O mais recente levantamento do RealtyCorp Analytics aponta que o mercado imobiliário corporativo de São Paulo manteve um desempenho sólido no 3º trimestre de 2025 (3T25), com queda na taxa de vacância, valorização dos aluguéis e absorção líquida positiva. Mesmo diante de uma economia em estágio desafiador, indicadores confirmam a tendência de estabilidade e consolidação do setor – sinal de um mercado maduro e resiliente, segundo a RealtyCorp.
A taxa de vacância geral do mercado de escritórios da cidade de São Paulo (Corporate + Office) caiu para 14,44%, enquanto os preços médios de locação voltaram a subir, impulsionados pela demanda contínua por espaços de alto padrão. Para empresas em fase de renovação de contratos ou planejamento de expansão, o cenário indica que o poder de barganha diminuiu – acendendo o que o mercado tem chamado de “sinal amarelo” para negociar.
“A absorção líquida segue saudável, dentro de uma média histórica positiva, mas em ritmo um pouco mais moderado em relação a 2024”, explica Marcos Alves, CEO da RealtyCorp. “Trata-se de um movimento natural de acomodação após um ciclo de forte crescimento. Não há motivo para preocupação. É um sinal amarelo e não vermelho. Isso reforça a consistência e a maturidade do mercado”.
Qualidade e previsibilidade definem o novo patamar do mercado
Segundo o estudo, a combinação de vacância em queda e preços em alta indica um mercado mais previsível e seletivo. As empresas continuam priorizando endereços de alto padrão e bem localizados, o que sustenta a valorização dos ativos mesmo em meio à oscilação dos juros. “Quando o mercado se ajusta sem sobressaltos e com demanda constante, significa que estamos caminhando para um novo patamar de equilíbrio”, afirma o executivo.
A análise mostra que o fenômeno não se limita aos empreendimentos A+. Segmentos intermediários também apresentam redução de vacância e elevação gradual nos valores de locação, o que demonstra fôlego estrutural em toda a cadeia corporativa da cidade.
Chácara Santo Antônio se consolida como destaque do ano
Entre as diferentes macrorregiões da capital, o comportamento foi heterogêneo, mas com sinais positivos. Na Macrorregião A – que engloba áreas como Faria Lima e Paulista – a dinâmica foi de estabilidade, com estoques limitados e alta competitividade pelos poucos espaços disponíveis.
O maior destaque do trimestre, porém, veio da Chácara Santo Antônio, na Macrorregião B (Berrini, Chucri Zaidan e Centro). Após um 2024 estagnado, a região apresentou uma virada expressiva em 2025: a taxa de vacância no universo A+ caiu de 45,67% (4T24) para 25,40% (3T25), impulsionada por absorções líquidas sucessivas e grandes locações corporativas, como as da XP Investimentos e da Arrise iGaming, que juntas ocuparam mais de 24 mil m².
Curiosamente, o preço médio pedido na região registrou leve queda (de R$ 72,71/m² para R$ 58,32/m²) considerando os imóveis corporativos de alto padrão (A+), o que, segundo a RealtyCorp, não representa enfraquecimento, mas sim a velocidade de ocupação de ativos de alto padrão.
“Há um olhar cada vez mais atento para a Chácara Santo Antônio. Ela se tornou uma extensão natural da Chucri Zaidan, com infraestrutura moderna, serviços e transporte de qualidade”, avalia Alves.
Confiança para o futuro: novos projetos e crescimento orgânico
O relatório também aponta projetos robustos em desenvolvimento, que reforçam a confiança dos investidores no futuro do mercado. Um dos principais exemplos é o Alto das Nações Torre Corporativa, empreendimento de 100 mil m² de área locável previsto para junho de 2026, erguido no terreno que abrigou o primeiro Carrefour do Brasil. “O projeto simboliza a confiança dos investidores na renovação e no crescimento orgânico da cidade”, destaca o CEO.
Para Marcos Alves, os números do 3T25 reforçam que o setor atingiu um novo estágio de maturidade: “Há uma leitura equivocada de que o mercado corporativo se move apenas por ciclos de euforia ou retração. O que estamos vendo é um setor que amadureceu, entende seus ritmos e responde de forma mais previsível às mudanças econômicas”.
Um mercado que exige estratégia
Com menos espaços disponíveis e preços em ascensão, o “sinal amarelo” não é um alerta de crise, mas um chamado à ação. Para as empresas, o momento pede revisão estratégica dos contratos e análise precisa de valores de locação, garantindo que os custos estejam alinhados ao mercado e que as operações estejam posicionadas para o próximo ciclo de crescimento.
