janeiro, em média – passaram de R$ 6.075,18 para R$ 5.821,81.
O segmento de locações segue em tendência de alta desde o início do ano. Em janeiro, o índice de venda de casas e apartamentos havia sido 25,84% maior que o de dezembro. E em fevereiro, o percentual aumentou 4,59% na comparação com o mês anterior. Os valores dos aluguéis também subiram: estão, em média, 8,47% mais caros em fevereiro – de R$ 1.739,41 para R$ 1.886,86.
Crédito imobiliário em alta
Somadas as vendas financiadas pela CAIXA e pelos demais bancos públicos e privados, o crédito imobiliário respondeu por 58,88% dos negócios realizados. A modalidade à vista veio na sequência, com 39,25%; e o financiamento direto com o proprietário, com 1,87%. Não foram relatadas vendas feitas por meio de consórcios na Capital, em fevereiro.
Para a realização das vendas, os descontos concedidos variaram de 6,75%, para casas e apartamentos situados na Zona E (de bairros como Itaquera e Capão redondo) a 17%, para os imóveis da Zona D (de bairros como Sapopemba e Socorro).
A Zona B (bairros como Aclimação e Pompéia), onde os descontos chegaram a 10,25%, foi a região em que houve o maior número de vendas realizadas, com 42,06% do total.
Casas e apartamentos na faixa de valor até R$ 400 mil responderam pela maioria das vendas (51,40%). De acordo com a Pesquisa CRECISP, 78% das casas e apartamentos vendidos tinham padrão de construção médio, com edifícios com dois a quatro apartamentos por andar e acabamentos modestos, com esquadrias de ferro ou alumínio e armários modulados de madeira aglomerada, por exemplo.
Aumenta o número de imóveis devolvidos
O depósito em poupança de três meses de aluguel foi a garantia locatícia escolhida por 34,73% dos inquilinos de fevereiro. O fiador ficou em segundo lugar, com 30,31% dos novos contratos; o seguro fiança foi preferido por 21,96%; a caução de imóveis por 8,59%; a cessão fiduciária por 2,39% e as locações sem garantia por 2,03%.
A quantidade de chaves devolvidas pelos inquilinos em fevereiro superou em 6,44% o número de novos imóveis alugados no período. Esse percentual é 12,83% maior que o apurado em janeiro. Com relação à razão para as devoluções, 59,98% dos inquilinos alegaram motivos financeiros.
O índice de inadimplência no mês de fevereiro foi de 5,65%, o que é 13% maior que a registrada no mês de janeiro, que foi de 5%.
A Zona C, de bairros como Mooca e Santo Amaro, foi a que recebeu a maior quantidade de novos inquilinos nesse período (37,94%), seguida pela Zona D, com 26,49%. Das casas e apartamentos alugados, 60,02% tinham preço de aluguel de até R$ 1.500,00.