O mês de janeiro não apresentou bons resultados na venda de casas e apartamentos residenciais usados no Estado de São Paulo. Na comparação com dezembro de 2020, houve uma queda na quantidade de negócios de 22,25%.
Os números foram obtidos pela pesquisa feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP), que entrevistou 888 imobiliárias de 37 cidades paulistas nesse período.
A análise do CRECISP divide São Paulo em 4 regiões distintas: Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral. Segundo o estudo, em janeiro, também houve redução nas vendas da Capital (47,64%); Interior (11,31%); Litoral (17,4%); e Grande São Paulo (12,71%).
Em contrapartida, essa diminuição no número de casas e apartamentos vendidos trouxe reflexos positivos nas locações, que cresceram 6,33% entre dezembro/20 e janeiro/21 em todo o Estado.
Porém, quando se estudam as regiões estaduais isoladamente, o cenário apresenta as seguintes variações: locações em alta na Capital (25,84%) e na Grande São Paulo (7,15%, incluindo as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Guarulhos e Osasco); e em baixa no Interior (-0,66%) e Litoral (-6,49%).
Para o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, os números não chegam a preocupar, haja vista a série histórica das pesquisas do Conselho. “Em janeiro, normalmente, as vendas sofrem uma diminuição, por conta das férias. E, especialmente neste ano, com todas as mudanças na vida das pessoas em razão da pandemia, é natural que haja uma desconfiança do que poderá acontecer no futuro. E isso, sem dúvida, se reflete no temor em assumir um financiamento imobiliário, por exemplo, que é um compromisso de longo prazo. Não é à toa que a maioria das vendas de janeiro tenha sido à vista”, explicou o presidente.
Prioridade para vendas à vista
Na comparação entre janeiro/21 e dezembro/20, registrou-se que as vendas à vista assumiram a liderança no mercado, representando 46,55% dos negócios efetivados. Na sequência, aparecem os financiamentos feitos por bancos privados (32,23%), os financiamentos pela CAIXA (13,04%), e os negócios parcelados diretamente pelos proprietários (8,18%). Em janeiro, não foram registradas vendas feitas por meio de consórcio pela Pesquisa CRECISP com as imobiliárias consultadas.
Os compradores optaram pela aquisição de apartamentos, em sua maioria, (52,69%), colocando as casas como segunda opção de compra (47,31%).
Os descontos concedidos pelos proprietários para o fechamento dos negócios foram maiores em janeiro/21 que em dezembro/20, para imóveis situados em áreas nobres (+6,69%) e nas periferias (+14,13%). Nas áreas centrais, a comparação ficou negativa (-15,07%) no período.
Imóveis com preço médio de até R$ 400 mil foram os preferidos dos compradores, respondendo por 62,15% do total vendido.
Fiador lidera garantias locatícias
A figura do fiador ainda está na liderança como principal garantia locatícia no Estado de São Paulo. Em janeiro, em 38,79% dos contratos de aluguel, ela estava presente. Os depósitos de três meses de aluguel ficaram com o segundo lugar, de acordo com a pesquisa CRECISP, com 23,51%. Em seguida, vieram o seguro fiança (17,93%); a caução de imóveis (8,69%), a cessão fiduciária (6,00%) e os alugueis sem garantia (5,08%).
O percentual de cancelamento de contratos de locação representou 74,56% dos novos contratos assinados em janeiro. 54,90% dessas devoluções foram por motivos financeiros.
Alugueis na faixa de R$ 1.200 responderam por 57,05% dos novos contratos de locação fechados no período.