Os dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, responsável pela divulgação do PIB americano, mostram que o país teve recuo menor do que o esperado, de 3,5% em 2020. A previsão do FMI era de um recuo de 4,5%, estimativa compartilhada por grande parte do mercado financeiro.
Para Leonardo Trevisan, economista e professor de Relações Internacionais da ESPM SP, o setor imobiliário, beneficiado pela política de juros baixos do Fed (Banco Central americano), foi o grande responsável pela contenção na queda. “O setor de serviços – que inclui gastronomia, turismo e lazer – foi muito castigado pela pandemia e puxou o PIB para baixo. Porém, a construção de casas nos Estados Unidos foi a maior em 14 anos, evitando um tombo ainda maior”, afirma.
A previsão do FMI é de que a economia americana cresça 2,5% em 2021. A confirmação disso dependerá não só da manutenção da política de juros baixos do Fed, mas também da aprovação no Congresso do novo pacote emergencial de 1,9 trilhão de dólares proposto pelo presidente Joe Biden. “O pacote prevê a distribuição de cheques de 1.400 dólares a cada americano adulto. Essa medida teria um efeito positivo no consumo e poderia, combinada com um bom desempenho do setor imobiliário, trazer mais uma surpresa no PIB de 2021”, afirma Trevisan.