A tecnologia está cada vez mais presente na aquisição de casas e apartamentos. Um levantamento inédito da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) e da Brain Inteligência Estratégica revela que 6% das compras de imóveis já ocorrem totalmente pela internet sem a necessidade de que o comprador saia de casa. O dado faz parte do estudo Inovação na Jornada de Compra e foi apresentado nesta quinta-feira (11/11), no 2º Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação (FILI 2021), realizado pela ABRAINC na capital paulista. O levantamento ouviu 14 mil brasileiros, dentre eles 850 pessoas que compararam imóveis nos últimos 12 meses.
Os dados também mostram que o preço médio das propriedades compradas por brasileiros é de pouco mais de R﹩ 240 mil e que apenas 31% dos entrevistados conseguem adquirir sua moradia com preços superiores a R﹩ 250 mil, e, quando o fazem, são, na maioria, compradores com renda salarial acima de R﹩ 16,5 mil.
A pesquisa aponta, ainda, que 52% das pessoas compram imóveis diretamente por imobiliárias e apenas 14% adquirem com proprietários. E, nas capitais, 51% dos compradores optam por apartamentos, mas esse número cai para 34% quando quem efetua a compra está em cidades no interior.
Tempo, Tecnologia e financiamento
Segundo o levantamento, 71% dos compradores levam, em média, 6 meses para finalizar o negócio com o vendedor. “O senso comum estima que se leva dois anos nesse processo. Esse período está diminuindo graças ao uso de tecnologias usadas por incorporadoras e imobiliárias”, ressaltou Fábio Araújo, sócio-diretor da Brain, durante a apresentação do estudo.
Luiz França, presidente da ABRAINC, destacou que boa parte dos processos de compras ocorrem hoje pela internet e lembrou que 55% dos consumidores usam algum tipo de experiência digital na hora de adquirir uma casa ou apartamento, mas apenas 1% chegam a assinar a escritura pela internet o que pode ser fruto da burocracia. “Apesar de o setor estar cada vez mais informatizado, processos burocráticos precisam ser enfrentados, pois dados apontam que 62% dos compradores tiveram algum tipo de obstáculo na hora de comprovar renda ou em outras etapas contratuais”, disse. “Acho que já temos as plataformas que estão se desenvolvendo, mas tecnologia precisa superar a burocracia se quisermos acompanhar a tendência de outros mercados”, pontou o executivo.
Investimento versus Moradia
A pesquisa também mostrou que 71% dos brasileiros compram um imóvel para sua própria moradia e apenas 28% como investimentos, enquanto 1% adquirem para seus filhos ou parentes.