Em meio a denúncias que acendem o debate sobre transparência e rastreabilidade nos Certificados de Recebíveis Imobiliários, a tecnologia é utilizada para assegurar controle total sobre o destino dos recursos e transparências nas operações
A recente denúncia envolvendo uma emissão de CRI, apontada por investidores como exemplo de falta de governança e rastreabilidade, reacendeu discussões sobre os riscos estruturais desse tipo de instrumento financeiro no Brasil. Em um mercado que movimenta bilhões e ganha cada vez mais espaço entre os investidores, além de ser uma opção importante para os tomadores de crédito em um momento de redução dos financiamentos tradicionais via Caixa Econômica, a ausência de controle efetivo sobre os fluxos financeiros e a aplicação dos recursos segue como um ponto crítico — e também como uma oportunidade de inovação.
Um exemplo de como a tecnologia pode ser uma forte aliada na governança das operações de financiamento é a Makasí, fintech que une crédito e produtos bancários especializados a uma plataforma de gestão para viabilizar recursos para construtores.
Independentemente do desfecho, o episódio traz à tona uma dor antiga dos investidores em instrumentos como os CRIs: a falta de visibilidade e controle granular sobre o destino dos recursos investidos. “Essa é justamente uma das dores que a Makasí endereça junto ao mercado financeiro”, afirma Caio Bonatto, CEO da startup. “Criamos todo um stack de tecnologia para permitir que os investidores tenham um controle super granular e absoluto sobre o destino dos recursos investidos nesse tipo de instrumento, nos CRIs”, completa.
Com o objetivo de trazer mais eficiência e transparência à originação e estruturação de ativos lastreados no mercado imobiliário, a Makasí desenvolveu uma plataforma digital capaz de monitorar, em tempo real, a performance dos ativos, os marcos contratuais (covenants), os fluxos financeiros e o andamento das obras associadas a cada operação.
O sistema oferece também mecanismos de controle absoluto sobre o perfil de risco de cada operação, acompanhamento da evolução de obra e do fluxo financeiro e validação transparente de cada liberação de recursos. “Isso traz segurança e governança para o credor de forma objetiva e mensurável”, afirma Bonatto.
Rastreabilidade e prevenção de riscos
Ao permitir o acompanhamento detalhado do uso dos recursos desde a emissão até a execução dos projetos imobiliários, a solução da Makasí atua como um instrumento de prevenção a desvios e inconformidades. Em operações estruturadas com CRIs, isso se traduz em maior confiança por parte dos investidores institucionais, fundos e agentes reguladores.
Para Bonatto, contextos de crises evidenciam a necessidade de modernização na forma como o mercado gerencia riscos. “Quando surge esse tipo de notícia, infelizmente, ruim, é também quando conseguimos mostrar com mais clareza o valor que a tecnologia pode agregar. Nosso papel é garantir que o investidor tenha acesso a informações precisas, atualizadas e verificáveis sobre cada etapa da operação”, explica o CEO.
Caminhos para o futuro dos CRIs
Com a regulamentação do setor em constante evolução e o volume de emissões crescendo, a tendência é que soluções como a da Makasí passem a integrar o core de governança das estruturas de securitização no país. O movimento acompanha uma demanda global por maior transparência em ativos estruturados, sobretudo em contextos de maior aversão ao risco. “O que antes era visto como diferencial competitivo, hoje já se torna uma exigência de mercado”, conclui Bonatto.
