As vendas de imóveis usados cresceram 6,26% em setembro no Estado de São Paulo em comparação com agosto, quando tinham caído 4,98%. Com isso, houve uma elevação no acumulado positivo do ano para 45,31%, como mostrou a pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) com imobiliárias paulistas.
A pesquisa de setembro foi realizada com 967 imobiliárias de 37 cidades e trouxe outro dado positivo: o aumento do número de novas locações pelo quarto mês seguido. A alta em setembro foi de 2,96% em relação a agosto o que também elevou o saldo positivo do ano para 26,47%.
Mais da metade — 52,77% do total — das novas locações foi de imóveis com aluguel mensal de até R$ 1.000,00. Já as vendas ficaram concentradas nos imóveis com preço final de até R$ 300 mil, com 47,9% do total.
Os bons resultados desse período nos dois mercados não impactaram os preços, ao contrário. O índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci, registrou queda de 4,4%. No ano, o índice está positivo em 2,89%.
“Os resultados das pesquisas mostram um cenário positivo neste momento em que o País precisa superar a crise pós-recessão pois indicam que essas duas atividades essenciais para a vida das famílias vêm crescendo de forma sustentada”, destaca José Augusto Viana Neto. Ele enfatiza que esse crescimento sustentado está explícito no comportamento dos preços: “O índice Crecisp ficou negativo em setembro e no ano está positivo em 2,89%, praticamente empatado com a inflação de 2,59% medida pelo IPCA do IBGE, ou seja, não temos pressão da demanda sobre os preços.”
A análise que Viana Neto faz conjuga ainda como fatores de contenção dos preços a oferta volumosa de unidades à venda e para locação – “visíveis em todas as ruas de todas as cidades, pelas placas que ficam meses penduradas nas fachadas de casas e prédios” – a renda comprimida das famílias e o desemprego que atinge mais de 12 milhões de pessoas no País. “Não há um mar de rosas nesse futuro mais imediato, mas um caminho ainda com muitos espinhos a superar”, destaca.
O presidente do CreciSP ressalta que tanto a locação quanto a venda geram empregos em variados setores, de mudanças a reformas, e, no caso das vendas, impulsionam a procura por imóveis novos. “Quem vende um usado tende a comprar um novo, e esse movimento faz girar toda uma cadeia de negócios e atividades que empregam milhares de pessoas, geram renda e recursos para os caixas dos governos”, enfatiza Viana Neto.
Descontos maiores
As vendas de imóveis usados cresceram em setembro em comparação com agosto nas quatro regiões que compõem a pesquisa estadual CreciSP: Capital (+ 13,73%), Interior (+ 5,07%), Litoral (+ 1,84%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (+ 1,99%).
A pesquisa registrou, ainda, descontos maiores sobre os preços originalmente pedidos pelos proprietários de imóveis usados, outro fator de estímulo às vendas. Em bairros de áreas nobres das 37 cidades pesquisadas, o aumento foi de 39,06%, com o desconto médio subindo de 8,09% em agosto para 11,25% em setembro.
Em bairros de áreas centrais, o desconto médio teve alta de 3,27% ao passar de 8,57% para 8,85%. E na periferia, onde se concentram os imóveis mais baratos, o desconto médio aumentou 14,74%, saindo de 7,94% para 9,11%.
A maioria dos imóveis foi vendida com pagamento à vista (54,07% do total). Os que tiveram financiamento bancário somaram 41% e as vendas parceladas pelos donos dos imóveis, 3,46%. Os consórcios imobiliários responderam por 1,48%.
Casas, as preferidas
Os novos inquilinos preferiram as casas aos apartamentos. Em setembro, segundo apurou a pesquisa CreciSP, do total de imóveis alugados nas 37 cidades pesquisadas, 52,96% eram casas e 47,04% apartamentos.
Houve crescimento do número de locações novas no Interior (+ 7,66%) e no Litoral (+ 21,1%) e queda na Capital (- 0,49%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (- 3,94%). Os descontos que os proprietários concederam sobre os aluguéis inicialmente pedidos foram em média de 10,88% para os imóveis de áreas nobres, de 11,17% para os de bairros centrais e de 10,36% para os de bairros de periferia, segundo os dados apurados pela pesquisa CreciSP.
A garantia de pagamento do aluguel em caso de inadimplência dos novos inquilinos está assegurada pelo fiador em 47,43% dos contratos assinados em setembro, sendo as outras modalidade o depósito de valor equivalente a três meses de aluguel (22,49%); o seguro de fiança (14,91%); a caução de imóveis (9,97%); a locação sem garantia (2,62%); e a cessão fiduciária (2,58%).
Inadimplência maior
A inadimplência do período foi de 6,53% sobre o total de contratos em vigor nas 967 imobiliárias que o CreciSP consultou, percentual 4,9% superior ao de agosto, que ficou em 4,9%.
As imobiliárias receberam em Setembro as chaves de imóveis cujos inquilinos desistiram de continuar alugando-os, número equivalente a 79,56% do total de 3.019 novas locações contratadas no mês.
A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.