Após enfrentar longos anos de recessão no país, o setor da construção civil voltou a dar sinais de recuperação. De acordo com o IBGE, o segundo trimestre do PIB confirmou o crescimento da área em 2% se comparado com o mesmo período do ano passado. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também confirmou a melhora e divulgou o crescimento do índice de evolução da atividade do setor em 0,8 ponto, alcançando 49,2 pontos. O indicador vai de 0 a 100 pontos e, quanto maior o valor, maior o desempenho.
Ao que tudo indica, a recuperação e o avanço no setor foram resultados, principalmente, da alta procura e aquisição da construção imobiliária. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o número de contratos para aquisição de imóveis residenciais cresceu 9,7% nos três primeiros meses de 2019, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Dados divulgados pela MRV Engenharia mostram que a corporação registrou no terceiro trimestre deste ano, o melhor resultado de sua história. As vendas líquidas evoluíram 18,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2018. Em valores, as vendas alcançaram R$ 1,395 bilhão, resultando em um aumento de 8,9% da receita nos nove primeiros meses do ano.
TECNOLOGIA ALIADA
Os especialistas acreditam também que a grande virada da construção civil se deu pela implantação de novas tecnologias no setor, auxiliando na otimização de tempo, encurtamento de distâncias e, principalmente, na redução custos da obra – o que impacta diretamente no bolso do consumidor final. De acordo com uma pesquisa realizada pela Terracotta Venture, o Brasil já possui mais 500 empresas de tecnologia voltada á construção, as chamadas construtechs.
É com essa proposta que surgem empresas como a Smart Sky Consulting, uma startup paranaense focada em consultoria e treinamento para o uso de drones nas áreas de construção civil, energias renováveis e mineração. Com um ano de atividade, a empresa já bateu o valuention de oito milhões de reais e aumentou em 300% o número de contratos.
OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS
O modelo de negócio da Smart Sky é centrado na consultoria de pesquisa operacional e implantação de tecnologias e soluções, sendo seu carro chefe a utilização de drones para setores como construção civil, energias renováveis e mineração. Um dos principais clientes da startup paranaense é a MRV Engenharia, que está em processo de implantação da solução e receberá a consultoria e treinamento da Smart Sky para um empreendimento que está sendo realizado em Campinas, São Paulo.
O empresário americano e CEO da Smart Sky Consulting, Chase Olson contou que foi realizada uma grande pesquisa nos mercados de outros países para encontrar o melhor modelo para as empresas brasileiras. “O prazo que as companhias estrangeiras levavam para implementar uma solução era de 24 meses e nós conseguimos reduzir a curva de aprendizagem do cliente para, no máximo, noves meses. Além de permitir que a economia gerada na operação seja de até 40% ao final do processo”.
Além da MRV Engenharia, a Gerdau, maior produtora de aço da América Latina, já utiliza os serviços da 3DR e o SiteScan há dois anos nas áreas da construção civil, energias renováveis e mineração. Segundo a Bradesco Corretora, o aumento do nível de atividade da indústria de construção civil, deve beneficiar a Gerdau (GGBR4), já que é a fornecedora de aço do setor. A expectativa de crescimento para os próximos 12 meses é de 38,9%.
A plataforma da 3DR, o SiteScan, é uma tecnologia de coleta, processamento e gerenciamento de imagens georreferenciadas. A Gerdau recorreu a Smart Sky Consulting, que é representante da 3DR e SiteScan no Brasil, para melhorar a qualidade da captação das imagens e depuração das informações no software, além de entender as melhores práticas para a captura ideal de dados usando drones. “A escolha pela parceria com a 3DR para o uso em exclusividade da plataforma Site Scan na América do Sul é um dos pilares do nosso sucesso”, destaca Olson.