Os indicadores de venda e procura por imóveis crescem no 2º trimestre e elevam confiança dos executivos do setor para o lançamento de empreendimentos

Os indicadores de venda e a procura de imóveis residenciais pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) apresentaram crescimento no 2º trimestre de 2024 frente aos três meses anteriores. A conclusão é do levantamento Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial da ABRAINC – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias – em parceria com a Deloitte – organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Segundo os dados, o cenário de vendas esteve mais aquecido no período, com alta de 7,2% no geral – destaque para o ritmo acelerado do segmento MCMV, que teve aumento de 10,4%. O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) teve boa recuperação, com alta de 8,4%. A procura por imóveis também seguiu forte para o MCMV (10%) e o de MAP registrou um aumento de 3,3%.


Para os próximos três a 12 meses, é esperado que o segmento MCMV permaneça em expansão. Segundo executivos do setor, 97% das construtoras e incorporadoras consultadas estão planejando lançamentos de novos empreendimentos e 94% buscando adquirir terrenos neste período visando futuros projetos.


De acordo com Luiz França, presidente da ABRAINC, essa conjuntura favorável é resultado de diversos fatores que estão dinamizando o mercado imobiliário. “A demanda crescente por habitação está criando oportunidades significativas para novos lançamentos. A confiança dos executivos do setor é um indicativo claro de que estamos preparados para atender a essa procura com investimentos e projetos inovadores que atendem às necessidades do mercado”, comenta o executivo.


Preços e procura em alta


A trajetória do indicador de preços de imóveis residenciais seguiu em alta no segundo trimestre de 2024, com aumento geral de 4,7% – a tendência é de que o cenário se repita nos próximos meses. Esse aumento no indicador é impulsionado, em parte, pelos custos de construção e pela valorização do metro quadrado nos principais centros – para referência, o índice IGMI, da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), foi de 11,2% em maio de 2024, no acumulado de 12 meses.


Em geral, o indicador de procura segue em trajetória ascendente nos últimos trimestres, impulsionado, principalmente, pelo segmento MCMV, que vem registrando os maiores níveis da série histórica, período após período: 10,6% no 4º trimestre de 2023, 12,1% no 1º trimestre de 2024, e 10% no 2º trimestre de 2024. O segmento MAP, por sua vez, apresenta recuperação na demanda em comparação com os trimestres anteriores, que registraram, respectivamente, leve queda (-1,1% no 4º trimestre de 2023) e manutenção (0% no 1º trimestre de 2024). O resultado foi de 3,3% no 2º trimestre de 2024. Um dos motivos é a trajetória de queda da taxa Selic. A melhora dá sinais positivos ao futuro.


“Apesar dos desafios enfrentados nos trimestres anteriores, o segmento de Médio e Alto Padrão está demonstrando sinais de recuperação. Essa retomada, ainda que gradual, indica um movimento positivo no mercado. Este cenário nos mostra que, embora ainda haja um caminho a percorrer para alcançar os níveis desejados, caminha-se na direção certa, com perspectivas promissoras para os próximos meses”, afirma Claudia Baggio, líder de Real Estate e Avaliação Patrimonial da Deloitte.


O melhor desempenho do mercado de imóveis de Médio e Alto Padrão no 2º tri/24 resultou em otimismo – 88% dos executivos pretendem lançar um imóvel nos próximos 12 meses, alta de 9 pontos porcentuais, e 76% pretendem adquirir novos terrenos. Esse cenário positivo contribuiu para recuperação geral da expectativa de lançamentos. Além disso, houve redução dos estoques nos últimos 12 meses, o que estimula os empresários a realizar novos lançamentos.


“A confiança do mercado é evidente, com 97% dos incorporadores planejando lançamentos nos próximos meses. Esse otimismo fortalece a recuperação da demanda e a expectativa de um crescimento contínuo. Embora o nível de redução da taxa Selic tenha sido menor do que o esperado há cerca de 1 ano atrás, o segmento de médio e alto padrão começa a apresentar recuperação gradual na procura, dando sinais positivos para o futuro. Estamos diante de um momento propício para investimentos e inovações, que certamente contribuirão para consolidar ainda mais a posição de crescimento do setor”, conclui Rafael Camargo, diretor da prática de Real Estate da Deloitte.

Metodologia

O levantamento, que mapeia as percepções dos setores de construção civil e imobiliário sobre o mercado de imóveis residenciais no país, foi realizado entre os dias 2 e 16 de julho de 2024. Ao todo, 50 empresas do setor foram entrevistadas. Entre os segmentos de atuação das organizações se dividem em: Minha Casa Minha Vida – MCMV (34%); Médio e Alto Padrão – MAP (28%); e ambos – MCMV e MAP (38%).