A construção civil segue registrando números de PIB acima da média do País e, a tendência é de continuidade neste ano, movimento que, acompanhado das novas tecnologias construtivas e inovações tecnológicas, tem estimulado os profissionais do setor a buscarem especialização e atualização de mercado. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas no Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o setor seguirá aquecido, com projeção de crescimento de 2,4% do PIB da Construção para 2023. Dado que supera a previsão positiva de 1,2% do PIB Nacional e, somado aos 17% contabilizados no acumulado dos dois últimos anos, faz a projeção do segmento alcançar 20% de aumento do PIB setorial no período 2021-2023.
“A projeção para 2023 é uma média entre os crescimentos projetados de 5% para o setor de edificações, 1% para as obras de infraestrutura, 4% para os serviços especializados e 1% para os demais segmentos. Esta estimativa sofrerá revisões. Poderá tender para cima, se o Governo Federal conseguir implementar uma agenda que reverta expectativas, incremente os investimentos públicos e anime os investidores privados”, destaca Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP.
Segundo o executivo, a estimativa segue positiva por conta de obras já contratadas e a retomada de investimentos em projetos de habitação social como o Minha Casa, Minha Vida e os recursos garantidos do FGTS; porém, menor que em anos anteriores devido a fatores como a manutenção da alta de juros, o cenário macroeconômico internacional e o endividamento da população.
Mercado
O desempenho positivo tem favorecido os investimentos em novas tecnologias e novidades em plataformas para modelagem de projetos, sistemas construtivos, materiais e o surgimento e difusão das construtechs e, consequentemente, a atualização de profissionais de engenharia civil, arquitetura, varejo, distribuição e de obras para atuar com as novas ferramentas, já que de acordo com analistas da área, estimular a capacitação constante é um dos pilares para acompanhar a evolução do mercado.
“Por se tratar de um setor bastante concorrencial, a indústria da construção segue esses avanços com bastante interesse. No SindusCon-SP, temos divulgado estas novidades por meio de nossos seminários que abrangem Estruturas e Fundações, Sistemas Prediais e BIM. Temos também o iCON Hub, para o fomento da inovação na construção com a participação de startups. Durante o ano todo, realizamos uma série de cursos sobre sistemas construtivos, gestão, qualidade, tecnologia, contabilidade fiscal, jurídico e alguns abertos a universitários e estagiários, ministrados por empresas da indústria de materiais de construção e especialistas”, acrescenta Estefan.
FEICON
Todo este movimento do mercado também tem impactado positivamente o maior encontro da Construção Civil da América Latina.
A 27ª edição da FEICON, que acontecerá entre os dias 11 e 14 de abril, no São Paulo Expo (SP), voltou a registrar comercialização total de sua área de exposição, com aproximadamente 6 meses de antecedência ao evento, mesmo ampliando em mais de 40% o espaço disponibilizado para vendas com relação a 2022. A organizadora informa que não há mais espaços disponíveis para negociação já que, ainda durante o evento de 2022, a planta da FEICON 2023 já havia sido 80% negociada. A expectativa também é de considerável aumento no número de profissionais e compradores presentes nos 4 dias do evento, superando os mais de 82 mil visitantes da edição anterior.
“A construção civil é um termômetro para o brasileiro. Nos últimos dois anos, por exemplo, o setor cresceu 17,7% ante 8,2% da economia nacional. Diante disso, neste ano, temos como objetivo apresentar a FEICON como uma plataforma completa para capacitação profissional, debates sobre o atual cenário e a agenda nacional da construção, impulsionar negócios e gerar relacionamento. É dessa forma que seguimos como o maior e principal evento de negócios desta indústria para a América Latina”, destaca Mayra Nardy, Diretora de Portfólio da RX Brasil.