O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno sem precedentes. De acordo com o IBGE, até 2060 mais de 32% dos brasileiros terão 60 anos ou mais, e a população acima de 90 anos crescerá 4,7% ao ano, já é a faixa etária que mais avança no país. Essa transição demográfica exige uma nova forma de pensar o morar e o envelhecer.
“Estamos vivendo uma das maiores revoluções populacionais dos últimos tempos. Vamos viver mais e, portanto, precisamos aprender a viver melhor”, lembra Daline Hällbom, CEO da Söderhem Sênior Living, empresa de projeto imobiliário com sede em Florianópolis e que promete revolucionar também o jeito de morar 55+ em todo o Brasil. Daline é a idealizadora do projeto e especialista em desenvolvimento imobiliário com experiência internacional nos mercados da Suécia, da Irlanda e dos Emirados Árabes.
Ela lembra: hoje, mais de 90% dos brasileiros não sabem o que é um Sênior Living, mesmo demonstrando interesse em viver em um modelo que promova autonomia, bem-estar e conexão social. Existe o desejo, não existe a oferta. “Aqui no Brasil, se confunde moradia Sênior com auxílio médico. Na Europa e nos Estados Unidos existe uma classificação bem delineada para essa faixa da população madura, bem de vida e saudável, que não precisa de cuidados, mas quer morar em um lugar pensado para seu bem-estar”, explica a CEO.
É nesse contexto que surge o conceito de moradia desenvolvido pela Söderhem, que tem como base uma inspiração arquitetônica histórica: uma obra de 1986, reconhecida internacionalmente por promover o combate à solidão por meio do desenho dos espaços. Mais de três décadas depois, o modelo segue atual e validado por estudos científicos que associam a convivência e o senso de pertencimento à longevidade saudável.
A Söderhem, cujo nome significa “lar do sul” em sueco, começará pelo público de alta renda, mas já planeja, no futuro, parcerias com políticas públicas para levar o conceito ao Minha Casa Minha Vida e às faixas de renda mais baixas. Daline revela: “mais do que um empreendimento imobiliário, a inspiração da Söderhem é um conceito de moradia inspirado em décadas de pesquisa e observação sobre como o ambiente influencia a saúde, a socialização e a longevidade”. O foco é um só: criar espaços que combatam a solidão e estimulem a convivência, um dos maiores desafios do envelhecimento moderno.
O núcleo dos empreendimentos Söderhem é um parque central, o coração do projeto. Um grande jardim que conecta os edifícios, no qual os caminhos se cruzam, os encontros acontecem naturalmente e a vida pulsa em torno da natureza. Os apartamentos se abrem para esse parque através de varandas e portas voltadas ao verde, reforçando a sensação de comunidade e pertencimento.
A arquitetura prioriza a ventilação cruzada, os corredores abertos e a luz natural, elementos que unem sustentabilidade, conforto térmico e bem-estar emocional. O resultado é uma atmosfera viva, com ares de vila, onde cada morador mantém sua privacidade sem perder a proximidade humana. “Para nós, da Söderhem, esse é o futuro do mercado imobiliário: mais do que construir edifícios, gerar desejo por um estilo de vida saudável e cheio de propósito”.
Pesquisas recentes da Universidade de Harvard e da McKinsey Health Institute apontam que a solidão crônica pode aumentar em até 40% o risco de demência, além de elevar o risco de doenças cardiovasculares e reduzir a expectativa de vida. Já o convívio, o propósito e o ambiente coletivo bem projetado são fatores de proteção comprovados contra o declínio cognitivo e emocional.
Uma moradia pensada para inspirar, acolher e transformar. “Nossa proposta arquitetônica vai além do cuidado, propõe uma nova forma de viver. Espaços humanizados, integrados à natureza, com foco em bem-estar emocional e autonomia, inspirados na simplicidade escandinava e adaptados ao estilo de vida brasileiro”, reafirma Daline, que complementa: “não existe nada igual ao Brasil, e sei que seremos inspiração para o futuro”.
Enquanto o mercado brasileiro ainda associa o morar sênior ao cuidado médico, o movimento liderado pela Söderhem traz a arquitetura como ferramenta de saúde pública, um antídoto à solidão, ao isolamento e à perda de autonomia. “Não basta viver mais. É preciso viver melhor, cercado de vínculos e propósito. Nosso desafio é desenhar espaços que criem pertencimento e, ao mesmo tempo, liberdade, e que mudem o conceito da longevidade no Brasil”, finaliza Daline.
