O Copom (Comitê de Política Monetária) acaba de divulgar a redução da taxa Selic para 4,25%, nesta quarta-feira (5). A taxa atual vem impactando a economia como um todo e mais diretamente o setor imobiliário, não só quanto à queda dos juros dos financiamentos, mas pela mudança de hábitos do brasileiro quando o assunto é investimento, conforme explica José Luiz Rodrigues, especialista em regulação e sócio da JL Rodrigues, Carlos Átila & Consultores Associados (/www.jlrodrigues.com.br/).
“Estimativas do Banco Central indicam que há um mercado potencial de R$ 500 bilhões no Brasil para esse tipo de crédito e a baixa taxa de juros gera um movimento virtuoso. As pessoas estão mais conscientes de que a poupança está pouco atraente e tendem a deixar o dinheiro em outros investimentos mais rentáveis. Entretanto, a redução da captação de poupança impacta diretamente o financiamento imobiliário e é preciso encontrar outros instrumentos para incentivar e modernizar esse setor, com o intuito de mantê-lo aquecido. Nesse cenário, uma questão que está sendo estudada com atenção pelo Governo é a facilitação do uso de garantias em operações de crédito, possibilitando o uso de uma mesma garantia em mais de uma operação, conhecido também como home equity”, explica José Luiz Rodrigues.
Além disso, segundo o especialista, o aprimoramento da educação financeira da população (em grande parte proporcionado pela atuação das fintechs e dos bancos digitais) e a necessidade de assumir mais risco em seus investimentos, a fim de alcançar rentabilidades mais atrativas, têm feito com que haja uma migração da poupança, fonte de captação para os financiamentos imobiliários, para produtos mais arrojados e mais rentáveis. “Com isto, o setor imobiliário também precisa de um aprimoramento, a fim de acompanhar a modernização do mercado financeiro e de capitais”, conclui o especialista em regulação.